noites do norte

eu sinto falta dele, da doçura, dos conselhos, do colo sempre disponível. sinto falta das piadas infames, dos assuntos intermináveis, das fofocas, das piadas (de rir até chorar). sinto falta das comidas, dos cafés, das sobremesas inventadas, dos vinhos com conversa. sinto falta de um certo mês de junho de muito frio e tristeza passado dentro da casa dele que fez de tudo para que eu passasse por aquilo tudo com dignidade. eu morri e nasci de novo naquele ano, só pra morrer e nascer de novo no ano seguinte, e no próximo, e também no que vem.

ele não está mais aqui pertinho, ao alcance de um táxi. eu às vezes me sinto perdida sem ele por perto, sem o abraço cheiroso e quente dele, sem as histórias maravilhosas, daquele jeito que só ele sabe contar. mas ele não está nem à distância de uma ponte-aérea, ele está a muitos quilômetros de distância e eu faço contagem regressiva para sua volta, para a volta deles, os meus meninos queridos. muita coisa pode ir e vir nessa vida mas meu amor por eles cresce como aquele cacto que não era meu mas adotei. ele floresce a cada ano.

meu amor, obrigada por voltar a escrever. sinto tanto sua falta que às vezes dói e ler suas palavras me traz um pouco de você de volta.

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  1. que coisa mais linda isso. e tudo o que você escreve. há admiração imensa por você aqui na alma. porque é para ela que você fala. há tempos venho me banhar de ternura, delicadeza e sensibilidade aqui no seu blog, zel. de um jeito tímido e quieto. hoje deu vontade de agradecer. obrigada por dividir suas impressões e sua boniteza com o mundo.

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