(sem título)

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e quando a gente não sabe direito onde dói? queria minha mãe. mas não exatamente a minha, queria aquela mãe ideal cheia de farinha nas mãos e de avental, com colo gordinho e quente, pra me fazer deitar e passar a mão nos meus cabelos. queria um chá de hortelã, desenho à tarde no sofá. queria não ter contas pra pagar. queria não ter que lavar louça nunca mais. queria lençóis limpos e brancos, todos os dias, chegar e a cama estar feita do jeito que eu gosto. um banho morno de banheira. um sonho bom. bolinho de chuva com banana, açúcar e canela. um espelho mágico, fantoches de personagens de contos de fada (de espuma). queria ser compreendida.

*

“quisera ser compreendida”. isso soa tão clarice lispector. não é pretensão, é só impressão mesmo.

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cansei de pensar. e agora?

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eu queria abraçar um monte de gente. hoje eu abraçaria o ângelo, um amigo-gigante, que quando abraça a gente acha que se perdeu, de tão grande que ele é. é bom.

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