então, eu sou uma cri-cri e faço boca torta e olho pequeno pra ONG, vocês sabem. não pelas intenções (apesar do inferno estar cheio, etc.) mas pela realidade patética. dou um exemplo bem bobinho:
eu achei TUDO aquela manifestação aqui na paulista detonando os cartazes com mulheres sendo exibidas e tal. o pessoal que aprontou essa é de um grupo ativista, de voluntários, de uma ONG. ok, eu resolvi superar meus preconceitos e má vontade e fui lá, me inscrever na lista e oferecer ajuda.
me inscrevi na lista e, como manda a boa educação, mandei um email curto, bem simples, de apresentação, falando sobre o que faço e oferecendo minha contribuição (com intelecto, conhecimento e/ou tempo). aproveitei e perguntei quais eram as atuais iniciativas, pra que eu pudesse ajudar.
bem, uma semana se passou e mensagens iam e vinham, todas herméticas e falando de coisas que provavelmente já estavam rolando antes; o pessoal pelo jeito se conhece, pensei eu, devem estar ocupados com algo importante, logo logo alguém responde e me diz o que se passa.
pra encurtar a história, semanas se passaram, novas pessoas entraram e (como eu) deram com os burros n’água: se apresentaram, se ofereceram e foram solenemente ignoradas.
vejam, eu não sou uma pessoa carente. não me importo de entrar numa lista e não receber atenção e amor, a menos que seja uma lista do CVV e eu esteja procurando amigos, o que não foi o caso. eu sou uma profissional bem-sucedida, com alguns bons anos de carreira, boa experiência pessoal e profissional, tenho muito a oferecer a qualquer grupo ou instituição, basta saber usar! neste caso, minha oferenda morreu de velha, enquanto um grupo de conhecidos e/ou amigos discutem a morte da bezerra e o último artigo sobre software livre ou o último evento multimídia de berlim.
vai ver eu é que sou exigente demais, mesmo, mas vem cá: é pedir demais querer que as pessoas que formam um grupo tenham uma META e um ESTRATÉGIA pra atingi-la? senão vira (e eu já falei isso) encontro de jovens, evento de catação. convenhamos, eu não tenho mais idade pra isso, não.
acho que vou fazer como a maioria dos “cabeças” das ONGs e entrar nessa pra conquistar poder político (e consequentemente, grana): vou montar uma ONG de planejamento estratégico pra ONGs, uma meta-ONG!
ou melhor: da próxima vez que tiver vontade de participar de algum “grupo ativista voluntário” eu ligo no cartoon network e espero passar.
meta-ONG é ótimo! “D
só mesmo quem trabalha com computação pra inventar um termo desses e pra entender o que ele significa. vc não desliga do trabalho mesmo, heim!
Isso já existe. Há tanto tempo quanto as ONGs, aliás.
santo deus, a meta-ONG deve ser então tão eficiente quanto as instâncias 😀