uma coisa que sempre me intrigou sobre ter filhos e as expectativas que giram em torno disso foi a (falsa) premissa de que pra ter filhos é preciso gostar de crianças.
ora, nós somos crianças por somente uma parte pequena da vida. vejam: com 12 anos (às vezes até menos!) já somos pré-adolescentes, e não mais crianças. 12 anos é pouco, se comparado com o restante da vida, e o tempo que podemos conviver com nossos filhos-não-crianças.
nunca fui especialmente fã de crianças. acho fofinhos e bonitos, como é esperado, já que a natureza os programou para serem o mais fofos e “amáveis” possível. mas gostar, me divertir e querer passar tempo com crianças? não, obrigada. não aguento muito tempo nem com o meu próprio bebê e já fico de saco cheio! jamais seria professora de crianças, por exemplo.
engraçado que esse assunto é tabu, e dos sérios. nem costumo entrar nessa conversa e ser honesta, porque a maioria das pessoas fica horrorizada. como pode não gostar de crianças? ou por que teve filho, então? caramba, nem todo mundo precisa gostar de crianças! e pra ter filhos basta aturá-las pra que elas finalmente se tornem o que somos pela maior parte da vida: adultos.
não vejo a hora de poder conhecer o meu filho versão não-criança. sei que ele não será tão fofinho, engraçadinho e apertável, mas sem dúvida será alguém que me interessa mais.
enquanto isso, procuro me adaptar e cuidar dele o melhor possível, aproveitando essa época que eu sei que passa rápido e vou sentir saudade (porque é fácil olhar pro passado com filtro, esquecendo de tudo que era chato, cansativo e irritante). mas confesso, sem culpa: a companhia de crianças não me faz mais feliz. o meu filho me faz feliz porque é meu, porque é lindo ver aquele ser humaninho se desenvolvendo, porque morro de orgulho dos pequenos progressos dele.
mas é isso aí: amor de mãe. vou adorar ver as fotos e vídeos, quando ele for maior 😀
11 responses so far ↓
Mariângela // May 16, 2011 at 1:26 pm |
ai Zel,eu também sinto assim, tem um amigo nosso que diz que “filho é igual peido,você só aguenta o seu” hahahahaha não precisa publicar este comentário(se quiser,pode,claro)
soa grosseiro, mesmo sendo tãaaaaaaao verdadeiro!!! Beijo querida!!
zel // May 16, 2011 at 1:29 pm |
hahahahaha, mari! já ouvi muito isso, e concordo. e convenhamos: mesmo NOSSO PUM às vezes é insuportável 😀
beijo!
Mariângela // May 16, 2011 at 2:34 pm |
Zel,falando sério agora rsrsrsrs
a versão não-criança deles é altamente interessante,a minha aos 12 está na fase de formar conceitos e emitir opiniões sobre tudo,é mesmo muito rica esta troca, às vezes falam coisas realmente absurdas e lá vamos nós mostrar uma outra versão dos fatos,e batem o pé,acham que já viveram muito por isto são tão convictos do que pensam e falam(esta parte é divertida e as vezes irritante) .
Nesta fase de agora lá se foi toda a fofurice dos bebês e entra a sede de mundo dos adolescentes, acompanhada de uma certa preguiça que também faz parte do pacote.
O saldo geral considero sempre bom,a gente ama cada vez mais as criaturas e sempre olha para trás com um doce olhar relembrando as carinhas fofas que tinham quando bebês,as birras, os bons momentos quando eram pequenos,e alguns curtem escutar as histórias.
Mas,prefiro o momento atual, interagimos infinitamente mais,fazemos programas juntos em família tipo cinema,teatro,exposições,museus,etc etc, sinceramente,prefiro agora.
Beijo!
zel // May 17, 2011 at 11:56 am |
eu fico imaginando que vai ser tão mais legal quando ele puder compartilhar nossos programas, viagens… ai ai 🙂
selma // May 17, 2011 at 1:08 pm |
não sei nã0, mas algo me diz que vocês duas ainda terão muiiita saudade das respectivas fases atuais (e por algo, leia-se jovem de 21 anos, lindo, baladeiro e galinha, rsrsr)
mas falando sério, sem dúvida quanto mais crescidos. mais interessantes, principalmente se forem como os meus, ávidos por tudo que diz respeito a cultura (livros, cinema, teatro, informação). É realmente maravilhoso conviver com alguém que de uma certa forma foi aculturado por vc, para quem vc passou informações e interesses que podem ser partiilhados.
bj
selma
zel // May 18, 2011 at 9:47 am |
ai meu deus, meu filhinho gordinho e fofo galinha? NÃOOOOOO!! 😀
Leticia // May 20, 2011 at 7:38 pm |
Olha eu concordo com a Zel, acho que a gente tem amnesia e lembra só das coisas boas, estou com um bebe de 2 meses e confesso que além de cansativo muitas vezes é chato, mas ele é um fofo e já faz carinhas inesqueciveis. Agora falar aos quatro ventos isso é capaz de ser torturada até a morte hahahah pelas xiitas
zel // May 20, 2011 at 7:53 pm |
Hahahahaha, Letícia! Eu falo que a sorte da humanidade é que bebês são as coisas mais fofas que existem. Não fosse isso, estaríamos extintos 🙂
Leticia // May 21, 2011 at 4:04 pm |
é como dizem por aí: Quando são pequenos, a gente sente vontade de comê-los de tão gostosinhos. E quando eles crescem, a gente se arrepende de não tê-los comido …
zel // May 25, 2011 at 9:24 am |
hahahahaha, Letícia!
Renata Costa // June 17, 2011 at 1:42 pm |
Adorei o texto Zel. Colocou em palavras exatamente tudo o que eu sinto sobre esse assunto =)
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