uma carta pra manaus
eu hoje uso o meu casaco vermelho de pequeno príncipe e lembro de um amigo que está longe. eu não esqueço das tardes frias com vento aqui dessa cidade, as caminhadas na vila e suas ladeiras. não esqueço o cheiro delicioso do apartamento dele, das comidas preparadas a quatro (ou mais) mãos. não esqueço do inverno com o coração do tamanho de uma semente e das leituras aleatórias de clarice lispector, na cama, enquanto ele tentava (em vão) trabalhar. o pain au chocolat que a gente insistia em comer, e o chá dele que sempre me curava.
as lembranças são muitas e muito doces. gosto de pensar que meus meninos vão voltar e que vamos tomar muito vinho e chá juntos, jogando de novo o i ching. e que, dessa vez, eu não vou estar mais tão confusa. vamos rir e cantar, cozinhar e comer, ver filmes antigos e falar muito.
ah, meninos, vocês vão gostar tanto da minha cozinha amarela e da varanda cheia de luz… espero vocês com uma macarronada e aquele vinho. até!