chegamos às 7 da manhã em creta, a maior ilha da grécia e também onde a civilização grega começou. é de lá que vem a civilização minóica e é de lá o mito do minotauro. mais precisamente do palácio de knossos, que foi o grande motivo de visitarmos a ilha.
pra ver o palácio de knossos hoje em dia é preciso muita imaginação e informação histórica: só restaram ruínas, de fato. também, depois de tsunami, terremoto e não sei quantas invasões, pudera… 🙂 depois da acrópoles, foi o lugar com mais turistas que visitamos na viagem toda.
apesar disso, uma curiosidade: tivemos muita dificuldade em encontrar lembranças com o tema do minotauro. procuramos muito uma réplica de moeda com o minotauro desenhado (trouxemos para minha sobrinha de 5 anos, que ficou encantada em saber que íamos visitar “a casa do minotauro”) e achamos somente umazinha. perguntamos ao rapaz da loja de souvenirs o motivo de ter tão pouca coisa sobre a mitologia grega à venda. a resposta foi assustadora: “não vende, senhora. as pessoas não conhecem nada de mitologia grega, muitas delas perguntam inclusive onde estão, não sabem nem o nome da ilha”. O_o
quando chegamos ao local, senti um cheiro bom, adocicado, mas não soube dar nome a ele. achei que era um tempero, mas depois descobri: voltando para o carro para seguir viagem, vi uma senhora vendendo figos, uma das minhas frutas preferidas. ela colhia os figos de um pé na sua própria casa e vendia às dúzias! era esse o cheiro, os figos ao sol!
comprei, é claro, e eram doces como mel.
almoçamos muito bem e foi neste dia que nos demos conta que a fama de país machista era real: os garços, reparamos, não só não olhavam nunca pra mim como serviam sempre primeiro o fer. juro: as mulheres são servidas por último e tratadas como seres de segunda categoria, não é exagero. um horror, mas vamos ignorar essa parte. dizem que temos que respeitar a cultura alheia, essa coisa de “diversidade” que eu abomino. sigamos.
alugamos um carro para dar a volta em boa parte da ilha, pois dar a volta completa não caberia em 2 dias apenas. seguimos para o lado oriental, parando às vezes para apreciar o mar e tomar nosso primeiro banho no mar egeu!
a áfrica é do lado de lá…
almoçamos, apreciando o azul e descemos até ierapetra, onde resolvemos dormir.
e foi aqui a primeira roubada: seguindo a recomendação do guia lonely planet (aliás, mil vezes melhor que o guia da folha, sem comparação), fomos para um hotel razoável e conseguimos pedir um quarto. pela primeira vez na viagem encontramos alguém que não falava uma palavra de qualquer outro idioma que não fosse grego. ena domatia, parakalo (um quarto, por favor) então, e tudo bem. só que o hotel não tinha água quente! imaginam os dois cansados, suados, com sal de mar e sem água quente?
de alguma forma o fer conseguiu explicar pra mulher que só falava grego que não tinha água quente. quando eu resolvi ir embora, puta da vida, ela arranjou outro quarto “very good” (apareceu o inglês dela na hora do barraco, vejam vocês) e lá ficamos. tinha água quente e eu tomei um banho demoradésimo, pra compensar. só que o fer, coitado, tomou banho frio esta noite, porque a água quente acabou, graças a mim. ops!