Apanhados

Tenho pensado em escrever de novo no meu blog, de forma regular. Hoje em dia as pessoas leem, se interessam pelos escritos alheios?

(Mas mesmo que ninguém leia, ou lesse, eu ainda escrevo e escreveria, porque organizar palavras ajuda a se pensar)

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As internets me irritam, de vez em quando. Receitas — que até alguns anos eu odiava que fossem em vídeo, e hoje gosto, porque conseguem mostrar receitas completas em segundos — com páprica, “bowl”, pistache,“funcional”, odeio todas.

Se usar “chablau” como unidade de medida, bloqueio pra sempre.

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Tem também esses posts aleatórios que aparecem no meio do IG, e eu sem querer me deparo com a realidade, coisa que não recomendo. Vi esse da moça de uns 30 anos dizendo que o médico quis saber sobre a tatuagem dela, e comentou se era Van Gogh, e ela confirmou. “O Grito?” e ela confirmou também. E aí fechou com chave de ouro sobre o quanto o gosto dela era sofisticado pra idade, mas “energia pesada, meio triste”.

Estou ainda tentando reconciliar Van Gogh, O Grito (Munch), a “sofisticação”, a tristeza, e a moça ter concordado com o comentário tão condescendente.

Tou achando que o post foi irônico, só pode ser.

Por que eu li isso, meodeos?

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Hoje aqui fez 36C, daquele calor horroroso grudento que faz aqui no verão. Saí só pra fazer fisioterapia (minhas costas estão idosas), voltei às 9h já querendo só voltar a sair em Outubro. Nem os esquilos e coelhos aparecem mais, de tão quente que está.

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Tinha uma mulher de idade avançada porém indeterminada hoje na fisioterapia comigo. A cara era igual à da Rogeria, assim como a maioria das pessoas que fazem “harmonização”.

Lembrei de um quadrinho maravilhoso do Pato Donald, em que ele era maquiador num salão de beleza, e fazia miséria com massa corrida (argila? Sei lá), ele esculpia a cara de todas as clientes no mesmo formato, todas saíam “lindas” e “perfeitas” com a mesmíssima cara.

Alguém lembra disso?

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Otto tá tão grande, com pernas peludas, voz de barítono, e ideias tão originais quanto sempre teve desde tão pequeno… jamais cansarei de me espantar com a maravilhosidade que é fabricar um humano.

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Num jogo de tarô esses dias saiu de novo um Ás de Copas, a moça fazendo um movimento de dança (ou será de fuga, mudando de direção? Quem sabe?) com taça pra um lado e o líquido com trajetória muito bem desenhada pela gravidade pro outro.

Vai a taça, fica o líquido, mas não sem fazer uma linda bagunça.

Que a segunda metade do ano seja cheia de tudo que a gente ama, com mais começos que fins.