Esse artigo é do ano passado, mas só vi agora e é muito relevante: por trás dessa postura PAZ E AMOR e as piadas sobre “ter que controlar o que come porque senão fica do tamanho de um ônibus” está o julgamento constante de quem tem um corpo gordo.
A mensagem de todo dia, toda hora, é que qualquer sofrimento e sacrifício para se enquadrar num corpo magro é justificado. Ela menciona que aceitou ter que se sacrificar, e brinca que em outra vida ela deve ter sido “magra e muito má”. Ser gorda é maldição, castigo, e requer sacrifício pra voltar a ser o que toda mulher precisa ser: magra.
Entendo demais as pressões absurdas que sofremos pra chegar nesse ponto, e ainda mais sendo atriz. É foda, e pra poder seguir na carreira talvez ela tenha mesmo que se sacrificar e fazer tudo que puder pra ser magra. Minha crítica é sobre o discurso: não podemos normalizar isso! Temos que falar sobre isso de forma aberta: é um sacrifício, é uma merda, e quem de nós não preferia NÃO ter que gastar tempo e dinheiro com isso?! Enquanto a gente falar sobre isso como sendo normal, estamos contribuindo com a pressão social para ser magra, de forma ativa, e somos parte dos que pressionam.
(A mesma coisa que falo sobre ser jovem a qualquer custo. Quem não tá dando a real, tá ajudando a manter o problema vivo)