Deu no New York Times...
Editorial bem-humorado para mulheres ixpertas...
The Evolution of Women's Roles, Chronicled in the Life of a Doll
By CAROL E. LEE
Published: March 30, 2004
It seems wrong, in a way, for Women's History Month to end without an exegesis on Barbie. True, she is no Susan B. Anthony. Sure, she leads a life that only a molded plastic figurine guided by limitless imagination could lead. But Barbie, Mattel's best-selling doll, has been a presence in the childhoods of most American women, and by now her history is a little bit of our history.
Over the years we've been encouraged to marvel at Barbie's dexterity. She has navigated an exceptional career path and maintained a picture-perfect 43-year relationship, with ne'er a hair out of place. Last month, however, the fantasy unraveled. Mattel announced two days before Valentine's Day that America's favorite plastic couple had split up.
Those of us who wondered, "Who will get the Dream House?" were a bit perplexed to learn that it's not an issue. There would be no lawyers' fees over the divvying up of assets, no quibbling over who keeps the Beach Cruiser, because Barbie and Ken were never married. That was a bit of a shock, and it provoked a complicated reaction. What do you call a single woman who's gone steady for more than four decades? Sexually liberated? Lacking in imagination? Commitment phobic?
Barbie made her debut in 1959 as a fashion model. Ken entered the scene two years later. The happily unmarried couple began their radical lifestyle together at a time when the working husband and his stay-at-home wife reflected mainstream cultural values on programs like "The Dick Van Dyke Show." Barbie made up for her radicalism with acceptable feminine occupations, like candy-striper volunteer and ballerina ? although, always contradictory, she did sport a spacesuit four years before NASA put a person on the moon.
The 1970's were a confusing time for Barbie. Her popularity decreased for the first time. The nation was experimenting and seeking adventure. Women were going to college and entering the work force in droves. Barbie quickly gathered herself and followed suit. Never one to settle for mediocrity, she became a surgeon and an Olympic downhill skier.
By the time the 80's rolled around, Ken's main squeeze had gotten her groove back. She would not be caught unawares again. She covered all possible fast tracks. Barbie the hard-nosed business executive and Barbie the Unicef ambassador rivaled pop icons like Madonna and Cyndi Lauper as Barbie the rock star, and she sweated it out like Jane Fonda as an aerobics instructor. Luckily for the slew of exotic and domestic pets she'd acquired over the years, she also became a veterinarian.
If there ever was a decade that tested Barbie's will, it was the 1990's. Women had broken through so many doors it seemed there weren't many unopened ones left. Leave it to Barbie to pick the less-trod path. In 1992 she entered the presidential race, wearing a glittery red, white and blue ball gown, of course. That same year, however, Teen Talk Barbie was heard complaining that "math class is tough." She had obviously not been paying attention to her more accomplished versions. Barbie couldn't have become a paleontologist and an engineer without knowing how to solve a quadratic equation.
Barbie's little arched feet also ran in predominantly male circles as a police officer, a firefighter, a pilot and a Marine sergeant. Working women with laptops and cellphones, and female pediatricians and dentists, were no longer novelties by the time Barbie got there, but she was ahead of her time as a Nascar driver. She gained street cred as a rap artist, and demonstrated her athletic agility as an Ice Capades star, scuba diver, W.N.B.A. player and Women's World Cup soccer player.
In 1998, Barbie went through one of her most drastic changes. Her breasts shrank, and her torso put on a little weight. Ken didn't love her any less ? he stuck by her side for another six years. And while Barbie's family grew by leaps and bounds, the kids ? Skipper, Tutti, Stacie, Todd, Kelly and Krissy ? were introduced as her siblings, not illegitimate children. So there will be no need for a new outfit for the custody battle.
Now that Barbie has morphed into the latest trendy persona ? single woman ? who knows what she'll tackle next. But anyone scribbling away on a "Barbie and the City" pilot may want to think twice. Her future sounds more like Baywatch Barbie. Word is that she's surfing the California waves and has her eye on an Australian boogie-boarder named Blaine.
Agora de novo, só que em português (tradução by "santa" menina do lado)...
A Evolução dos Papéis Femininos Contada na Vida de Uma Boneca
By CAROL E. LEE
Published: March 30, 2004
Seria errado, de certa forma, encerrar o Mês da Mulher sem um mergulho no fenômeno Barbie. É verdade que ela não é nenhuma Susan B. Anthony. E, claro, leva uma vida que só seria possível mesmo para uma boneca de plástico nascida da imaginação fértil de alguém. Mas a Barbie, campeã de vendas entre as bonecas da Mattel, esteve presente na infância da maioria das americanas e, hoje, sua história carrega um pouco da nossa história.
