voltando à vaca fria…

o ano começou altamente estressante porque reforma, minha gente, não é brincadeira de criança, não. graças a todos os santos do céu o meu pai está tocando a obra, senão a gente ia ficar louco.

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mas mesmo com ajuda estamos quase loucos: lojas de material de construção são lugares misteriosos e perigosos. os atendentes falam um idioma desconhecido e é inevitável que aquele piso maravilhoso que você amou e que está barato já não tem mais.

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compramos joelhos, luvas, cotovelos. não é tráfico de órgãos ou coisa parecida: é o mundo maravilhoso da hidráulica. sabe quanto custa uma válvula hidra? sabe quanto custa uma privada minimamente aceitável esteticamente? sabe quanto custa um assento?! muitas centenas de reais, minha gente. nunca soubemos o quanto custa fazer um cocô confortável e com o mínimo de estilo. minha vida vai mudar depois dessa reforma, acreditem.

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e aí que eu concluo que não quero armários muitos, não. eles ocupam espaço, né? quero espaço livre, nada de armazenar tranqueiras. tou até aceitando tranqueiras ao ar livre, mas não muitas, que também pega pó. uma das coisas que me animam a respeito da mudança é jogar coisas fora (ou doar). vai ser boooom 🙂

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vimos 2 filmes ruins: the singing detective (ruim e chato, o que o classifica como péssimo) e caçadores de ossos (ruim e divertido, que se transforma em bom). revimos a vila (que gostamos da primeira vez e gostamos de novo na segunda). adoro rever filmes e prestar atenção em coisas que antes passaram batidas. tem quem diga que é perda de tempo — eu digo que é divertido, e sendo divertido nunca é perda de tempo.

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aliás, eu adoro rever filmes e reler livros. de novo, tem gente que tem aí suas metas de leitura — coisa que eu não entendo muito bem, já que pra mim leitura é diversão e não obrigação, mas… — e não entende como se pode “perder tempo” relendo o que já foi lido. eu me sinto revendo velhos amigos ou comendo aquele prato de sempre no restaurante preferido. é uma sensação boa de conforto e de perceber detalhes com mais precisão. como amar a mesma pessoa por muito tempo — a gente redescobre segredos.

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tive que comprar vários jornais pra colocar no fundo das caixinhas dos furões, então compramos a folha, o estadão e o agora (inédito aqui em casa). a folha, aquela coisa “quero ser moderna, gentemmm!” de sempre; o estadão é “quero ser moderno mas não vou dar bandeira”; o agora é show de horror — a pura poveza. o caderno cultural é um extrato do que há de cafona rolando na cidade. morri de rir. mas os quadrinhos da folha são imbatíveis, o guia do estadão é show e o agora é engraçado. pra quem foi comprado pra aparar cocô e xixi de furão, até que tá bom.

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estou em contenção absoluta de despesas, sou uma mulher controlada e que só gasta seu dinheiro em sinteco, argamassa e pintura. e (infelizmente) não estou falando de fazer uma funilaria aqui no corpitcho, não… *sigh*

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