20/ago, 21:50h
escrevo esse texto sentada na escada do muquifo conhecido como portão 1 do aeroporto de cumbica. mas eu poderia fechar os olhos e jurar que estou na rodoviária do tietê: calor insuportável (a despeito da temperatura amena do lado de fora), cheiro forte de banheiro público que há algumas horas não vê limpeza , pessoas sentadas na escada, como eu, ou deitadas pelo chão com suas malas. ou melhor: com sacolinhas plásticas de supermercado. não estou brincando, é sério: eu aqui com minhas bolsas la reina madre sentada no chão do lado da galera com saquinhos de supermercado e sacos de lixo de 100 litros (é, aqueles pretos) lotados de sei lá o quê, comendo pão de queijo e doritos.
a escada rolante que dá acesso a este buraco quebrou, é claro, e as pessoas descem andando nos degraus que não foram feitos para caminhar. várias pessoas se acotovelam, se empurram, um burburinho desagradável pra completar o quadro da desgraça.
mas o desconforto não começou aqui, às 21:50h, não. o vôo, da TAM, estava marcado para decolar às 22h e eu cheguei religiosamente às 21h na fila de check-in. a fila era imensa a ponto de termos que ir até o seu começo para garantir que estávamos no lugar certo, não dava pra ver de tão longe. esse procedimento da TAM já virou padrão: todos os mil e duzentos passageiros ficam em fila única e, quando o horário de algum dos vôos começa a chegar, os atendentes passam gritando (mesmo, não é força de expressão) o número do dito cujo para que os paus-de-arara (ops, passageiros) se identifiquem e sejam encaminhados para a fila dos urgentes.
alguns gritos depois tínhamos andado pouco e uma passageira nos deu a dica: vocês que estão com e-ticket, faça seu check-in ali no terminal e só despachem a bagagem na fila pequena, aquela ali. pois fui, fiz meu check-in em 3,8 segundos e entrei na fila-pequena. Ali, a coisa não foi simples: bastava despachar, certo? não tão fácil assim. meu rancor imediatamente se dirigiu às atendentes de cabelo engomado e uniforme ridículo, mas depois de uma pequena observação foi fácil concluir que o problema são os passageiros. perguntas idiotas, bilhete perdido na bolsa, documento dentro da mala que vai ser despachada ou simplesmente falta de noção crônica (que tal bater papo com a atendente, afinal estamos todos aqui na fila nos divertindo, não é? muito bem). o rapaz na nossa frente foi despachado em menos de 1 minuto, e o mesmo aconteceu comigo, às 21:42h, aproximadamente.
e foi aí que passei pelo agradável processo de entrar em outra fila e passar todas as coisas pelo raio-x. tem que tirar o notebook? tem, sim senhora. enquanto isso, na minha frente, uma perua idiota usava pelo menos 3 quilos de jóias e apitava no detector. ela só tirou a última pulseira cafona depois de uma bronca do guarda, enquanto eu esperava o momento de enfiar um gancho de direita naquela cara de cu.
e foi assim que vim parar aqui neste buraco de onde escrevo e observo os outros otários como eu que esperam o vôo que devia ter saído às 22h mas cujo embarque acontecerá às 22:30h “devido ao intenso tráfego aéreo” e a decolagem só deus sabe. do pouso eu nem vou falar que é pra não atrair energia negativa, sabem como é, porque além de pagar e aturar atrasos indesculpáveis, a gente ainda tem que lidar com a tensão de saber que essa companhia aérea faz uma manutenção porca das aeronaves.
nota mental para próxima viagem: avisar o cliente que de TAM eu não viajo mais. nunca achei que ia dizer isso, mas a Gol tem sido uma grata surpresa nesses tempos de decadência da TAM.
há 15 anos viajo via cumbica com regularidade e nunca vi esse aeroporto tão parecido com uma rodoviária, no mau sentido. esqueci de contar: enquanto esperava para fazer o check-in, apareceu uma moça completamente bem apresentada pedindo dinheiro com papelzinho contando história triste. como assim, pedinte no aeroporto de cumbica?!
vou fazer que nem o te dou um dado? que pede o fim da inclusão digital pela manutenção do bom gosto; vou fazer campanha pelo fim da popularização do meio de transporte aéreo.
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houve um tempo em que eu achava que pessoas mais abastadas eram mais educadas, a inocente. mais cedo, estava eu ainda na fila de check-in, um senhor, se dirigindo ao balcão VIP da TAM, vem empurrando seu carrinho lotado e me diz sem a menor cerimônia, em alto e bom tom: “dá licença aí!”. eu dei licença “aí” sim, mas reclamei pra ele. a resposta foi linda: “que foi, não gostou não?”. não senhor, não gostei não, viu? “dá licença aí” o senhor use com sua família, disse eu.
ele continuou resmungando pra si mesmo, coberto de razão, é claro. a parte boa dele ser VIP é que foi atendido em 1 minuto e nos livramos dos resmungos do infeliz.
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e eu cheguei, passei pelo inferno da esteira com barricada e da fila do táxi. e ainda fiquei gripada. isso se chama “inferno pré-férias”, só pode ser…
Ai Zel, quando eu penso que vou ter que enfrentar avião TODOS os finais de semana do mês de setembro chega me dá uma tristeza. Até o passeio de mini férias para Recife tá me deixando bad, só porque tenho que enfrentar avião. Vamos de GOl, será que melhora alguma coisa? Ai. Aparece diaba, quero fofocar! ;o)
Olá Querida!
Por acaso vc recebeu o e-mail com as dicas da Grécia que te mandei?
Caso não tenha recebido, grite que te mando de novo, afinal sua viagem está chegando não é?
Beijão
Olá! Acabei de conhecer seu blog mas já me identifiquei mto com essa história sua em Cumbica. Também fui vítima dessa sensação “rodoviária” e “desfaçam a inclusão aérea, quero passagem CARA”!
Também tenho que viajar a trabalho com certa fequencia, o que não é taaaaaaao legal, não. Por exemplo, recém voltei de um tour pela América Latrina, quase todos os trechos de Lan. O que era para ser bom. Mas que foi péssimo.
Resumindo bastante, tive um overbooking em La Paz (ainda estou esperando U$170,00 que me juraram seriam depositados na minha conta), perdi um vôo para o México quando estava em Lima e as mulas que trabalham na empresa SE ESQUECERAM de refazer minhas reservas, de modo que aterrissei em México D.F. (aeroporto pequenininho, sabe, quase como o de Frankfurt?) sem vôo para Monterrey!! E precisava mto chegar na cidade no mesmo dia!! AAAAAARGH!!
Para completar, meu retorno de México D.F. a Lima foi um caos: viajei na última fileira do avião, ao lado de 2 banheiros. DOIS BANHEIROS PARA 150 PESSOAS, NUM TRECHO DE 5 HORAS E MEIA! Dá pra ter noção da porcaria que foi? E detalhe: viajavam ainda 5 crianças de colo, que não pararam de chorar um segundo! Pelo amor de deus! Vc quer ter filhos? Quer fazer viagem internacional com eles enquanto pequenos? Ótimo, mas então ponha uma rolha da boca deles. Na boca e no cu, porque o que teve de mãe carregando fralda cagada pra jogar no banheiro, eu não pude nem contabilizar.
Desculpe, mas precisava desopilar!
Seu blog é ótimo, já está até favoritado para ser lido diariamente!!
Abs