então, estou bem uns 20kg acima do peso razoável (se fosse pra usar aquela regra de altura x peso que o padrão impõe, pode colocar 30kg aí).
existem aquelas questões estéticas todas que, confesso, só se fazem presentes quando estou na TPM ou quando tento colocar aquela calça jeans 44 e não cabe. no entanto, o que mais me motiva a fazer alguma coisa para voltar a caber no manequim 42 (quiçá 40) é mesmo a sensação de mal-estar constante por conta do sobrepeso.
minha lombar deu pra doer insistentemente, sem motivo aparente. quando pedi conselhos à fisioterapeuta-massagista, descobri que algo tão simples quanto um alongamento poderia me ajudar… se eu conseguisse fazê-lo, é claro. imagine: de pé, pés paralelos, agache-se lentamente, mantendo a planta dos pés totalmente no chão. sente-se nos seus calcanhares, em suma. não, não consigo. a barriga empurra as coxas, que empurram uma à outra e eu acabo no chão feito uma tartaruga centenária, com as perninhas gordas pra cima. lamentável.
hoje acordei decidida a mudar isso: vou prestar atenção à minha alimentação, principalmente na quantidade, porque quem me conhece sabe: não sou ultra-fã de tranqueiras. mas o arroz, o feijão, o pão… ah, o pão! vou abrir mão dos doces e bebidas alcoólicas (fácil, eu quase não bebo) e fazer alguma atividade física.
começou a complicar. eu já fui quase-atleta, lá nos idos de 1980. fazia muito exercício, jogava, caminhava, um exemplo. mas parei e salvo algumas exceções esporádicas (surtos de tae-kwon-do, karatê e yoga) me tornei uma legítima sedentária.
pois hoje resolvi começar modestamente, despretensiosamente. almocei (dentro do padrão-dieta) e fui caminhar. andei cerca de 30 minutos que quase custaram minha vida.
no começo estava gostoso, uma leve descidinha, o dia bonito e eu pensando “nossa, como é bom andar… eu devia fazer isso mais vezes!”. 10 minutos depois eu já começava a sentir os pés e pernas um pouco pesados, uma leve dormência nas coxas e pensei “oba, está fazendo efeito!”. continuei, firme, e 10 minutos depois eu estava sentada num banquinho na sombra, tentando esticar os músculos há muito sem uso, pensando “eu vou morrer aqui, no meio do parque”. 3 minutos depois, respirei fundo e decidi que era uma mulher e não um saco de batatas (embora nesta ocasião esteja difícil diferenciar) e rumei de volta ao lar. os 10 minutos de volta foram pura tortura — taquicardia, pernas pesadas, pés ardendo e a sensação de “uma ambulância por favor”. é claro que quando as pessoas passavam por perto eu fingia que não estava arfando como um dogue alemão, há que se manter alguma dignidade.
chegando ao prédio, disfarcei o alívio e fingi que estava respirando normalmente, consegui até cumprimentar o porteiro. ao entrar em casa, desabei na cadeira, arrasada, e resolvi confessar tudo publicamente.
eu, I.M.G., sou uma gorda em recuperação. faz um dia que eu não sucumbo.
Ah, querida, isso tudo sou eu.
minha nora/personal trainer me deu algumas dicas: comece com 20 minutos e vá aumentando o tempo quando sentir que dá. Beba agua antes de sair e leve uma garrafinha pra bebericar sempre que tiver sede. e comece devagar.
acrescento ainda: música com fones de ouvido são amigas do peito…
A gente chega lá!
Beijo grande
putz zel, eu tb sou assim, sabia.
cheguei até a fazer caminhada no ibirapuera, mas sozinha sacomé, não dá ânimo de fazer, e acabei parando…
eu devo estar uns 10k acima do meu peso “ideal”, mas hoje sei conviver muito melhor com isso.
eu agora sou da seguinte opinião: emagrecer sim, mas com saúde e o principal, com alegria 🙂
Ni…
Esse diário tem que continuar!!! Deve virar livro!!!
Quase cai da cadeira de tanto rir! Tive que mostrar pras pessoas ao meu redor porque todos ficaram curiosos!
Ótimo começo! É duro, mas vale a pena! Sentir-se leve!
Beijos