fabricando

conhecendo a escandinávia… com um bebê!

May 4, 2012 · 10 Comments

para saber detalhes do roteiro, leia este post. por aqui vou complementar com informações sobre a viagem com o bebê, as dificuldades e dicas.

vou separar esse post por assunto, já que o roteiro está coberto no outro post.

a bagagem

sou bastante econômica com bagagem, minhas malas são sempre pequenas, mas não é tão simples fazer malas pequenas para um bebê de 1 ano e 7 meses. sempre há o risco de necessidade de troca de roupa mais de 1 vez por dia graças a fralda que vaza, comida que derrama na roupa ou acidentes na hora de trocar (aconteceu na viagem na chegada em frankfurt, e eu não estava preparada, não tinha todas as peças para repor!).

se a viagem for para algum lugar frio, como no nosso caso, complica mais. eu levei bodys de manga longa (6), camisetas de manga longa (4), moletons com capuz (2), casacos de frio (3), calças de malha fina (4), moletons (2) e jeans (2), meias (4), gorros (2), par de luvas (1), 1 tênis e 1 bota. levei peças suficientes para 10 dias no máximo (caso sujasse 1 “kit” por dia), então planejamos lavar roupas no meio da viagem. fizemos o mesmo com as nossas roupas, e conseguimos lavar o que estava sujo no meio da viagem. não faltou nada, e as camisetas de manga comprida do otto sobraram todas. na verdade, faltou sim: tive de comprar camisetas de manga curta pra ele, que é muito calorento e passou calor em alguns lugares fechados.

comprei também pro otto algumas coisas que não precisava mas foram úteis e queria levar de volta: 1 macacão impermeável (muito útil para os dias de chuva e neve), 1 casaco impermeável mais pesado (o que eu levei era mais leve, e não usei), 1 touca e algumas blusas/macacões.

é muito importante levar sacos plásticos para guardar roupas sujas, especialmente do bebê, pois pode acontecer de vazar fralda, e aí fica impossível guardar a roupa suja até a próxima possibilidade de lavar sem sujar o restante. sugiro levar pelo menos 3 sacolinhas plásticas, pra mim foi suficiente. não levei toalhas, usamos as do hotel mesmo. mas levei 2 babadores (e comprei mais 2 na viagem, mais porque achei bonitos do que por necessidade :))

na necessária dele levei shampoo, sabonete, bepantol, creme hidratante, cotonetes, tylenol baby (febre/dor), hixizine (antialérgico) e soro fisiológico de spray (pro nariz).

além disso, levei 2 fraldas de pano (foram úteis) e 1 saquinho com fraldas (10) / lencinhos / bepantol. compramos fraldas descartáveis no decorrer da viagem.

viajamos assim: 1 mochila grande (60L) com o fer, 1 mochila média comigo (40L), 1 mochila pequena (tipo notebook) com o fer e 1 mochila pequenina comigo. voltamos com essas malas + 1 carrinho dobrável + 1 mala média de rodinha que compramos para acomodar as coisas adicionais que compramos na viagem.

o vôo

começo dizendo que viajar de classe executiva foi a melhor decisão que tomamos. eu sei que nem todo mundo tem possibilidade de pagar por esse luxo, mas faz MUITA diferença.

até os 2 anos a criança não paga, então o custo fica um pouco menor. para vôos longos, há a opção de usar o berço que se acopla à parede do avião, na frente do assento dos pais. o problema é que o berço é para bebês até 2 anos, mas o otto simplesmente não coube (nem de longe) no berço, os 2 pés ficaram pra fora, ele parecia que estava numa caixa de sapatos.

dou aqui a dica que a companhia aérea me deu (e pra nós funcionou muito bem): reserve 2 lugares na fileira de 3 cadeiras, um em cada ponta (meio livre), e peça na reserva para marcar que o casal está com um bebê. o bebê não tem assento marcado (se o vôo estiver lotado, ele vai no colo o tempo todo), mas caso o vôo não esteja cheio, a chance de alguém querer sentar no meio de 2 pessoas com um bebê é mínima 🙂 sendo assim, o assento do meio fica livre e o bebê pode ir no meio.

no caso da executiva, fica perfeito porque o banco reclina completamente. quando o bebê dorme, basta colocá-lo no assento do meio dormindo e pronto. além, é claro, do espaço enorme para levantar e até sentar no chão com o bebê (como eu fiz, para desgosto dos comissários alemães :D). o otto dormiu a viagem toda de ida e de volta, depois do jantar quando apagam as luzes. na ida ele acordou assustado 2x, chorou 3 segundos e depois dormiu de novo. nós conseguimos dormir também, pelo menos parte da viagem. dormimos o suficiente pra acordar com ele chorando NO CHÃO 🙂 (não sabemos se ele desceu sozinho ou se escorregou. pelo chorinho reclamão sem grande drama, suponho que tenha descido sozinho).

