o pragmatismo contra a arte

então, eu estou concluindo que realmente me tornei uma cínica com a idade. lembro que quando eu estudava história com a léa, lá na era mesozóica na FFLCH, eu lia tudo que é livro com muito boa vontade antropológica. vou dar um exemplo: eu lia “o guarani” e era capaz de apreender dali uma série de informações sobre filosofia, sociologia, história da arte e da literatura e tantas outras coisas lindas e legais de debater em mesa de bar pra impressionar aquele gatinho de cabelo mal cortado que tá por ali. na verdade, esse tipo de conversa poderia se chamar de “isca de trepada com pseudo-intelectuais”, mas vou deixar esse assunto pra outro post.

voltando: estou lendo “o senhor das moscas”. tou adorando o livro, não me entendam mal, mas todas aquelas trilhas de pensamento relacionadas à filosofia e as relações humanas, o ambiente que modifica o homem etc. etc. ficam pra trás, muito longe da minha vontade cada vez maior de pegar cada um daqueles pirralhos, colocar num bom banho, cortar o cabelo e dar umas belas palmadas.

por essas e outras a gente só pode iniciar carreira de intelectual antes dos 25 anos. depois disso, amigos, “reality bites” e a gente fica assim, cínico. quem sabe na próxima encarnação!

0 comments to “o pragmatismo contra a arte”
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  1. Ué, mas os garotos não fazem o que fazem justamente porque falta alguém pra lhes dar umas palmadas? Com você na ilha, o livro não teria sentido. Trata-se do meu enunciado filosófico preferido de todos os tempos: tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?

    Brincadeirinha, Zel. Só pra encher o saco.

    bj

  2. Então. Comecei a ler esse livro por causa de uma malfadada reunião pedagógica em que mostraram o filme todo cortado e, evidentemente, mutilado em sentido. Até agora fico pensando no que quiseram mesmo dizer com aquilo e se o filme é mesmo como o livro. A impressão que deu depois que acabei de ler foi de que tinha muito mais a ser comentado e que, pra variar, a coisa não saiu da profundidade de pires. De qualquer forma, entre minhas elocubrações pseudo-intelectuais de egressa também do curso de História (que coincidência!), não me saía da cabeça a vontade de botar as criaturas no banho, esfregar cabelos sebosos e tornozelos encardidos. Ainda, claro, que isso matasse todo o sentido da coisa.

    Beijão!

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