o tigre

lembram da história do tigre, que eu contava depois? então, é essa aqui:

estava andando no zoo de washington, área dos grandes felinos (grauuu!) e os mais lindos e poderosos são donos do meu coração: os tigres. cheguei ali na beira do fosso dos bichos e nada deles. montes de crianças acotovelando minhas costelas (vejam bem, da média elas são do meu tamanho) e eu pulandinho tentando ver alguma coisa. nadica. enquanto esperava os tigres darem o ar da graça, fiquei pensando no calvin e aquela série hilária no zoo (ele se perde… lembram?) e também percebi a conhecida sensação de incômodo com os bichos ali presos, aqueles “rios” de mentira, o habitat forçado. os animais em zoos me parecem sempre tristinhos e apáticos, por mais lindos que sejam. eu não consigo deixar de sentir pesar por eles não estarem em suas casas, não dá. gosto de vê-los de perto, é sempre assombroso, mas acho sim um tanto cruel.

ok, com estes pensamentos na cabecinha, fui ler as onipresentes placas e mapas e estatísticas dos americanos, na beira do fosso. lá estava a frase: do you feel sorry for the poor animal in the zoo? e meu coração grita YES bem forte. continuei lendo e lá estava toda uma apologia ao zoo e como o local abrigava os animais e cuidava muito bem deles, etc, etc. tudo muito bem, a não ser pelo fim:

os animais, na natureza, são expostos a toda sorte de violência, doenças e adversidades. aqui eles estão seguros, são cuidados pelos melhores veterinários e recebem comida balanceada e bons tratos. eles são protegidos da extinção. o que você preferiria?

incrível! não é maluca uma nação que de fato se acredita salvadora dos fracos e oprimidos através do cerceamento? pior: isso não é, definitivamente, uma opção da ala política, dos governantes. eles têm isso no sangue, no coração. eles acreditam que isso é bom, que eles são bons e que os “protegidos” devem se sentir gratos.

aío me lembrei daquelas aulas de história na velha FFLCH e de um professorzinho velhinho que discursava longamente para turmas quase mortas de tédio sobre a ética protestante e o espírito capitalista. vejo o mundo com medo do poder econômico americano, bah. medo mesmo eu tenho é de fanatismo, de crença. muçulmanos que nada, americanos são crentes mesmo sem saber, e são fortes. tenho medo.

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a propósito: apareceu por 1,4 minutos um tigrão, com fome, batendo com aqueles patões gigantes na porta e não dando a menor bola pra horda de crianças ali, babando.

0 comments to “o tigre”
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  1. Os caras são todos doidos por lá, eles se acreditam os paladinos da justiça do Planeta. Mas que justiça?

    Mal-tratados são os animais domésticos soltos em cidades e sujeitos a toda sorte de maus tratos, animais na natureza estão onde nasceram.

    Vixe.. e que curso foi este que eu não fiz? *risos*

  2. Na boa, como é que uma equipe veterinária de qualquer nacionalidade tem o desplante de dizer que um bicho tá melhor em cativeiro do que em seu habitat natural?

    Eu acho que se eles são assim tão bonzinhos, deveriam fazer da seguinte maneira: perguntar educadamente e com uma pequena reverência ao Sr. Tigre, lá na sua casinha nas selvas asiáticas, se ele não gostaria de ser salvo. De preferência, um pouco antes do almoço, com um aperto de mão. 😛

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