das voltas do mundo

há 10 dias, mais ou menos, recebi um recado no mínimo curioso no orkut – uma senhora me avisava que a filha dela tinha certeza que tinha estudado comigo no primário e queria confirmar. hein? isso mesmo, a filha usou o orkut dela (a mãe) pra procurar ex-alunos da escola municipal cacilda becker e quando me viu no grupo teve certeza que era a amiguinha que tomava lanche com ela.

as datas batiam: 1981, 3a série do primeiro grau, eu tinha 9 anos. pedi a foto, assim eu poderia confirmar. ela mandou e, gente, estamos ela e eu na foto! essa foto aqui (veja a nota que eu deixei, caso não me reconheça – mas eu tou igual :D).

descobri que eu era ruiva (sempre achei que meu cabelo era castanho claro), branquela que nem um fantasma, magrinha e com cara de feliz-abobalhada. pudera, eu adorava aquela escola com todo meu coração. foi lá que aprendi a ler e escrever com a tia célia, onde aprendi todos os hinos (que sei de cor até hoje), foi lá que plantei minha primeira árvore e aprendi que existia um tempo verbal chamado mais-que-perfeito. nesta escola tive aulas de música (voz e instrumentos de percussão) e ganhei neste ano da foto meu primeiro e único prêmio de alguma coisa – melhor aluna da escola em leitura em voz alta, ganhei uma CAIXA de livros! vocês têm idéia do que significou aquela caixa pra uma menina apaixonada por livros?

e lembro vividamente do pátio da escola, do frio absurdo que fazia de manhã (ou seria um frio normal e o uniforme de saia-pregueada + meia 3/4 é que matava a gente?), do café com leite bem quente com bolo de laranja e dos almoços que eu nunca perdia. meus preferidos eram a sopa de fubá com couve (jamais outra versão dessa sopa foi igual) e a polenta com frango. eu comia com gosto aquela comida quentinha e gostosa, feita pelas tias da merenda e servida nos pratinhos azuis de plástico, com a colherzinha combinando.

e lembro do cheiro dos cadernos e livros encapados, dos lápis e das borrachas.

através da internet reencontrei minha amiguinha de 27 anos atrás, que me deu de presente a foto (que meus pais obviamente não guardaram) e as lembranças todas. só isso já valeu ter entrado no orkut.

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a vida é, quase sempre, uma maluquice. é só prestar um pouquinho de atenção e você percebe – caramba, que mundo doido!

reparei que quando acho tudo muito calmo ou normal é porque parei de prestar atenção 🙂

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quinta-feira passada começamos uma nova empreitada em conjunto: aulas de arco e flecha. sem me estender demais nas explicações de “por que diabos arco e flecha?”, conto que estávamos treinando, ou melhor, matando mamutes imaginários, quando vejo entrando no local uma figura velha conhecida: alexei, o russo.

ele é um amigo querido demais, mas andávamos perdidos um do outro. como aliás acontece com todo mundo, né? amigos nem sempre têm que ficar grudados. e de repente era ele, que treina ali nesse local há um bom tempo e está morando em campinas. acreditam?

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algumas coisas ficam pra trás, outras voltam, outras mudam. a vida é incrível e, contra todos os azares, bela e surpreendente.