segue o comentário que deixei neste post da kira, sobre bullying materno.
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kira,
fui pesquisar um pouco sobre o significado de bullying em inglês, e acho que uma boa tradução é “assédio”. vou usar essa palavra daqui pra diante, ok? (pra facilitar e porque acho que cabe melhor no meu comentário)
assédio pode acontecer com crianças ou adultos, então não acho que só vale se for com crianças “indefesas” ou coisa assim. o ambiente (e a relação entre as partes) também determina o quanto o assédio é grave ou relevante, mais até que a idade. concordo que adultos têm mais repertório que crianças para lidar com assédio, mas isso não significa que assédio não exista ou seja bobagem, ok?
dito isso, gostaria de falar de 2 coisas bem distintas: (a) mulheres/mães sendo assediadas pelo motivo X ou Y e (b) a forma como elas reagem a isso.
vamos ao (b) primeiro: é possível que algumas mulheres estejam fazendo tempestade em copo d’água sim, que de repente nem é assédio, mas simplesmente discordância em alguns casos. mas já ouvi relatos de assédio de fato, seja por parte da família (hostilizando ou pressionando) ou por “amigas virtuais”, participantes de comunidades online. acho até que online a coisa fica mais feia, pois as pessoas se permitem uma agressividade no comunicar que nem sempre assumem ao vivo.
essas mulheres vão às comunidades em busca de ajuda, muitas vezes inseguras e fragilizadas, sem saber o que fazer. vão de guarda aberta, à procura de ajuda, e encontram mulheres em fúria defendendo bandeiras e fazendo com que ela se sinta inadequada e estúpida. isso é assédio, sim, embora não seja grave como um assédio sexual no ambiente de trabalho, em que existe a relação de hierarquia. e online, é verdade, a “ofendida” tem sempre a opção de fechar a janela e ignorar. mas, caramba, ela foi pedir ajuda. se sentiu agredida, e ela tem razão! aquela comunidade, que devia acolher e apoiar, critica e julga. pouco espaço para a tolerância, compaixão e aceitação do que é diferente.
e agora eu volto para o primeiro item (a): elas são assediadas (ou agredidas verbalmente, ou criticadas, julgadas, ridicularizadas) porque não correspondem ao modelo que aquela comunidade acha correto, bom, bonito. percebe a semelhança com o que acontece nas escolas, com as crianças indefesas e sem repertório? e quem pratica exatamente o mesmo comportamento que depois associamos aos “bullies” e delinquentes? as mamães, que ensinam e dão exemplo às crianças!
que exemplos essas mulheres estão dando? muitas delas não aceitam também o diferente, repudiam, ostracizam, julgam, condenam, etc. por que seus lindos filhinhos não farão o mesmo?
não importa pra mim, no fundo, se quem sofre assédio é uma tonta que “entra na onda” e não sabe revidar ou ignorar (isso se aprende, se supera). o problema é o fato: esse comportamento permeia cada vez mais nossa sociedade, e se agrava na internet.
como não ter crianças bullies nas escolas se há um mar de mães bullies na vida?
resumo da minha opinião: não me importa se a mãe é mimimi, ou boba; erradas estão as que agridem e julgam. tolerância zero pra esse tipo de comportamento. compaixão, solidariedade e gentileza deviam ser comportamentos obrigatórios (ou pelo menos presentes na maior parte do tempo) de quem é, ou se diz, educador.
beijo
zel.
3 responses so far ↓
Lu Terceiro // April 11, 2011 at 3:21 pm |
Ah, Zel, ando pensando tanto nisso nos últimos tempos! Repito o mesmo que você: gentileza, gentileza, gentileza. Salve gentileza! O restante é lucro 😉
zel // April 11, 2011 at 3:48 pm |
isso, lu querida. por mais que a gente fique tentada a julgar, xingar, criticar, praticar a gentileza é uma obrigação de quem educa. pra que nossos pequenos não virem escrotinhos (e depois a gente “não sabe o porquê…”) 🙂
beijo.
Rosa // April 25, 2011 at 2:02 pm |
Cheguei atrasada mas queria dar meus “dois centavos” aqui…
Eu sofri bulling criança e isso muito mais me fortaleceu que prejudicou, mas veja bem, isso fui eu. Por isso desde sempre eu sou intolerante com bullies, sejam estes adolescentes “gangging out” (não sei traduzir isso) em coleguinhas no jogo de war, atendentes de salão de beleza dizendo à mulher “seu cabelo está um horror, ainda bem que você veio hoje” (existe, aconteceu comigo) ou “mães superiores” cagando regra eu não suporto, Sim, tem gente que lida melhor com as coisas que outras, mas nem por isso deveríamos assumir que o outro tem a mesma casca dura que a gente. Consideração, gentileza, tolerancia e especialmente aceitar que diferente da gente também pode ser certo é fundamental, senão vamos todos acabar num mundo muito chato. Eu até sou dona da verdade e todo mundo é em alguma instância, mas nunca quero ser a pessoa que acha que quem pensa diferente está errado e tem que morrer (falo num sentido figurado, obviamente).
Mais uma vez acho que você é sensata, Zel, se posicionando num assunto difícil de maneira delicada.
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