sendo mulher

tenho pensado muito sobre o que é ser mulher moderna desde que meu filho nasceu. porque caso vocês não saibam ou não tenham percebido, vou contar um segredo: é muito mais fácil ser mulher moderna SEM filhos!

marcar presença no mercado de trabalho, ser provedora e eventualmente terceirizar as atividades domésticas são realidade há alguns anos. já não é mais comum ver pessoas chocadas ou incomodadas com mulheres que trabalham, são provedoras e contratam funcionários para fazer o trabalho doméstico.

quando se trata de tercerização de tudo que se relaciona aos filhos e mães-que-trabalham, no entanto, a história é bem outra. esse ótimo texto da joana, no blog luluzinhacamp, me motivou a escrever esse post que estou ensaiando há pelo menos 2 meses.

não sei se isso é coisa recente, porque comecei a prestar mesmo atenção ao “mundo da maternidade” quando engravidei, mas há uma tendência — que não à toa prolifera entre as mulheres ricas, cultas e ditas “modernas” — de voltar às origens. reparem no monte de mulheres que chamam a si mesmas de mamíferas (para lembrar que mamamos e devemos dar de mamar aos nossos filhos), referem-se aos seus filhos de “crias”, não usam drogas (pelo menos não as lícitas) e idolatram a homeopatia, recusam-se a usar fraldas nos bebês (ou só usam de pano), são avessas a médicos, hospitais e todas essas coisas que “nos afastam de nossas origens”. elas também execram babás e creches, e várias decidem parar de trabalhar para cuidar dos filhos.

apesar de concordar que toda pessoa, toda mulher, tem direito de decidir o que quer fazer da própria vida, ainda assim me dou o direito de discordar destas bandeiras, não pelo impacto individual que causam, mas pela mensagem geral que transmitem. algumas dessas tendências vêm de comunidades que são fortes no mundo online (e estão ficando fortes também fora da rede), e têm passado mensagens que me preocupam e incomodam.

muito me incomoda a onda de “volta às origens” combinada com a premissa de que ser mãe equivale a sofrer e fazer sacrifícios. esse suposto revival do passado (frequentemente idealizado e irreal), daqui de onde observo, significa retroceder e abrir mão de conquistas importantes da mulher nas últimas décadas. velada ou claramente as partidárias dessa onda criticam e/ou invalidam conquistas femininas importantes como por exemplo optar por trabalhar fora, dedicar tempo à carreira, e enquanto isso deixar seus sob o cuidado de outras pessoas.

seja você (ou eu) contrária a algumas práticas e decisões — usar contraceptivo ou decidir abortar, fazer cesárea em ambiente controlado (em oposição ao parto natural em casa), dar mamadeira (ao invés de amamentar) e colocar os filhos na creche (e voltar a trabalhar) — não há como negar que elas são conquistas libertadoras, que permitem às mulheres usar seu tempo como melhor lhes convém.

acho perigoso que algumas mulheres de repente considerem errado e condenem mulheres que não abrem mão da carreira para passar mais tempo com seus filhos. concordemos ou não com decisões individuais de algumas mulheres, precisamos continuar lutando para que elas tenham o direito de decidir como executam seus papéis de mulher e mães.

*** pausa explicativa ***

quero reforçar o seguinte, pra quem não acompanha: essa onda e essas comunidades de mulheres a que me refiro não estão apresentando uma alternativa, enquanto respeitam as outras. elas se posicionam como as detentoras da verdade, e conhecedoras do caminho correto. armam-se de explicações associadas à “natureza” para se justificarem e classificarem tudo o que não é supostamente “natural” como errado. os textos publicados sobre assunto deixam claro que as mulheres que não optam pelo caminho que elas consideram correto não são boas mães.

