(sem título)

das leituras

pois eu, lesa que sou, confundi os livros do chico. eu tava lendo budapeste! e acabei, junto com três filhas da mãe. gostei mais do primeiro, aliás eu gostei muito do livro do chico. fui resgatar na memória minha visita de alguns dias a budapeste, procurei postais, florintes. não achei ainda as poucas palavras que anotei em húngaro (bom dia, boa tarde, obrigada, coisas assim) mas lembro perfeitamente da sensação que o idioma me causou. ler o livro foi um prazer também por revisitar aquela linda cidade e sua língua tão exótica quanto um bolinho salgado de ameixa que experimentei e nunca me saiu da lembrança. curioso e gostoso, como tudo naquela cidade.

foi lá que conheci um menino da transilvânia (e não me cansava de rir quando pensava “meu deus, ele é da terra do conde drácula!”), e ele entendia português muito melhor que eu entendia romeno. um menino de cabelo de trigo e com disposição de criança de 7 anos, nos carregou para todos os cantos de budapeste, falando incessantemente, orgulhoso de sua cidade-madrasta e com ódio do ditador romeno (como era mesmo o nome dele?). ele disfarçava quando falávamos do vampiro. acho que confessar que é romeno depois do fenômeno conde drácula deve ser uma maldição, todo mundo deve fazer as mesmas piadas e as mesmas perguntas. eu não resisti, é claro, afinal, quando vou encontrar de novo um nativo das terras sombrias dos cárpatos novamente nessa vida?

mas eu fugi do tema, que era o livro do chico… gostei muito, ele tem uma qualidade que eu aprecio demais num escritor: ele envolve a gente, dá vontade de ficar ali lendo a história mais tempo, e quando acaba a gente queria mais. eu fiquei sonhando o resto da história, além do livro. isso não é bom?

Deixe um comentário