uma coisa que sempre me intrigou sobre ter filhos e as expectativas que giram em torno disso foi a (falsa) premissa de que pra ter filhos é preciso gostar de crianças.
ora, nós somos crianças por somente uma parte pequena da vida. vejam: com 12 anos (às vezes até menos!) já somos pré-adolescentes, e não mais crianças. 12 anos é pouco, se comparado com o restante da vida, e o tempo que podemos conviver com nossos filhos-não-crianças.
nunca fui especialmente fã de crianças. acho fofinhos e bonitos, como é esperado, já que a natureza os programou para serem o mais fofos e “amáveis” possível. mas gostar, me divertir e querer passar tempo com crianças? não, obrigada. não aguento muito tempo nem com o meu próprio bebê e já fico de saco cheio! jamais seria professora de crianças, por exemplo.
engraçado que esse assunto é tabu, e dos sérios. nem costumo entrar nessa conversa e ser honesta, porque a maioria das pessoas fica horrorizada. como pode não gostar de crianças? ou por que teve filho, então? caramba, nem todo mundo precisa gostar de crianças! e pra ter filhos basta aturá-las pra que elas finalmente se tornem o que somos pela maior parte da vida: adultos.
não vejo a hora de poder conhecer o meu filho versão não-criança. sei que ele não será tão fofinho, engraçadinho e apertável, mas sem dúvida será alguém que me interessa mais.
enquanto isso, procuro me adaptar e cuidar dele o melhor possível, aproveitando essa época que eu sei que passa rápido e vou sentir saudade (porque é fácil olhar pro passado com filtro, esquecendo de tudo que era chato, cansativo e irritante). mas confesso, sem culpa: a companhia de crianças não me faz mais feliz. o meu filho me faz feliz porque é meu, porque é lindo ver aquele ser humaninho se desenvolvendo, porque morro de orgulho dos pequenos progressos dele.
mas é isso aí: amor de mãe. vou adorar ver as fotos e vídeos, quando ele for maior 😀