domingo de carnaval

a gente sabe que viveu bastante quando tem dificuldade de lembrar os últimos anos da vida. fiquei aqui pensando o que andei fazendo nos carnavais passados… você se lembra? eu fico às vezes pensando que existe algum mecanismo de pesquisa que ordena as coisas ao contrário. eu lembro dos meus carnavais de menina e daqueles da década de 90 (vários em recife e olinda, que saudade!) mas não me lembro o que rolou em 2000 e 2002. deve ter algum motivo, melhor não lembrar 🙂

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eu juro que queria tirar fotos do nosso skyline noturno, cheio de prédios brilhando na paulista e no centro, mas nunca há pilhas nessa casa. existe aqui, tenho certeza, o caboclo escondedor de pilhas. e ele é nosso, e não da casa, já que ele habitou todas as casas que eu já morei.

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recebemos visita ontem da dani, felipe, lia e dorinha. eles são sempre uma delícia, mas a dorinha tão pequenininha e quietinha e bochechudinha… ai meu deus, como as pessoas não mordem seus filhos? os meus eu vou morder, pobrezinhos 😀

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eu dormi no fim da tarde — um dos meus esportes favoritos 🙂 — e sonhei com o gabis e o ed. foi um sonho tão vívido e tão bom que eu acordei e liguei pra eles. consegui falar 15 minutos (eles estavam na rua), mas foi tão bom que eu quase chorei. todas as vezes que falo com eles eu tenho vontade de chorar, e é pura saudade. sinto tanto a falta deles que prefiro nem dizer, é quase físico.

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sabe o que pensei esses dias (talvez hoje mesmo)? que se o gabis estivesse aqui na época que me separei, saí de casa, voltei pra minha casa e depois entrei na maior roubada do universo, provavelmente nada disso teria acontecido. quero dizer — nada além da separação inevitável. eu teria ido pra casa dele e chorado muito, tomado muito chá e teria consertado tudo o que estava quebrado, como sempre fiz. percebi o quanto faz diferença a amizade, apoio e a casa de alguém sólido e de bom caráter na vida quando a gente mais precisa. a casa dele sempre foi meu porto seguro, logo depois da casa dos meus pais. na falta deles aqui em SP, era ele que me acudia. sinto falta das tardes de domingo na casa dele, sempre cheirando a flores.

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ele me disse também que tem uma gatinha nova chamada sinhá. me disse também que o amor dos animais ensina a gente, nos torna melhores. eu também acho, mas ele dizendo tem outro significado — é engraçado como algumas pessoas têm o dom de fazer poesia da prosa.

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quando chegamos hoje em casa do almoço, abrimos a janela da sala e da cozinha. imediatamente se fez um vento poderoso que, combinado ao azul do céu, deu uma sensação incrível de liberdade e de verão. vento e sol pra mim é a melhor tradução de verão.

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aqui por perto tem cachorros que uivam e o vento uiva também. é esquisito morar tão no alto e ouvir uivos — me sinto num castelo, a senhora da minha torre com roupas de veludo arrastando pelo chão brilhante.

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eu não tenho pena de ninguém — só dos animais. não tenho pena dos deprimidos nem dos abandonados; não tenho pena nenhuma das crianças de rua, dos velhos, dos mendigos. por algum motivo (e eu não sei qual é) nenhum humano me comove, mas os animais me fazem virar manteiga. quando sei que existe um peixe que está desaparecendo por pesca indiscriminada eu sofro. eu queria que fechassem fernando de noronha. eu queria que a humanidade desaparecesse completamente e ficasse o mundo muito cheio de plantas e bichos. eu acho os seres humanos todos estúpidos. nem a arte nos salva.

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mas enquanto estamos aqui, vambora: procurei por mim mesma hoje no google, ou melhor, procurei pelos meus blogs (www.zel.com.br, www.mundissa.com/zel, zel.blogspot.com). o resultado foi curioso de forma geral, mas o melhor foi encontrar um artigo (legal!) que menciona o blog indiretamente (através de uma pesquisa sobre sites pessoais).