*** fim da pausa ***

mas e as “mamíferas ativas”, afinal, não têm também o direito de se expressar? claro que têm, oras. que continuem se expressando, o que não me impede de discordar do que fazem e achar que há muitas semelhanças entre a pressão destas senhoras e a pressão social de 30 anos atrás.

digo mais: o problema não está no conteúdo, mas na forma. mesmo que eu pessoalmente não aceite bem a idéia de abandonar minha carreira para cuidar do meu filho, entendo quem o faz por opção. acho que ambas as escolhas têm consequências, e é preciso estar ciente dos prós e contras das duas. mas simplesmente não aceito que digam que meu vínculo com meu filho é menor porque trabalho fora, ou que tenho por ele menos amor que uma mãe que cuida do seu filho em tempo integral (!) ou mesmo que ele será infeliz (ou coisa parecida) porque não tem a mãe por perto do tempo todo.

não aceito porque (1) não há base para provar nenhuma das afirmações e (2) porque amor não se mede e nem se compara. são afirmações levianas, e que poderiam facilmente ser ignoradas caso não se tratassem de questões tão delicadas e caras para cada mãe, cada mulher. por mais que seja possível racionalizar a questão, o golpe é duro e dói: são mulheres atacando outras mulheres nos seus pontos mais frágeis. é injusto, é cruel e é um retrocesso.

convido vocês a lerem este post – não chame a coleguinha de puta – pois tem tudo a ver com o assunto que estou trazendo à tona aqui. não se trata de maternidade, mas antes de ser mulher e ter respeito por outras mulheres, por suas escolhas.

somente quando nós mesmas pararmos de julgar e atacar umas às outras é que teremos de fato respeito e liberdade. as “mães mamíferas” precisam voltar a estudar a história do feminismo, e entender que nossa principal conquista é (e ainda está sendo – estamos longe dela!) poder escolher. sem dar satisfação à sociedade, aos nossos pais, parceiros e aos filhos inclusive.

no meu mundo ideal, as mulheres serão inteligentes, informadas e seguras de que podem optar pelo que quiserem, pois estão cientes das consequências e não precisam dar satisfação a ninguém. não serão chamadas de putas pelas colegas e nem terão de ouvir que não amam seus filhos porque preferiram trocar o peito pela mamadeira.

28 comments to “sendo mulher”
28 comments to “sendo mulher”
    • amanda, li sim. e fiquei impressionada com os comentários! quantas mulheres que não entendem a questão da escolha, não é?

      não li o livro, e não posso opinar sobre ele, mas concordo que não existe “instinto materno” que guia as mães. creio em algumas características predominantemente femininas que ajudam no cuidado do bebê (percepção mais aguçada de sinais não verbais, por exemplo) e creio MUITO nos mais importantes diferenciais da nossa espécie: a transmissão de conhecimento entre membros da tribo e o apoio da comunidade.

      acho também que essas neo-mães-naturebas encontraram neste caminho da abnegação/dedicação aos filhos uma válvula de escape. virou motivo de viver, o caminho e a luz, quase religião (tudo pra se afastar do foco em si mesmas, veja bem). mas se é assim que se realizam, que sejam felizes. só defendo que não massacrem outras mulheres com essa “cartilha” e nem criem a nova inquisição 🙂

      lamento por elas, por seu radicalismo e falta de solidariedade com outras mulheres que são diferentes delas. nosso direito de escolha consciente é nosso bem mais precioso, é preciso valorizá-lo mesmo quando discordamos.

  1. Tudo certo, Zel, muito bem.
    Gostaria de colocar uma questão, uma pergunta, porque é de verdade uma grande dúvida. Na minha adolescência de formação feminista (anos 60) acreditei piamente que homens e mulheres eram iguais, só detalhe de “educação” (hehe, ingenuidade mor).
    Claro que educação e esclarecimento contam, mas a história é um tanto mais complexa que isso, né.
    Na gravidez e início da criação da pequena, fomos até assunto de reportagem do Jornal da Tarde como casal moderno, que tudo dividia.
    Bom, até a página 4. Rapaz se cansou de brincar de casinha.
    Mas cansou brabo. De super-pai descambou para abandono TOTAL da filha. E bota total nisso. Um exemplo: a adolescente liga pro pai: “Estou com dengue” e ele: ” E o que você quer que eu faça? Vire-se!”.
    Bom, claro que esse é um exemplo extremo, mas aconteceu.
    Então acabei chegando à essa conclusão: mulher só deve ter filho se tiver condição de arcar com tudo sozinha, porque me parece que príncipe pode mesmo virar girino (sapo já é muito).
    Gostaria de saber o que você e outras mulheres acham desse assunto. O quanto contam com os homens para criar os filhos?
    Como isso se dá no cotidiano? E nos planos?

