porque tem gente que não evolui

alguns de vocês sabem – com mais ou menos detalhes – de um episódio sinistro que aconteceu comigo há uns anos e que acabou em prejuízo financeiro considerável (pra mim). para os que sabem eu vou recontar e pros que não sabem, sentem que lá vem história.

e podem me chamar de otária, sim, porque tudo o que aconteceu foi exclusivamente culpa minha. como dizia um professor meu da faculdade, só existe esperto porque existe otário. eu nasci otária, infelizmente, mas aprendo com cada tombo – o título do post não é pra mim 😉

tudo começou quando eu me separei e, antes de decidir o que fazer com a casa que tinha recém alugado, resolvi morar temporariamente no esquema república com pessoas que eu considerava amigas, apesar das diferenças gritantes entre nós. as diferenças de valores, educação, ética, essas coisas básicas, sempre foram nítidas. mas eu estava na merda, essa é a verdade, e exatamente por isso não consegui perceber que estava cercada de merda por todos os lados. na verdade, na situação em que eu estava, o entorno fazia todo sentido.

enquanto eu estava morando na tal república havia uma série de incômodos: sujeira, barulho, falta de respeito ao espaço alheio, aquelas coisas todas típicas de república. mas havia um fator que era especialmente difícil pra mim – a personalidade destrutiva dos outros moradores. pra quem é desses papos de energia, é fácil explicar – energia ruim, raiva, maldade, inveja, depressão, revolta, tudo junto. ah, sim, e drogas + bebidas, que combinadas ao ambiente acima não preciso nem dizer no que resultava, né? pois eu, essa pessoa doce e feliz, estava enfurnada num buraco desses com essa gentalha. pior: eu achava que estava entre amigos simplesmente porque essas pessoas me davam atenção. o que um casamento fodido não faz com a gente, meu deus, carência afetiva é mesmo uma doença!

pois meu atordoamento era tanto com a situação em que me encontrava que eu achei que mudando de imóvel esse ambiente mudaria. eu já tinha a casa no meu nome pelo próximo ano ainda, então por que não irmos todos para um local mais amplo, mais arejado? nos mudamos pra minha casa, todos.

(mal sabia eu que a casa, o ar, o cacete a quatro não importa; quando as pessoas dentro do local são um lixo, o local se transforma num lixo)

desnecessário dizer que o ambiente não mudou nada. a sujeira, a bagunça, a falta de respeito, etc. continuaram e depois de presenciar uma briga de socos entre o casal da casa eu decidi que não dava mais. precisava voltar pro meu espaço limpinho, silencioso, tranquilo e comuniquei minha decisão de desfazer a tal república.

os meus “amigos” obviamente não gostaram – é uma a menos pra pagar as contas, isso é sacanagem, etc. entendo, concordo, lamento, mas a decisão estava tomada. me ofereci pra transferir o aluguel para o nome de um deles ou eles poderiam se mudar pra outro lugar, se quisessem. enquanto não decidiam, ficavam na minha casa, sem problemas.

tá, pode começar a me chamar de otária agora, como todo mundo faz nesse ponto da história: você deixou essa gente ficar na sua casa sem você lá dentro? você achava MESMO que eles iam cuidar da casa e pagar tudo direito? HA HA HA HA!

é, aparentemente o risco era óbvio e eu ignorei. de novo, o desespero deve ter me atrapalhado – eu não aguentava mais aquele inferno, queria me livrar, e acabei fazendo besteira. mea culpa.

pois me mudei, aluguei um outro apartamento (a casa ainda alugada no meu nome pelo próximo ano, vejam bem) e deixei a casa com eles.