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eu sei que pode parecer pura implicância, mas vejam bem: eu não sou pudica e nem nojentinha, certo? não consegui entender ainda essa coisa de neguinho ficar se catando no meio da muvuca do carnaval e beijando e depois largando. eu vi uma cena assim na TV: estão a menina e o menino pulandinho no meio da rua e sem mais nem menos os dois se grudam e “SLUUUURP!” e depois se desgrudam e continuam pipocando. a primeira coisa que me ocorreu foi “eca, que nojo!” mas como eu sou uma moça estudada e treinada para encontrar explicação científica para os fenômenos que eu não compreendo, fiquei muito tempo matutando. não consegui achar explicações que não sejam a pura e simples estupidez humana. qual é o sentido disso? dá tesão? e se der, o que se faz? masturbação em casa? (porque afinal não vai rolar mais nada, o lance é aquele mesmo) ou o último da fila é que se dá bem e ganha a trepada com acúmulo de beijos da noite?

sei lá, viu. na época que eu era adolescente rolava esse negócio de beijar todo mundo, sim, mas eu nunca curti. de novo: nenhum pudor aqui. a questã é que sair beijando qualquer um pela rua eu não consigo entender; não entendo o beijar por beijar, porque beijo na boca, pra mim, é mais íntimo até que sexo, deus me livre beijar qualquer um!

mas é isso, né? a pessoa já nasceu antiquada e não se fala mais nisso.

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falando em beijo, essa noite eu sonhei que a angelina jolie me beijava e que depois eu ia com ela a um compromisso profissional (dela): apanhar de chicote de um fulano. ela sentava numa cadeira, de costas pro cara, e nós conversávamos sobre a vida enquanto ela apanhava dele. fala a verdade: é de internar, não é?

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descoberta tardia mas muito boa: as rádios online. a minha diversão de ontem (para desespero do fer) foi escutar seguidamente la solitudine, com laura pausini.

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  1. Menina, uma vez eu sonhei com a Angelina Jolie, e ela era mais bonita ainda no meu sonho. E estava vestida de Mortícia pro Halloween com aquele vestido que ela foi ao Oscar e todo mundo achou que ela parecia a Mortícia, lembra? Achei um bom humor incrível.

  2. ó a outra demente *hahahahahaha* 🙂 eu acho a angelina jolie bonita, mas c viu que não faz parte da minha lista, né? me irrita um pouco a eterna cara de “me come”, parece sempre forçado. mas é bonita sim, e muito!

  3. hahahahaahha, essa do sonho com Angelina Jolie foi ótima. eu ando pra escrever algo sobre a influência de resguardo (eita, palavra antiquada!)+hormônios da amamentação na libido de uma pessoa surtada: acredite ou não tenho tido sonhos de sacanagem com personagens da turma da Mônica (yep, Cebolinha, Cascão e tal) e afins.

    (ah, foi um fim de tarde delícia. a casa nova tá maravilhosa e vocês continuam sendo nosso casal de piscianos favorito 🙂

  4. Eu entrei só para perguntar se você tinha lido a matéria do spray de própolis vendido nas ruas de Salvador para “desinfetar” as bocas beijantes (bleeeargh!), mas essa da Dani despertou a confessora compulsiva dentro de mim: eu tive um sonho erótico com Fred Flintstone na infância e por anos podia jurar que era um desenho de verdade! 😀

  5. cam, *HAHAHHAHAHHA* ok, vamos ao concurso de bizarrice de sonhos eróticos 🙂 por enquanto a dani ganhou, porque sonhar com cascão, ave maria nossa senhora… 😀 (ah, e eu vi sim o tal negócio de própolis, achei nojento, eca!)

  6. “eu não tenho pena de ninguém — só dos animais. não tenho pena dos deprimidos nem dos abandonados; não tenho pena nenhuma das crianças de rua, dos velhos, dos mendigos. por algum motivo (e eu não sei qual é) nenhum humano me comove, mas os animais me fazem virar manteiga.”

    olha, eu sinto exatamente o mesmo e nunca havia encontrado ninguém que se sentisse assim, as pessoas normalmente ficam indignadas com esse tipo de declaração e eu até evito colocar como me sinto mas foi muuuuuuuuito legal descobrir “por acaso” – na realidade eu estava fazendo uma pesquisa sobre bordado com lantejoulas e aí abri pra ver se tinha algo, vi as fotos dos seus filhotes, que são lindos, e como sou louca por animais, tenho 3 cachorrões lindos: Mika, Clara e Hanna, acabei ficando e lendo mais coisa – uma pessoa que colocasse a forma como se sente exatamente como eu. Bom, legal te conhecer!

    Um beijo, GCid

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