A Juliana, que escreveu o post (sigam. Ela ela é uma artista incrível) além de artista e feminista tem uma briga pessoal contra a pedofilia.
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Ela foi abusada quando criança por vários anos, dentro da sua própria casa (como acontece na imensa maioria das vezes, +70%) e se recusa a simplesmente aceitar que pedófilos são todos doentes, porque é mesmo conveniente não ver essas pessoas como normais e esquecer que de várias formas a sociedade valida o comportamento pedófilo.
Meninas são incentivadas a parecerem mulheres desde a mais tenra idade, são sexualizadas de forma asquerosa, e na pré adolescência já são consideradas “perigosas”, são acusadas de seduzir seus próprios estupradores e abusadores. Lembram que em +60% das gravidezes de adolescentes os pais são maiores de 21 anos?
Meninos são incentivados desde bebês a se comportarem como predadores sexuais, objetificar mulheres, assediar homens que não são “masculinos”. Aprendem a ter muito orgulho do seu pinto, que deve aproveitar qualquer “oportunidade” pra enfiá-lo em alguém, entre outros absurdos.
Como pode dar certo uma sociedade construída nessas bases?
Não é o caso de duvidar que a doença mental exista, mas admitir que temos um problema como sociedade, que permite que crianças (e mulheres!) sejam abusadas e estupradas de forma crônica.
Em 2018 foram registrados no Brasil 180 estupros POR DIA (ainda há os não notificados). 63% deles são cometidos contra vulneráveis. 82% cometidos contra mulheres (destas, 51% são negras). 76% dos agressores são conhecidos das vítimas.
Vivemos em guerra. Precisamos fazer alguma coisa.