neste primeiro mês, eu ainda tinha que dividir algumas contas, certo? certíssimo. um dos rapazes entrou em contato comigo pra pegar a minha parte da divisão, e eu obviamente queria depositar na conta de algum deles. não, não é possível. por quê? na prática, eles queriam “dinheiro na mão”, por motivos que eu, que sou uma pessoa que paga contas em dia e não deve pra ninguém, não entende. eu sou e sempre fui ocupada (pra caramba) e nunca tive tempo de ir entregar 100 reais pra ninguém em lugar nenhum. por conta das enrolações desse processo de “como pagar, se não posso depositar na conta de ninguém”, meus so called “amigos” decretaram que eu estava dando calote neles – eu, a única pessoa honesta, com emprego e etc. do grupo – e resolveram que precisavam se vingar.

vocês já viram o desdobramento, não, leitores? eles demoraram pra receber uns trocados meus e simplesmente pararam de pagar TODAS as contas da casa, inclusive o aluguel. que eu, a partir deste primeiro mês, assumi. juntamente com o aluguel do meu novo apartamento, é claro. estamos falando aqui do aluguel de uma casa de 2 andares, 3 quartos, na aclimação. nem preciso dizer o preço, vocês devem ter uma idéia.

tentei conversar sobre o assunto com as pessoas, mas eles foram quem sempre foram: raivosos, desequilibrados, sem caráter. não vou pagar mesmo, você que tem dinheiro que pague. bem, considerando o contexto, contratei um advogado, é claro. a partir deste ponto ele assumiu e negociou a saída da corja. conseguimos tirá-los de lá depois de 2 meses, e eles não pagaram nem um centavo de aluguel e nem de nenhuma conta – tipo água e luz que usaram no período. eu paguei tudo direitinho, como se deve, paguei também a rescisão de contrato (2 aluguéis), pintei a casa, aquela coisa toda, e fechei esse parêntesis.

e por isso mencionei valores e ética em algum momento desse texto: é disso que se trata. independente do que eu sinto ou acho a respeito de quem quer que seja, algumas coisas são certas e outras são erradas. deixar de pagar contas devidas a alguém porque tenho raiva ou acho que fulano está errado é falta de caráter. ponto final. eu consumi, eu aluguei, eu usei? eu pago. se acho certo ou errado eu discuto depois.

mas ética e valores são aquelas coisas que a gente traz de berço, eu não discuto. essas pessoas não tiveram e não têm caráter, e demonstraram isso antes e depois desse episódio, em cenários diferentes e com personagens diferentes. por isso mesmo eu fico 100% tranquila de contar essa história – de um lado estão eles, fazendo merda uma atrás da outra com todos que os cercam; do outro lado estou eu, que sempre fui correta e não devo um alfinete pra ninguém.

e, podem chamar de coincidência ou justiça divina, mas eu acho que não é à toa: enquanto minha vida é ótima e eu sou cada vez mais bem-sucedida em todos os aspectos, eles, bem… a palavra fracassados definiria bastante bem a situação deles.

gastei uma grana preta nessa história toda, façam a conta. e não sou rica, como vocês todos aqui devem saber, venho da família pobre e trabalho de montão. mas paguei tudinho e ganhei em dobro de volta. por essas e outras acredito que fazer a coisa certa sempre compensa. minha sorte e sucesso confirmam isso todos os dias.

sei que errei e ainda vou errar e fazer papel de otária muitas vezes nessa vida ainda, mas de uma coisa eu tenho certeza: todas as vezes que eu errar será por bem e não por mal. jamais tentei prejudicar ninguém, nem com a maior raiva do mundo. sempre procuro fazer a coisa certa, mesmo quando é super-difícil superar meus medos e preconceitos.

e, ex-amigos: se tiverem a oportunidade de ler isso, saibam que não guardo raiva, já passou. eu tenho é muita pena, principalmente porque sei que vocês realmente acham correto o que fizeram comigo e com vocês próprios, e fariam de novo. vocês são pobres de espírito e não vão evoluir, principalmente porque sempre acham que o que dá errado na vida de vocês é culpa dos outros e não de vocês mesmos.

