estou no momento “tudo é novo para os meus olhos velhos”, tão lindamente cantado por herbert vianna. e isso inclui também o blog.
obrigada weno pelo design, nospheratt pela programação e migração. vocês arrasaram!
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continuo escrevendo loucamente no fabricando, compartilhando tudo que consigo sobre essa fase complicada de dar alimentos sólidos para o bebê e continuar amamentando depois de voltar ao trabalho. aos interessados, acompanhem, tem coisa legal por lá.
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por conta da migração, estou revendo posts antigos, corrigindo títulos e tal. concluí que escrevia melhor antigamente. e escrevia mais com o coração… hoje estou mais racional e objetiva nos meus textos, e não sei se isso é bom ou ruim. se é que dá pra julgar assim, aliás. mas fiquei um pouco saudosa da paixão, que traz consigo inevitavelmente o sofrimento.
no fundo, os posts de 8 anos atrás são mais… jovens. acho que é isso: envelheci, e envelheceram também meus textos e minhas emoções. estou mais madura, menos impulsiva e, bah, menos apaixonada.
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acho que tenho feito as pazes com fantasmas antigos. nunca fui de ter rancor, nem consigo (infelizmente pra mim, às vezes), mas algumas histórias me assombravam. até que o sábio flavio gikovate avisou: temos dificuldade de ver pessoas do nosso passado tocando sua vida sem nós não porque ainda gostamos dela, mas porque gostaríamos que elas ainda gostassem de nós!
incomodada, concordei que é isso aí. “não é que eu queira reviver nenhum passado…”, não. é desejo de ser importante, querida, ainda. também isso é preciso deixar pra trás, abrir mão, viver o presente.
no fundo, perdoar é isso: reconhecer que o presente é mais importante que o passado. parar de remoer coisas que simplesmente já não importam.
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sou incompetente pra falar sobre perdão, o meu é quase automático. preciso me esforçar é pra lembrar do mal que me fizeram, dos meus erros. sou daquele tipo de pessoa que lembra de tudo com lentes coloridas, saudosa, só o lado bom. um perigo.
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e o impasse? profissional e pessoal. ganhei um papel novo (na vida) que roubou todo meu tempo pra mim, e no trabalho vejo novos horizontes (e continuo querendo explorá-los). quem tem tanta energia pra correr atrás de sonhos e ainda cuidar da vida? os quarenta se aproximam e espero recebê-los renovada e não cansada 😉
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o meu menino é lindo, querido, bem-humorado. tirar fotos dele é a coisa mais fácil do mundo, todas saem lindas. e esse amor é muito gostoso, porque só cresce, melhora, fica mais forte.
mas não minto: continuo não tendo muito saco pra criança, e trabalhar está sendo um alívio.
e não, ser mãe não me “realizou como pessoa” e nem nada parecido. é tão-somente uma experiência única e incrível, como tantas outras na vida. é um novo de tipo de amor, de relacionamento, de vivência. e que traz consigo coisas lindas e incríveis e traz também coisas chatas e irritantes.
ainda acho que a romantização da maternidade por parte de algumas mulheres tem a ver com a frustração e sensação de fracasso no “resto da vida”. o que é péssimo pros filhos, no fim das contas, pois essas mães projetam todas suas esperanças e sonhos neles.
é responsabilidade demais prum ser humano, minha gente. tudo o que eu quero é que meu filho seja independente de mim, e muito muito feliz. o resto é bônus.
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feliz 2011, a propósito 🙂
Zel, esse seu post foi tão impactante e certeiro que postei o link dele no meu facebook… e vou usar uma frase sua em uma conversa dificil que terei em breve, porque ela foi a luz que faltava pra eu entender os próximos passos: “no fundo, perdoar é isso: reconhecer que o presente é mais importante que o passado. parar de remoer coisas que simplesmente já não importam.”
beijos e feliz 2011!
que bom, babi 🙂
Zel,
Eu acabei de ler o post da Denize falando sobre este seu post eu vim correndo aqui ler. Nada mais verdadeiro. Tento tanto fazer as pazes com o que passou e as palavras do Gikovate caem feito uma luva e até certo ponto um soco.
Bjs