a essa altura todo mundo que lê isso aqui deve saber que eu sou quase onívora e sem nenhuma crise, mas nunca é demais reforçar: gosto de carne e como as básicas que a gente acha em supermercado. não como coelho porque pra mim seria como comer cachorro (é animal de estimação) e não como carneiro porque não gosto do gosto. não comeria cachorro, gato ou cavalo (amigos e não comida :)) mas de resto estou aberta a sugestões.
eu entendo quem vira vegetariano por pena dos bichos; não entendo quem vira vegetariano por motivos de saúde (nós SOMOS onívoros, oras). e eu abomino quem vira vegetariano panfletário.
não tem coisa mais irritante que vegetariano radical que não perde uma oportunidade de explicar pra você que a bisteca que você está comendo era um porquinho rosado e feliz e filhotinho de uma mãe porca gorda e feliz. e como a gordura animal entope suas artérias e pobrezinho do peixe que foi pescado do mar, oh, deus…
lembrei do assunto por causa dessa manchete: jovens seminus protestam contra o consumo de peixes na semana santa. os jovens “defendem a dieta vegetariana como única alternativa ética para preservar a vida dos animais”. tenha a santa paciência, viu…
conheci uma vegetariana que é a coisa mais linda do mundo, a nina. indiana de casta nobre, ultra engraçada, inteligente, culta, viajada, alegre e, por religião, vegetariana. a nina ficou trabalhando comigo aqui no brasil por 1 mês ou mais e nos acompanhou em todas as aventuras gastronômicas, incluindo várias churrascarias. ela não comeu carne, é claro, mas comeu tudo o mais que podia, sem transformar a vida de nós, onívoros, num inferno. ela convivia com sua opção (e com a nossa) com muita serenidade, nunca fez nenhum tipo de discurso pró vegetariano e nunca nos condenou por comermos carne.
eu tenho pra mim que esses radicais vegetarianos querem é se colocar fora da cadeia alimentar, à parte dos demais animais, ou melhor, ACIMA deles, pois têm a magnanimidade de não matá-los para se alimentar. diferente de todos os animais carnívoros ou onívoros que habitam a terra, os humanos decidiram abrir mão desse comportamento irracional e optam por não matar os pobres animais.
ou são só covardões mesmo, que se alimentam de seres vivos que não têm perninhas pra fugir nem boquinhas pra gritar 🙂 (e eu já imagino uma alfacinha e seu grito silencioso, prestes a ser arrancada da terra :D)
Bom, eu sou “vegetariana”. Quer dizer, falo assim porque é prolixo demais dizer pesco-lacto-vegetariana (parece nome de distúrbio mental hahahaha). Como laticínios diariamente. Peixe e frutos do mar, adoro!, mas não como freqüentemente, mais ou menos uma vez por mês, em média. (Mas, quando estou na casa da minha mãe, como quase que diariamente.) Deixar de comer boi, porco e galinha (as carnes mais comumente consumidas por nós brasileiros) foi um ato simbólico na minha vida. Na minha vida.
Não me incomodo com o que os outros comem, contanto que também não se incomodem com o que eu deixo de comer. Também há pessoas que discriminam os “vegetarianos”, mesmo os de meia tigela como eu (que comem bichinhos aquáticos e produtos animais como leite e mel). Tratam-nos como ETs. E isto é um saco.
Na verdade, a questão me parece ser aquela mesma da dificuldade da maioria com o convívio com a diferença. Se todos nos preocupássemos mais em ser pessoas ‘de bem’, talvez não tivéssemos tempo nem vontade de aporrinhar os outros por suas escolhas.
Cada um tem seus motivos, sejam por saúde, religião, ética, “peninha”, gosto, blablablá… Pouco importa.
Em resumo: deixemos os outros em paz. Assim, o mundo será um lugar belo, harmônico, cheio de floresinhas, água de coco e brisa fresca. ;-D
Ah! Eu uso roupas e sapatos de lã e de couro, produtos animais.
ah, renata, quem dera todos os vegetarianos fossem como você, que fazem sua opção em paz, sem querer converter a humanidade ou fazê-la se sentir culpada por não ter se convertido!
e se um dia tiver vontade, queria saber por que você virou vegetariana 🙂
Eu tenho uma teoria que acho que se aplica aqui tb.
Na minha opinião, a sua amiga não quer convencer ninguém porque ela não é uma vegetariana “recém-convertida”. Vc falou que ela era uma indiana de casta nobre e, por religião, vegetariana, ou seja, suponho que é assim desde de criança.
Cheguei a essa conclusão ao observar várias pessoas evangélicas ao longo da vida (desculpe, de verdade, se te ofendo ou alguém aqui, não é minha intenção). Aqueles que haviam nascido em famílias evangélicas nunca tentaram me convercer de nada, no máximo convidavam para um evento ao outro (e nunca deixei de ir a casamentos batistas, cultos de aniversário etc). Porém aqueles que haviam sido de outra religião e depois se converteram, tentam de todas as maneiras te fazer trocar de religião com a determinação que só os que acreditam salvar o mundo possuem.
My two cents…
interessante, krys, porque é verdade o lance da religião: convertidos são muito mais radicais do que os “nascidos”. pensarei sobre isso 🙂
você TEM que ler a entrevista do Alex Atala na Trip deste mês. o cara tá pelado na capa e isso já me fez parar na banca e comprar a revista. aí cheguei aqui e li este post e lembrei de umas coisas que ele diz aqui. tem link, mas a impressa é mais completa: http://revistatrip.uol.com.br/143/negras/06.htm.
beijos.
O que que me irrita são aquelas pessoas vegetarianas que não comem carne por “pena” do animal. Invariavelmente me falam isso usando um sapato, um cinto, uma bolsa e/ou uma carteira de couro. Então comer não pode, mas matar e arrancar o coutro pode?
Por outro lado há também os que não gostam de carne e até os que se preocupam com os possíveis hormônios dados a alguns animais de criação. Mas também há todo tipo de conservante nos alimentos industrializados.
E tem eu, que como e adoro carne, mas que se tiver que matar o bichinho pra comer, fodeu. Assumo minha covardia.
Zel,
Não contei o motivo pra não cair no caso TMI. Mas, como vc perguntou, vou lhe mandar por e-mail.
beijo,
Renata.
Sou vegetariana ha dois anos e nunca pedi a ninguem pra parar de comer carne. Foi coisa minha, vou querer empurrar meus sentimentos goela abaixo de alguem pra que?
Meu marido come carne. Vou a churrascaria com ele numa boa (churrascaria hoje em dia tem tanta coisa :-P). Se ele parasse de comer também, ficaria feliz, claro. Mas tem muita coisa que ele adoraria que eu parasse de fazer tambem, risos! Entao…
Mas como mencionaram aí, tem o outro lado. Quando parei de comer carne, nao comuniquei a ninguém. Mas quando minha familia percebeu (ainda nao era casada na época), queria ate me levar pro psicologo, falaram demaaaaaaaaais… Hoje em dia aceitam bem, até brincam com o assunto. Mas demorou.
(bom, não peço a ninguém pra parar de comer carne e não ligo que comam perto de mim, como já disse, mas se alguém me pergunta porque sou e demonstra interesse no assunto, aí sim, falo pra caramba, confesso 😉
pois é, tirando as pessoas que realmente passam mal se comerem carne o resto deve ser pura culpa mesmo…
🙂