eu não vi, mas o fer viu: outdoors na paulista cobertos por cartazes, repudiando o uso da imagem da mulher como objeto.
parece um pouco anos 60, isso, mas acho que nos acostumamos mal. não ligamos mais pra essas propagandas de mulheres que são só sorrisos e peitos. nada contra sorrisos e peitos, vejam bem, é que ver mulheres plasticamente perfeitas vendendo cerveja, celular, plano de saúde e o diabo a quatro me faz sentir um tanto inadequada.
o que fazer quando não se é daquele jeito, se a cada canto que olhamos há um “modelo” pra nos lembrar da nossa imperfeição? e quanto aos homens que admiram as perfeitas e cobram das suas mulheres a perfeição? eu já vi, não poucas vezes, infelizmente, homens dando bronca em suas mulheres porque elas engordaram ou cortaram o cabelo — mulher perfeita tem cabelão, não esqueçam.
mais triste é ver gerações inteiras de mulheres obcecadas pela perfeição e quase-deprimidas por não chegarem lá, nunca — ou alguém acha que a gisele b. está 100% feliz com seu conjunto? duvido. também ela, a deusa, deve se olhar no espelho e achar um pelinho fora de lugar e querer se esconder debaixo do edredon. o que dizer das pobres mortais que além de ser mulheres têm que trabalhar 10 horas por dia?
eu não sou modelo de beleza e muito menos de perfeição, e nem por isso odeio as bonitas perfeitinhas. mas, sim, tem uma certa tristeza em mim por vê-las escravas da beleza, vendendo a perfeição em forma de cerveja ou academia; tem uma tristeza ainda maior por nós outras que não conseguimos conciliar casa, trabalho, filhos e família com a perfeição — e sofremos.
sigo o conselho daquele filminho que fala do filtro solar: não leio revistas de beleza. sigo acreditando que meu brilho vem de outras fontes.
Pronto, me convenceu. Vou cortar o cabelão.
nãooo!!! a barbie morena não pode ter cabelo curto, não orna 😀