    • eu acho esse assunto muito interessante e difícil. vou escrever um post sobre isso lá no meu blog de maternidade, mas adianto o seguinte:

      – eu jamais teria um filho se não tivesse condições de cuidar dele sozinha, caso o pai desapareça. concordo contigo que é complicado e eu me preocupei com isso quando decidi ser mãe. (mas convenhamos, a maior parte das mulheres não pensa nisso… por mais que ter um filho seja algo que só se faz a 2, a carga e a responsabilidade é mesmo da mãe. devíamos engravidar com mais consciência, sim). além disso, escolhi ter meu filho com um homem que no meu entendimento seria o pai que eu desejo pro meu filho. podia ter engravidado antes, mas não engravidaria de qualquer um e não encararia “produção independente”, é muita responsabilidade.

      – eu conto 100% com o meu marido, pai do meu filho, pra fazer absolutamente TUDO. ele só não fez/faz a única coisa que não é possível alguém além de mim fazer, que é dar o peito. o resto, ele faz tudo. e discutimos sempre isso: ele não faz pra me “ajudar”, não, é obrigação dele. ele próprio vê assim, e procuramos sempre tratar dessa forma. o nosso filho é responsabilidade compartilhada, com o mesmo peso.

      mas as pessoas e as circunstâncias mudam, e entendo o seu problema… resta se armar de mais energia e seguir adiante, colega. shit happens 🙂

  2. Sabe, Zel, hoje acho que o maior problema que o feminismo enfrenta é o excesso de julgamento das mulheres pelas próprias mulheres. Eu sempre discordava daquela frase que diz que mulheres não têm amigas. Ainda discordo, mas hoje vejo que as mulheres se criticam muito e, por consequência, se julgam muito. E o pior tentam impor o que acham certo de qualquer maneira, sem nem perguntar à outra mulher o que ela acha. Tenho tentado faze um exercício bem simples: não julgar outras mulheres pelas suas escolhas, desde a roupa que ela veste até a vida que ela escolher (desde é claro que haja riscos muito grandes, como por exemplo violência doméstica). Ainda não estou 100%, mas já me alivia bastante. Espero que outras mulheres comecem a fazer o mesmo.

    • eu também faço esse esforço, sabe? é difícil, mas é preciso. estamos acostumados a julgar o tempo todo, fico besta em perceber isso em mim mesma.

      exercício de maturidade, solidariedade e gentileza né?

      beijo!

  3. Zel, obrigada!
    Pelo post, pelo raciocínio, por tudo.
    Poucas situações deixam a gente numa fragilidade mental tão grande quanto um parto e um bebezinho pequeno que para tudo depende de outras pessoas. É mesmo muito cruel impor à mãe a carga de permanecer o tempo todo grudada no neném.
    Eu caí nessa armadilha e me senti péssima por meses após voltar ao trabalho.
    Sou sincera em dizer que só não parei de trabalhar porque meu companheiro não dava conta das contas sozinho.
    Foi doído e desnecessário, e só aconteceu porque dei importância a esses discursos na hora errada.
    Sei que meu filho tem e sempre teve uma estrutura completa, suficiente e melhor do que a mãe em casa direto para cuidar dele.
    E saber disso, hoje, me deixa somente mais revoltada com os meses de agonia que passei pensando em alternativas para trabalhar menos e poder ficar mais em casa, não porque eu quisesse, mas porque imaginava que não estava fazendo o máximo pelo meu filho.
    A mensagem que percebo quye está sendo passada é: cada um tem o direito a fazer as suas escolhas, desde que estejam de acordo com o que “eu” acho que é certo.
    Em resumo: obrigada por escrever muito do que eu ando pensando ultimamente!
    Abraços…

    • poxa, eu que agradeço seu depoimento. pra mim é um alívio saber que há mais de nós por aí, e que os textos de alguma forma ajudam outras mulheres (mesmo que seja por empatia somente).

      julgar os outros é péssimo, mas nada é pior do que quando julgamos a nós mesmas, né? somos carrascas.