Por anos e anos, tudo nos levou a venerar boquiabertas a sagacidade da Barbie. Ela conciliava uma carreira fenomenal com um casamento perfeito de 43 anos, sem tirar um fio de cabelo do lugar. Mês passado, entretanto, a máscara caiu. A Mattel anunciou, a dois dias do Valentine?s Day, que o casal de plástico favorito da América tinha se separado.
Quem pensou imediatamente ?Com quem vai ficar a Casa dos Sonhos?? deve ter ficado surpreso ao saber que isso nem estava em questão. Não haveria honorários de advogados para negociar a partilha dos bens nem brigas para ver quem levaria o Iate, simplesmente porque Barbie e Ken nunca se casaram. A notícia foi um certo choque, e despertou uma questão complexa. Como chamar uma mulher solteira que mantém uma relação estável por mais de 4 décadas? Sexualmente liberada? Sem imaginação? Alérgica a compromisso?
A Barbie apareceu em 1959, como modelo e manequim, e Ken entrou em cena dois anos mais tarde. Os pombinhos não-casados iniciaram a sua revolucionária vida em comum numa época em que marido-provedor e esposa-dona-de-casa eram o casal-padrão a perpetuar valores da cultura mainstream em programas como "The Dick Van Dyke Show." Barbie amenizava o radicalismo aparecendo em ocupações femininas tradicionais, como enfermeira voluntária ou bailarina ? muito embora, sempre polêmica, tenha desfilado traje de astronauta quatro anos antes da NASA mandar tripulantes à Lua.
A década de 70 foi confusa para a Barbie. Pela primeira vez, ela viu sua popularidade cair. Os americanos se jogavam em busca de aventura. As mulheres ocuparam os bancos das universidades e invadiram o mercado de trabalho. Mas não demorou para nossa heroína subir no salto e seguir a nova tendência. Sem nunca se contentar com pouco, ela apareceu logo como cirurgiã e esquiadora olímpica.
Chegados os anos 80, a amante do Ken tinha voltado a topo das paradas. E decidiu não vacilar mais, jogando em todas as posições mais cotadas: como Barbie Executiva e Barbie Embaixatriz da Unicef, disputando espaço com ícones do calibre de Madonna e Cindy Lauper ao posar de Barbie Estrela do Rock ou suando mais que Jane Fonda no modelito Barbie Aeróbica. E, para a sorte da multidão de bichinhos mais ou menos exóticos que passaram a acompanhá-la com o passar dos anos, Barbie também virou veterinária.
Se houve uma década capaz de testar a obstinação da nossa amiga, foram os anos 90. As mulheres haviam escancarado tantas portas que não parecia ter restado muitas por serem abertas. Mas Barbie estava aí para explorar os caminhos menos convencionais. Em 1992 ela entrou para a corrida presidencial envergando as cores da bandeira americana (num longo de tecido brilhante, é claro). No mesmo ano, a Teen Talk Barbie proclamava por aí que ?matemática é dureza?. Mas a garota devia estar por fora. Em suas versões mais turbinadas, a Barbie não poderia posar de paleontóloga ou engenheira sem saber resolver equações de segundo grau.
Os pezinhos em ponta da nossa heroína também trilharam caminhos tipicamente masculinos, como policial, bombeira, piloto e sargento da Marinha. Profissionais munidas de celulares e laptops e pediatras e dentistas de saias não eram mais novidade quando a Barbie chegou lá, mas ela saiu à frente do seu tempo ao aparecer como piloto de Nascar. Além de conquistar o gueto como a Barbie Rapper e mostrar agilidade como estrela da patinação no gelo, mergulhadora, jogadora de basquete e craque da Copa de Futebol Feminino.
Em 1998, Barbie passou por uma de suas mudanças mais drásticas. Os peitos encolheram e a silhueta ficou um tantinho mais encorpada. Mas nem por isso o amor de Ken esfriou ? ele ficou ao seu lado por mais seis anos. E, com a família crescendo às golfadas, o pessoal da ala jovem ? Skipper, Tutti, Stacie, Todd, Kelly e Krissy ? foi sendo apresentado como irmãos da nossa amiga, e não filhos bastardos. Dispensando assim o modelito novo para a briga pela guarda das crianças.
Agora que Barbie se metamorfoseou na persona mais in do momento ? a mulher solteira ? só Deus sabe o que ainda guarda na manga. Mas quem já sonha com algo nos moldes de ?Barbie And The City? pode tirar o cavalinho da chuva. O futuro dela está mais para ?SOS Malibu?. Dizem que a moça foi vista pegando onda na Califórnia, e está de olho num bodyboarder australiano chamado Blaine.