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história derradeira: fer

Oi, Zel. Eu sou o Fernando. Seu marido. Isso, o último.

Bom, eu me lembrei de uma história que tem tudo a ver com esse blog.

Foi pelo blog que te conheci.

Na verdade, acho que o seu blog me levou ao blog do seu marido de então (o penúltimo…). Simpatizei com o cara, e ele tinha uma mulher que escrevia bem e parecia a melhor amiga que alguém podia ter. Esse contato me levou a uma(s) festa(s) na sua casa (eu saí numa foto, lá no cantinho, sentado sozinho, lembra?). E você era incrível. Mesmo descontando o vestido meio transparente.

Casamentos vão, casamentos vêm, e eu descobrindo que você estudou no ITA, que gostava da Hilda Hilst, do Chico, de Memória da Pele. De dodôs!

Pelo blog sabia que você estava triste. O blog me cochichava quando te levar presentes.

Pelo blog acompanhei de fora (só assim) a gente nascendo (“Arca de Noé”), a gente crescendo (“posts particulares tornando-se públicos”, “as canções que você fez para mim”, “urgência”, “de porque as estrelas piscam”).

Pelo blog continuo acompanhando seu dia, o desenrolar da sua noite, os outros lados das nossas conversas, as outras visões de nós e de mim mesmo. No seu blog me vejo, me leio.

Eu visito seu blog todos os dias.

Este blog me trouxe você. Eu me apaixonei pelo blog antes. No limite, esse blog nos colocou juntos, nos deu os lares, os furões, o piolho. É um blog safado, esse.

Enfim, é uma historinha curta; vem acontecendo só há uns 10 anos. E contando…

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esse blog realmente foi o início da nossa história. não porque iniciamos um relacionamento romântico por aqui, mas porque através dele as oportunidades de nos conhecer ao vivo apareceram. sem o blog, provavelmente nunca nos teríamos encontrado na vida. (talvez ali no shopping paulista…)

vou contar mais um pouco do começo: ele pode até ter lido meu blog antes, mas eu o conheci através do meu ex marido. (aliás, obrigada ex marido pelo marido atual! super agradeço a indicação :D). lembro de ter sido apresentada a ele numa festa, pelo ex, e eu realmente estava com um vestido prata um tanto transparente. o ex marido gostava muito dele, mas eu só fui conhecê-lo mesmo (ainda não biblicamente…) bem depois. mas simpatizei, é verdade.

nosso encontro foi… complexo. e a história foi contada lá em 2002, em posts espalhados e um tanto cifrados (alguns nem tanto), de propósito. a decisão de assumirmos nosso relacionamento, nosso amor (por que não dizer?) não foi simples. criou mágoas, cicatrizes, inclusive em nós mesmos. mas leia os posts que ele cita, e vocês vão ver que a nossa sintonia e amor eram (e ainda são) maiores que os contratempos. e até por isso seguimos juntos, apesar das dificuldades todas.

esse blog foi diversas vezes a minha única válvula de escape, uma forma de destilar o que eu nem sabia direito que sentia. esse meu amado, sensível e romântico que é, sabia e ainda sabe me ler como ninguém. ele lê, interpreta e me acolhe, cuida, mima, conquista. não se passa um dia sem que receba dele carinho, amor, atenção, cuidado. com ou sem presentes (que ele sabe escolher como ninguém).

o blog dele, por outro lado, nunca serviu pra nada além de me deixar irritada 😀 ele não escreve! o blog é um reflexo dele mesmo: silencioso e cínico, tudo disfarce para a doçura maior do mundo. um meninão disfarçado de homem com cara de bravo.

eu adoro saber que ele lê meu blog. eu pergunto “leu o post tal?” e ele sempre leu ou fica ansioso pra ler. ele acompanha minha vida online e acompanha comigo cada história, os comentários, os papos de MSN. minha vida online é parte da nossa vida, a gente discute idiotice de blogs alheios, vejam vocês. e rimos, rimos, rimos. peço ajuda pra ele me ajudar a responder perguntas que vêm por email ou nos comentários (e ele sempre ajuda).