  4. a falta de solidariedade entre as mulheres é de uma maldade sem tamanho, zel. É baixa a atitude de execrar uma mulher que quer permitir-se ser alguém melhor, inclusive porque isso faz dela uma mãe melhor. Também penso que muita coisa que é vendida como necessidade do filho é na realidade insegurança pessoal.
    Mas na minha opinião o que mais é mais preocupante é o impacto negativo que toda essa renúncia tão proclamada pelas xiitas causará em seus próprios filhos, prejudicando-lhes o desenvolvimento em alguns aspectos do seu comportamento individual.

    • kátia, concordo contigo. mas nem me preocupo mais em “acender vela pra defunto ruim”, sabe? essas mulheres radicais e más (sim, elas são MÁS com as outras, diferentes delas) só vão perceber o mal que fizeram inclusive a si mesmas no futuro. e ainda assim, é possível que coloquem a culpa em outra pessoa (nos filhos, no marido…)

  5. tomando a liberdade de responder à anônima: particularmente não tive essa dúvida. Em nenhum momento pensei que eu ficaria mais segura se tivesse certeza que conseguiria segurar a barra do filho sozinha porque eu também (sei que é feio pensar isso, mas mais feio é não admitir que penso) me enxergava como um ser que corre o risco de uma hora pra outra dar uma de louca e abandonar meu filho. Meu marido e eu vivemos uma relação saudável há 7 anos e só agora o Antonio chegou em nossas vidas. Todo o tempo de convivência com o meu marido me deu a única segurança de que preciso: ele faz o possível para ser o melhor pai, assim como eu me dedico a ser o melhor mãe que posso.

  6. oi zelzinha, nossa eu não sabia q tinha comunidades e td mais, nossa as pessoas estão ficando radicais … como vc mesma disse cada um tem a sua opção , tenho uma amiga q o filho ta com 8 anos e ela passou poucas e boas com ele pequeno alergia a lactose, refluxo, e mesmo assim ela ñ deixou de trabalhar e sempre conseguiu conciliar as coisas e hj eu vj q fica em casa ou não é uma opção de cada mulher como te disse eu optei p ficar ñ me arrependo, pq eu tenho o trabalho doméstico além deles e me sinto feliz assim pode ser q mais p frente eu volte a trabalhar a estudar né a vida só não deve parar, vivemos de momentos e momentos passam eu te apóio se vc ta feliz amiga é isso que importa pq qdo vc chega em casa vc mesma disse vc é de seu filho e outra vc amamentou ele coisa q muita mulher p ai da desculpas q não tem leite ou p não ficar com o peito caído coisa e tal, e eu acho vc uma mãezona e olha q agente não convive acompanho as fotos do otto e vj que vc participa de td com ele, as pessoas só sabem criticar, ajudar q é bom nada, nem ligue seja feliz o que importa é ser feliz os outros são os outros ….
    eu tava aqui procurando uns sites e achei isso interessante e gosto de compartilhar com as amigas eu sou do tipo q aceita opinião sabe, então gosto tbm de partilhar .
    http://www.terapeuta.psc.br/o-sono-do-meu-bebe.php

    bjs fica com Deus e em paz felicidades a familia linda 🙂

  7. Mas… se vc defende o “poder escolher” porque passa 2/3 do post pichando as mães que escolheram ser antigas?? Vc não quer ser julgada mas é ultra julgadora… Para de gastar energia com uma racionalização monumental, que envolve feminismo e falta de provas científicas, e assume que você está puta da vida com o que os outros pensam de vc como mãe (relaxa, toda mãe é insegura, aceita isso e bola pra frente…)

