reli na semana passada world’s end, do neil gaiman, e estou ainda pensativa. o livro tem um excelente prefácio do stephen king e trata de contar histórias. há uma estalagem “no fim do mundo”, para onde vão os viajantes perdidos nas malhas da realidade. eles se perdem do seu mundo nas tempestades dos mundos e se encontram neste refúgio, esperando a tempestade passar. para matar o tempo, eles contam histórias. cada viajante deve contrinuir com sua parte para que o tempo passe, como um feitiço que se faz para que o tempo efetivamente ande. e as histórias são contadas, uma a uma, com histórias dentro das histórias, até o momento de partir.
quando acabei de ler o livro, um pensamento curioso apareceu: que é nossa vida senão uma sucessão de histórias? vemos TV e temos nada senão histórias, mais curtas ou mais longas. conversamos com os amigos e familiares e são… histórias. sonhamos com histórias, contamos histórias, e o tempo passa enquanto vivemos nossas histórias para contar ou ouvimos histórias vividas ou inventadas (qual a diferença?). o que era aquela estalagem senão um pedacinho das nossas vidas, esperando o desfecho das histórias de destino, morte, sonho, delírio, desejo, desespero e destruição?
acho que vou reler “a game of you”.