Frizz

Eu poderia passar a vida falando dos efeitos desgraçados do patriarcado na nossa vida, mas hoje eu tou aqui pra falar de xampu e produtos pra cabelo.

Eu amo cabelão, independente do comprimento. Diz que é culpa do ascendente leão — cabelo pra mim é coroa, acessório de afirmação de personalidade (e a minha é bem grande, pra compensar a pouca altura 😂)

Quando eu era criança a gente usava qualquer xampu que tivesse em casa. Lá em casa quando eu era maiorzinha tinha sempre Aquamarine (AMO) e neutrox (ótimo pra depois da praia).

E tinha xampu pra cabelo NORMAL, olha que conceito incrível? Pra quem é mais jovem ou já acostumou com essa realidade cagada, vamos falar sobre os nomes de xampu de mulher?

(Sim, porque xampu de homem não tem nada disso. Podem ir lá conferir)

Não sei em que momento isso aconteceu, deve ter sido gradual, mas ao invés de xampu pra cabelo normal, oleoso e seco, agora temos xampu para cabelos que:

passaram por trauma psicológico e físico graças à mudança de estrutura dos raios UV e da camada de ozônio e que se ressentiram da mudança de estilo de vida e do efeito estufa mundial.

E o xampu, ao invés de ser feito com algas marinhas (saudade, aquamarine 💔) agora é feito com flores bebês do Nepal colhidas na primavera, combinada com óleo de sementes da árvore do Avatar.

Porque seu cabelo tá traumatizado, deprimido, destruído, irrecuperável. E ele tem volume demais, ou de menos, e cachos demais, ou de menos.

Não tem cabelo bom. Cada vez que vou comprar xampu é um drama, porque eu me recuso a comprar um produto que xinga meu cabelo. Ele tem sentimentos, e eu também.

Voltei a comprar xampu Johnson, empresa do mal mas que pelo menos não faz gaslight com minha juba. Ou compro xampu e sabonete de galão, ou finjo que sou homem e compro produtos mais baratos e que ao invés de me ofender aumentam minha auto-estima:

“Xampu para cabelos de campeão!”

É puxado ser mulher, viu?

Deixe um comentário