(sem título)

sexo verbal

estou lendo três filhas da mãe, pierre louÿs, a todo vapor. não nego que o livro é envolvente e aqui e ali dá um tesão danado, mas confesso que me enche o saco a mania dos tarados europeus pela escatologia (alguém leu o livro da catherine millet?). em primeiro lugar, parece que eles não passaram da fase anal: só falam de dar e comer cu. é como se sexo se tratasse de enfiar pau no buraco, e só (dando sempre preferência à entrada de serviço, como diz o gabis).

complemente o cenário com uma tara por merda e mijo (eu ia falar cocô e xixi, que eu prefiro, mas não combina com o tema), por cuspe e porra que fica mais importante que o prazer do contato, do gosto, do cheiro. o tabu torna-se o principal protagonista: pedofilia, incesto, zoofilia. tudo o que cheira a proibido vira regra. parece que a transgressão é mais importante que a diversão. eles gostam especialmente de chocar e não de curtir, me parece. talvez seja uma faceta do sado-masoquismo, o prazer de ver o outro humilhado e o prazer de sentir-se humilhado.

fiquei pensando se gosto de algumas dessas coisas, se essas idéias me agradam. quase todas me agradam e muito, mas sem excessos. a imaginação e as flutuações, variações de tema, são as constantes que mais me agradam na vida e no sexo, boa pisciana que sou.

talvez os europeus gostem mesmo é de sexo mental e não corporal, da idéia e não da sensação. é sexo de intelectual.

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