eu não sei quando me apaixonei por você, meu amor, mas não foi no blog não. não sei se foi no primeiro beijo, na primeira noite, no primeiro aniversário (acho que eu já estava apaixonada, afinal te levei pra jantar no extinto crêpe de france, ainda naquela casa linda!), na primeira briga. eu sempre percebo que me apaixonei sem volta quando brigo. verdade – porque brigo só com quem eu amo, com quem faz diferença. é por isso que eu brigo com você, tá vendo? 🙂

o que eu sei com certeza é que por mais que eu escreva, ou fale, ou faça, não consigo expressar o quanto você é importante na minha vida, o quanto eu amo você. e não é só porque te amo agora, mas porque construímos uma história linda, profunda, madura e tão delicada. passamos por dificuldades pra chegar onde estamos, insistimos muito. erramos, acertamos. eu desabafei aqui nos textos, tantas vezes, sempre na esperança de me entender melhor (e quem sabe você também se entendeu melhor… depois de ler sua história acho que pode ter ajudado).

nossa história antes de decidirmos estar juntos já era de uma riqueza imensa. aliás, como é bom casar com alguém que tem histórias, que já passou por dores de amor, já chorou e amou. o peso dessa história traz ainda mais significado para nossa própria história. (ok, você lembrou do jorge versinho, não te culpo)

foi muito gostoso retomar os posts antigos, da época em que nos conhecíamos, e reler tudo! estou aqui feliz por esse blog existir simplesmente pra que eu possa me lembrar como tudo isso foi bonito, intenso, maluco. e como continua lindo e intenso (se contar a gente decidir ter um filho, acho que posso considerar maluco também, não acha?)

10 anos de blog, 7 anos juntos. estamos aqui prestes a receber nosso filho, que vai com certeza fazer parte desse blog, vai ter sua história contada, suas fotos divulgadas, pobrezinho. será que em mais 10 anos ele terá um blog ou vai microblogar no twitter e fingir que não conhece a mãe que é dinossaura de blog?

não é à toa que eliminei os posts anteriores ao nosso encontro, querido. assim como eu, esse blog se beneficiou muito da sua companhia e amor. eu sou (e por isso ele também é) infinitamente melhor, mais leve, mais feliz e mais maduro depois de você.

foi você que me ensinou a ser (ou tentar ser… ou ser mais…) doce e suave na esfera pública. por sua causa sou mais compreensiva, amorosa, paciente (ok, só um pouquinho mais). decidi me tornar mãe. decidi que quero passar o resto da vida com alguém, construir junto, pensar no futuro. ser melhor.

obrigada por existir, por estar sempre grudado em mim, por pegar no meu pé, por ler meus posts e corrigir os erros de digitação. por me fazer rir de coisas que não deviam mesmo ser muito sérias. por amar meus furões mais do que eu mesma. por ser paciente com minha família e comigo. por desejar o piolho tanto quanto eu.

e por compartilhar essa história fofa.

(achei esse post aqui, e acho que foi nesse dia que me apaixonei!)

te amo.

5 comments to “história derradeira: fer”
5 comments to “história derradeira: fer”
  1. Esse é o Ferdinando! Sempre que vejo essa fofura de 2 metros, dou risada imaginando que algum dia no meio de algum enduro a pé ele vai parar e sentar na mata pra cheirar uma florzinha que achou no caminho (rsrsrs).

    Também penso que quando o Otto nascer em, algum momento eu (a Super Nanny das crianças) vou gritar “Fer…não esmaga o Otto, ele é só um bebê”.

    Mas meu cunhado, com características de Ogro (grande e cara de mau) é um docinho de pessoa (claro, porque quem em sã consciência diz que gosta da cunhada?).

    Adoro você coisa linda da cunhada!

  2. Ai, minha nossa senhora da bicicletinha: dai-me equilíbrio!

    Fer, isso é muito, muito lindo. Desculpa, Zel, o blog é teu, mas o post é dele… aí, eu falo com ele, né?

    dFiquei um tanto comovido.

    Amor aos dois! Fui!

  3. Eu lembro que quando conheci o meu atual marido pela net, alguém me falou “tem a Zel, sabe? então! é o mesmo tipo de história” pra me provar de que era possível… E desde então acompanho teu blog. E muito aprendi aqui sobre trazer a vida real pra virtual, inclusive. E não concordo com tdo, claro, mas é bom te ler, Zel! E foi delicioso ler teu marido agora. E com saber que, assim como no meu caso – olá, eu ñ sou anormal – existem os fatos que fizeram vcs serem o que são hj!

    Nós temos praticamente o mesmo tempo de relacionamento e hj estamos “grávidos”, dando início a um processo de adoção (embora as pessoas ñ entendam o pq adotaremos já que podemos ter filhos), ou seja, mais um passo que estamos dando rumo a tudo que podia ser só virtual e virou real…

    Possivelmente eu deveria ter escrito um post pro teu blog… Teria sido melhor que esse comentário, prometo! 😉

    Parabéns pra vcs! 🙂

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