olha, nunca imaginei o tamanho da minha ignorância a respeito da maternidade e de bebês. é tanta coisa que eu não sabia que já nem sei se vou lembrar. resolvi compartilhar com vocês as coisas que eu não sabia pra ver se ajudo as marinheiras de 1a viagem 🙂
– o medo, a paúra, o pavor. não é porque o otto foi pra UTI não, gente, é a mera existência dele que dá medo de tudo: de morrer, adoecer, ter algum problema. dá medo de não saber cuidar, de fazer alguma coisa errada. agora eu não sinto mais o medo, mas ele durou pelo menos 1 mês e não foi divertido. acho que a gente se acostuma e simplesmente “isola” o sentimento (porque os motivos pra ter medo obviamente permanecem)
– o cocô. gente, vocês vão viver em função do cocô da criatura e vão agradecer cada vez que ele fizer cocô. o primeiro cocô (mecônio) que é uma coisa bizarra (preto e pastoso) eu não limpei, porque ele estava na UTI. eu já peguei o cocô que parece ovo mexido que deu errado. é líquido, amarelo e cheio de pedaços de leite coagulado. nojento 😀 e tem cheiro, sim senhores.
– ainda sobre o cocô: ele vem em jatos. e quando está ali na direção certa, na hora de trocar, adivinha? leva banho de cocô. eu levei, algumas vezes, de cocô e de xixi. na madrugada. quando a gente levanta a perninha da criança pra trocar a fralda, pressiona a bexiga e a barriga e aí… surpresa! 😀
– o choro deles é poderoso, e dá agonia. e vai mudando com os meses. nos primeiros meses é um chorinho que parece de gatinho, depois vai lembrando grito mesmo. e quando eles choram, você quer mover um planeta pra fazer eles pararem, é instintivo.
– amamentar é cansativo. deve ter mulher por aí que acha prazeroso e tal, mas eu acho cansativo. dá dor nas costas, um calor animal e é uma responsabilidade enorme. pense que a criaturinha depende exclusivamente de você e sua capacidade de produzir leite pra se alimentar. o que compensa é saber o bem que o leite materno faz pro bebê e a carinha de feliz deles quando acabam de mamar 🙂
– a quantidade de fraldas que você vai trocar é insana. o otto faz cocô a cada 4h mais ou menos, e só à noite trocamos menos, mas faça a conta. e morro de culpa de jogar no lixo essas fraldas não biodegradáveis, morro.
– bebês não precisam de água se mamam no peito. pensando bem, parece meio óbvio, porque o leite tem muita água, mas fiquei espantada. algumas pessoas dizem pra dar água (e mesmo nosso pediatra falou pra oferecer água nos dias de muito calor), mas a verdade é que o otto nunca precisou mesmo de água até agora (faz 5 meses semana que vem)
– até o final do 3o mês os peitos ficam inchados, às vezes bem doloridos. a produção de leite estabiliza no 3o mês, o peito murcha um pouco mas continua produzindo o suficiente para o bebê. não acredite nessa história de que seu leite não é ou não vai ser suficiente. basta que o bebê continue mamando regularmente e você beba bastante água e seu leite não acaba e não é pouco. se têm dúvidas, vejam fotos do otto gorducho 😀
– por mais que a gente ame as criaturas, tem horas que dá vontade de jogar fora. juro, é uma coisa incontrolável, vontade de se livrar do incômodo e simplesmente DORMIR. mas passa, a natureza é sábia e faz a gente se apaixonar por essas coisas lindas e pentelhas.
– as unhas deles crescem assustadoramente, e PRECISA cortar, ou eles se unham todos, um horror. eu tinha medo de cortar nos primeiros meses, agora eu corto sem problema. gosto mais do cortador que da tesoura. e se você beliscar os dedinhos do bebê, não se sinta péssima, porque acontece com todo mundo, viu? todo mundo me conta que teve esse “probleminha”…
– eles são muito muito molinhos quando nascem, ai credo. dá aflição de segurar no primeiro mês (isso porque o otto sempre foi bem durinho, no 2o mês já firmava bem a cabeça), e eu que nunca tinha segurado um recém-nascido fiquei apavorada. mas sendo seu, você vai se virar e segurar, não se preocupe
– depois de poucos meses eles ficam insuportavelmente mexilhões e vão dar um puta trabalho pra trocar: bracinhos e perninhas remexendo loucamente o tempo todo. você precisa ser SHIVA pra trocar a criança.
– bebês são uma fábrica de meleca. mesmo quando não estão resfriados ou coisa parecida (o otto só ficou um pouco congestionado uma vez até agora), sempre tem meleca, incrível!
– a partir do segundo mês, eles gritam. não é mais choro, é grito mesmo. e gritam feito maritacas de brincadeira, experimentando a voz, é super engraçado (e assusta também às vezes!)
– eles peidam e arrotam muito, meu deus! verdade que se pensar bem, a gente também, né? 😀 é que por algum motivo sempre pensei em bebês como versões fofas e limpinhas de adultos, e isso não é verdade, nem de longe 🙂 prepare-se pra muito arroto, pum, cocô, baba, catarro e xixi. o maravilhoso mundo dos fluidos e excreções humanas 😀
acho que era isso… se lembrar de mais alguma coisa eu atualizo o post. a verdade é que estou me divertindo com essa minha nova função de mãe, mas agradeço todo dia à minha maravilhosa babá maria que me ajuda a aprender tanta novidade e alivia meu cansaço… cuidar de bebês é trabalho de período integral!