quando
(e não se)
houver angústia sobre
o vir-a-ser
o existir no futuro
saiba — ou lembre-se —
que antes de ser, não éramos
mas estávamos.
átomos
e r r (a n t e s)
e o tempo era só
mais ou menos
uma dimensão
irrelevante.
até o acaso
nos dar
contexto
e uma embarcação
de carne e ossos
abrigando um pouco de saber
e infinitas dúvidas
— o pensar é nossa âncora.
e então somos
fomos
estamos sendo
seríamos
e — de novo,
por acaso —
quiçá também
seremos.
mas que
em não mais sendo
(porque nessa jornada
encarnada
a corrida é contra o tempo,
que corrói nossa nave
enquanto navegamos)
voltamos
ao eterno estar
dos átomos —
pó de estrelas.
de novo: livres
embaralhados
dançando a dança
do Big Bang
sempre prontos
para
(um dia, por acaso)
de novo ser.
**
Um pequeno poema meu sobre a vida e a morte, inspirado em Fernando Pessoa, e.e. cummings, Caetano Veloso e Carl Segan.
(Sujeito a modificações, já que foi feito aqui no celular em alguns minutos pra registrar a ideia ❤️)