parece que minha vida tem sido feita de observar o mundo e ver filmes, não é? pois é mais ou menos isso mesmo. filmes e causos (histórias vêm em vários formatos), casa no meio do mato, visitas gostosas à quitanda pra comprar jabuticaba, goiaba e banana (pros macacos, eu nem gosto assim tanto), canto de passarinho, observação da luz que muda, das estações do ano, silêncio e aconchego.
no domingo, vejam vocês, ganhei lembrancinha de dia das crianças dos meus pais, com 36 anos… puro carinho e brincadeira. fizemos almoço de família, daqueles que cada um contribui com um pouco e todos ficam felizes. quem precisa de mais que boa comida e bebida, companhia de amigos e sonhos? alguns momentos da vida são especiais e a gente não percebe, mas eu percebo este aqui. é como se tudo fosse banhado por outra luz, mais dourada e quentinha. há saudades e medos, alguns sonhos ruins e incômodos passageiros, mas são como pedras escorregadias ou morros que a gente escala e depois diz “ufa!” antes de continuar andando. a caminhada é que importa.
entre os fios que se cruzam, de diferentes cores e tipos, forma-se a vida. alguns são finos e quebradiços, temos que cuidar com cada puxão; outros são firmes, outros ásperos, outros coloridos e fofinhos. a mistura deles é que faz o xale que me aquece e embala nos dias que passam sem que eu perceba direito. parece que foi ontem que fiz 30 anos, meu deus.
dezembro se aproxima, e sinto que esse foi um ano de plantio e não de colheita. acompanhei tantas histórias, vi desenrolares vários, assisti morte e vida. tive medo e coragem, e sorri tanto, tantas vezes. chorei pouco. esse foi o primeiro ano sem férias em muitos anos. tem sido um ano de pé no chão, investimento, correção de rota (ou seria desenho de rota? sempre fui um tanto desgovernada e hoje me sinto firme, timão na mão).
vamos casar, pra valer. sem alarde, ali no cartório mais próximo, simples do jeito que gostamos. a intenção se expressa no gesto, mas a verdade está nos pontos bordados cuidadosamente dia após dia. está no beijo de cada manhã e no sorriso de cada tarde.
acho que aprendi (ou entendi), finalmente, que não existe nada mais importante que o detalhe, os alinhavos delicados de cada minuto. atualmente saúdo cada dia quando acordo e digo adeus às noites antes de dormir, agradecendo por estar aqui e poder contar com tudo e todos que me cercam. sou grata pelo meu passado, pelos erros que me ensinaram, pela minha disposição em aprender.
talvez esse sentimento e atitude sejam a prece ou a fé que procurei por tantos anos e nunca encontrei nas religiões. percebendo a trama dos dias e das horas, descobri as oportunidades que nascem a cada instante que chega.
já não deixo mais as chances passarem, agarro forte.
Bonita essa idéia dos fios do xale. E pensar que, dependendo dos fios que escolhemos, podemos passar frio, calor, conforto, arrepio, macio.
Adoramos.
Beijos em vcs e nos macaquinhos 🙂
Coisa mais linda de se ler Zel, e ser criança acho que é um pouco isso. Atentar para os detalhes, agarrar as coisas com vontade.
Beijoca,
Ô côsa linda…
Amém! 🙂
ó zel, falei mal d’ocê lá no kumbuka. ahuaaha. beijoooos
ah, que notícia linda! Parabéns pelo casório 🙂
oxi post bão de ler, de deixar olhos molhados de alegria e vida com gosto de doce de leite…
e a vida pode ser boa, boa. obrigada, zelinda, obrigada
Zel, muito bonito esse seu post. Dá para ver que vc está feliz e tranqüila.
Estou vindo aqui te convidar para um assunto bem interessante. Quem sabe você também vai aderir. Passa lá no meu blog para saber mais. Acredito que você tenha muita coisa para contar.
Obrigada
Zel, que lindo! Parabéns por essa decisão, parabéns por essa construção, pela caminhada, pelo tecido dourado, pelo amor, por tudo!!!
PARABÉNS !!! E mais e mais felicidades em seu casamento, papel passado, desenho lindo!
Beijos pra vcs!
ai amiga, eu amo tu, amo o fer, as pedrinhas da vera, o óculos do teu pai, a tua casa, o teu pé de lavanda. eu adoro poder compartilhar de momentos delícia, simples e verdadeiros aí com vocês. a-d-o-r-o. obrigada pelo domingo delícia.
Adorei esse post, Zel. Obrigada.
Que post lindo, Zel 🙂