ventos de mudança

fiz algo que há tempos desejava fazer: apaguei dos arquivos vários anos de textos desse blog. apaguei o ano 2000, 2001 e boa parte de 2002. na verdade, de 2002, só sobraram novembro e dezembro.

não é exatamente o caso de queimar os arquivos ou esconder alguma coisa, até porque sempre vai ser possível achar resquícios desses textos espalhados pela internet. é que eu lia os textos e aquela não sou (mais) eu, estranho demais. melhor guardar essa fase de textos como guardo minhas cartas de adolescente: nas gavetas, só pra mim. se um dia bater saudade eu volto e leio, mas não quero mais esses textos irrelevantes e/ou constragedores (daria trabalho salvar o que realmente presta, que é pouco) me assombrando, chega.

sei que coloquei os links ali em cima, mas não releiam meu novembro e dezembro de 2002, não. eu andava muito triste nessa época. andei relendo várias coisa desses meses e constatei, com certo desgosto, que escrevo melhor quando estou triste…

bem, o universo da literatura-inútil-para-amadores que me desculpe, mas prefiro estar feliz e escrever pior 😉

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mas é maluco poder voltar no tempo tão precisamente através de textos no blog… quando me releio sinto tudo de novo, lembro de detalhes que já tinha esquecido e revivo alguns sentimentos. o que, vocês já devem ter imaginado, não é sempre uma boa idéia. viver certas coisas uma vez só já está de bom tamanho.

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meu último post de dezembro de 2002:

pantalaimon

dizem que há um mundo

no qual uma flor escarlate se transforma em bocal

e chamamos ajuda do céu

na forma de uma linda mulher que voa e tem

braços muito brancos.

ainda lá, as pessoas têm

animais que são um pouco delas mesmas

e jamais nos sentimos sós.

eu queria um furão branco, de olhos vermelhos

pra me aconselhar e dormir no meu colo

à noite.

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who was the one that stole my mind?

who was the one that robbed my time?

who was the one who made me feel unkind?

so fare thee well, sweet love of mine

(close the door lightly when you go, renato russo)

0 comments to “ventos de mudança”
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  1. Todo mundo tem esse costume de só escrever quando está triste né… daí quando tá legal, fica ocupado demais, curtindo a felicidade, pra escrever…

    Daí, quando vamos reler e relembrar, acabamos relembrando com detalhes mais as tristezas que as alegrias, daí a impressão de que o que vivemos é sempre triste…

    Se o blog só serve pra relembrar coisas tristes melhor nem escrever né… bora escrever coisas felizes =D

    Beijinhos

    Ah… não deixei feliz aniversário, mas me lembrei de você e desejei que o tivesse mesmo sem tê-lo dito 😉

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