**

por que eu escrevi essa história? porque descobri que até hoje uma das personagens conta por aí que eu, pessoa má que sou, expulsei ela e o pai da filha dela da casa onde moravam.

pouco me preocupa o que essa louca diz por aí, até porque essas coisas são ditas pra quem aceita conviver com uma pessoa de caráter no mínimo duvidoso. gente desse naipe nunca vai chegar nem perto da minha esfera de convívio, então…

mas achei que não custava botar a história em perspectiva, certo? e quando alguém perguntar, ao invés de contar a história pela milésima vez eu mando um link pro post 😉

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  1. Zel, essas pessoas precisam de carinho. Se se portam assim, é porque tiveram traumas, a vida não foi justa com elas. É preciso conversar com elas, dar colo, dar atenção. No meu mundo ideal, eu daria para essas pessoas passagens de primeira classe para algum lugar paradisíaco, com tudo pago, para longas sessões de terapia e autoconhecimento.

    Teríamos uma festa no aeroporto, todo mundo com colares de flores, bandeirolas, apitos. Tudo para demonstrar carinho, que é do que elas precisam.

    Aí o avião decolava e a gente jogava um SCUD nele.

  2. Zel, eu acho que você teve muita sorte, em dois meses conseguiu colocar o bando pra fora. Eu estou há quase um ano tentando tirar uma inquilina do meu apartamento. Ela é exatamente esse tipo de gente fracassada que não trabalha, não faz nada de útil na vida, e só pensa em tirar dinheiro das pessoas honestas tentando processá-las. Mas fico feliz em saber que há justiça nesse mundo, e eu estou esperando por ela…

  3. Poxa Zel,

    eu gosto muito quando vc conta historias tão reais.

    Eu me sinto menos sozinha, vejo que não sou só eu que vivi e ainda viverei histórias de terror que me machucam tanto.

    Por isso, cada dia mais estou mais voltada pra minha família e selecinando muito meus amigos..até pra almoçar eu as vezes prefiro ficar sozinha, lendo um livro…

    Falando nisso to lendo a breve historia do mundo, to adorando.

    Bom finde e tome ums cachaças boas em Parati 😉

  4. Zel, e não é que eu já tinha escutado a história desse jeitinho que a outra pessoa conta.

    Sorte e ainda bem que você se livrou. Eu abomino pessoas que dizem que a vida delas não anda por causa dos outros e ainda tem a coragem de dizer que minha vida é boa por causa da sorte. Ok,posso até ter sorte, só que a minha é acompanhada de trabalho, estudo, dedicação e muita ética na vida.

    Beijo

  5. Boa Zel,

    Por muito menos que isso meu tio matou um cara

    bjo

    gui

    ps – apenas um aparte sobre a entrevista que vc fez com o estagiário….euzinho aqui entrevistei o seu digníssimo e em 30 segundos de conversa vi que ele era (é) fora de série…mas mandei ele fazer uma análise de alguma coisa que nem lembro mais….nem lí …hahahaha…pra que?

    bj2

  6. Jesuschristinabasket, Zel… que pesadelo! Lamento muito que você tenha passado por toda essa agonia… Mas que bom que hoje você pode contar tudo isso no pretérito perfeito, de cabeça erguida e mente tranquila. Que bom ver que honestidade, caráter e ética ainda vencem neste mundo, just for a change.

  7. Zel, estive lendo sua história, por acaso, quando digitei a palavra amigo no google, e me deparei com um texto que me pareceu muito autentico, e era o seu, rrss.

    Bem, escrevi qpra lhe dizer que vc teve muita sorte em ter prejuízos materiais, uma vez que amigos podem se transformar em inimigos intimos e prejudicar a nossa vida pessoal de forma irreversível. Eu tenho tido muitas decepções com “amigos”. Ainda bem, que Deus tem me dado a oportunidade de conhecer pessoas de muita luz, de grande sabedoria para ocupar o meu coração, tapando as crateras causadas por pessoas falsas e mesquinhas. beijos.

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