  8. zel, sinceramente… amamentar no peito é [salvo exceções] melhor opção do que dar mamadeira. daí a inferir que quem dá mamadeira é “menos mãe” é um pulo enorme – quem defende a amamentação não faz essa relação, mas frequentemente quem dá mamadeira se sente acusada de não amar seus filhos… e aponta o dedo pra quem defende a amamentação, affe!
    enquanto essas 2 questões estiverem no mesmo balaio (como vc mesma colocou), pouco se vai avançar na conversa.
    e assim é com a maioria dos outros assuntos.
    escolha. independência para escolher. informação. apoio. liberdade. consciência. assumir os riscos.
    e, sim, não chame sua coleguinha de puta!
    ;o)

  9. zel, vou apenas reforçar a indicação da amanda. estou lendo “o conflito – mulher e mãe”, da elisabeth badinter, e tenho me lembrado muito de suas reflexões aqui no blog. ela fala muito bem de como essa onda da maternidade “naturalista” está se transformando em uma escravidão para as mulheres e em como as defensoras dessa ideia, com seu radicalismo, estão prestando um desserviço às mulheres que, com as conquistas feministas, hoje podem e devem fazer as escolhas que quiserem. é bem interessante mesmo.

    • Flavia, não somos poucas, mas temos receio de nos posicionar graças às nossas colegas xiitas (ou mentirosas). O que mais tenho gostado de escrever esses textos é ver as mulheres comentando – aliviadas! – e podendo se expressar com outras que pensam/sentem parecido. Um beijo!

  10. Tive um filho há dois meses e durante a gravidez passei a defender bastante o parto normal, mas nunca fiz disso uma bandeira contra as mulheres que escolhem a cesárea com a hora marcada. No entanto, acho absurda a porcentagem de cesáreas que são feitas no Brasil. A absoluta maioria dos médicos simplesmente não estimula ninguém a tentar o parto normal, independente de a mulher apresentar todas as condições para fazê-lo, e é sabido que não é porque a cesárea é mais segura, mas sim porque ela é mais cara e mais prática para o próprio obstetra. Não é a toa que quase toda mulher tem pavor de sentir as dores do parto. Por outro lado, vejo isso como um posicionamento político meu, digamos assim, que não me permite bradar que alguém que escolhe a cesárea está errada.
    No mais, acho incrível como essas mães não percebem que esse pensamento “novo” é super semelhante ao discurso mais conservador sobre as mulheres: que elas existem para ser esposas e mães e nada mais. Como você disse Zel, se elas vivem felizes desse jeito, ótimo, mas querer impor esse estilo de vida às outras é basicamente o que o machismo tenta nos impor, e não tem novidade nenhuma nisso. Eu, particularmente, acho perigoso dedicar uma vida inteira a uma coisa só, mesmo que essa coisa seja um filho. E quando o filho bater asas, o que vai restar dessa mulher que viveu 18, 20 anos unicamente a seu favor? Até porque, muitas “escolhas” que as mulheres fazem ainda refletem o modo como todas nós fomos criadas, o que a sociedade espera que a gente faça. Será errado pensar que talvez algumas dessas mães, sob a pressão que todas nós sofremos para ser mães perfeitas, “escolha” esse novo modo de vida porque ele dá uma nova roupagem à velha dedicação exclusiva da mulher à família?

    • Tâmara, eu defendi parto normal (antes de ter meu parto show-de-horror cesárea emergencial com bebê na UTI) e continuo defendendo. Assim como defendo amamentação exclusiva, livre demanda e tal e coisa. E acho que nunca fui radical, pelo menos não era a intenção.

      O que mudou é que percebo agora que mais importante do que aquilo que a gente acha certo pra gente (ou pros outros) é o que é possível, viável, saudável para a MÃE também. É fácil se perder nesse raciocínio do que é melhor para o filho, e viajar na maionese. A mãe (e o pai, que tá ali do lado) devem se colocar sempre em primeiro lugar quando o assunto é cuidar dos filhos, porque se os pais estão exaustos, infelizes, etc. quem sofre é o filho.

      Sempre lembro da recomendação de salvamento de aviões: em caso de uso de máscara de oxigênio, SEMPRE coloque a sua primeiro, antes de colocar em uma criança ou idoso ou sei lá. Se você não estiver respirando, amiga, morrem todos que dependem de você.

      Beijo!

  11. Pingback: A violência obstétrica em pauta

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