a comida no vôo foi ótima, e o otto comeu junto com a gente, de tudo um pouco. levei lanchinhos também, mas o que serviram nas refeições foi suficiente pra nós 3. só na volta precisei pedir mais uma porção de sobremesa porque o otto adorou as frutas e quis mais (morango, uva, kiwi).

levei livros pra ele, brinquedos e o iPad, mas de verdade não foi necessário. as novidades dentro do próprio avião e as pessoas ao redor foram distração suficiente 🙂

uma coisa que sempre fiz por ouvir recomendações a respeito é dar a chupeta pra ele no pouso e decolagem. ele já viajou de avião algumas vezes e nunca reclamou de dor de ouvido, então suponho que funciona mesmo! pra quem não usa chupeta, imagino que dar o peito ou a mamadeira faz o mesmo efeito (só que esse período de pressão no ouvido dura um pouco, precisa segurar no peito/mamadeira por um tempinho…)

o que levar na mochila de mão

levamos no decorrer da viagem (pra ele, além das nossas coisinhas) o iPad, 2 livros, 1 brinquedo, biscoito, uvas, queijo (aquele da vaquinha. ele não comeu nenhum :D), água, mamadeira, chupeta (2), 2 mudas de roupa (inclusive luvas/touca), 1 fralda de pano, 1 kit de talheres de plástico, 1 babador, o saquinho de troca de fralda.

eu e fer dividimos as coisas dele e as nossas em 2 mochilas: uma grande ele e 1 pequena minha.

não senti falta de nada na rua, o que levamos foi mais que suficiente. o chato era carregar o casaco impermeável que tira/põe quando entra e sai dos lugares. nos dias de chuva/frio levamos também o macacão impermeável dele (e usamos).

além das mochilas de mão, compramos por lá um carrinho (dobrável, super leve) porque não conseguimos alugar (muita encheção de saco, reserva, recomendações…). no carrinho deixávamos os casacos e uma mantinha que compramos por lá para cobrir o otto quando ele dormia no carrinho.

no hotel

eu e o fer usamos shampoo e sabonete do hotel, então nem levamos na necessária. todos nós usamos somente toalhas dos hotéis, então economizamos espaço na mala com isso também.

eu dei banho nele no chuveiro ou banheira, quando tinha. ele tomou banho junto comigo todos os dias. eu sentava no chão, com o chuveirinho, e ficava brincando com ele e dando banho, ele adorou! algumas noites ele me puxava pela mão pra dar banho nele <3 foi muito gostosa essa parte, que normalmente é diferente em casa (ele toma banho antes de dormir sempre, mas na banheira dele). a gente tomava banho, o fer pegava ele, trocava, colocava pijama e fazíamos a rotina de dormir.

em todos os hotéis que ficamos (com exceção de 1 pousada, cujo berço era muito pequeno para o otto) pudemos contar com berços portáteis. ele dormiu muito bem nos berços todas as noites — eu contava história, fazia dormir no colo ou na nossa cama e depois colocava no berço. ele dormiu bem quase todas as noites, até porque dormia muito mais tarde do que o normal (entre 21h e 22h, quando o normal dele é 19:30h). só deu trabalho realmente nas noites com nariz entupido, pois gripou no meio da viagem.

o problema de dormir em hotel com bebê é que a noite acaba na hora em que ele dorme. mas, honestamente, estávamos tão cansados no final do dia que às 22h já queríamos os 2 dormir também, ficamos no máximo mais 1h acordados depois dele…

jantamos algumas noites no hotel, pra não precisar sair pra jantar. pedimos comida (no hotel ou delivery) e algumas vezes compramos lanches. o otto comeu muito bem alguns dias (pizza e macarrão eram sempre bem-vindos. na viagem ele comeu pizza pela primeira vez e AMOU) e muito mal em outros. procuramos pedir pratos que ele talvez gostasse, mas só o macarrão é certeza absoluta, o restante depende do dia. alguns dias ele comeu pepino em conserva e recusou purê de batata; em outros, comeu carneiro e recusou legumes. aliás, a maior dificuldade pra nós foi conseguir legumes e frutas pra ele, já que são as comidas preferidas. ele via brócoli e só faltava IMPLORAR. até pimentão e cenoura crua o menino comeu, na falta do restante.

café da manhã no hotel foi sempre ótimo, mas tivemos que estabelecer uma rotina de dar a mamadeira para o otto ANTES de ir para o restaurante, pois quando ele via a comida não queria mais mamar (ogro). então dávamos o leite dele ainda no quarto e depois íamos comer. ele comeu muito mal a viagem quase toda, e ficamos preocupados. felizmente ele come muito bem normalmente, acabamos deixando ele comer o que queria (pouco), já que sabíamos que ele ia recuperar o tempo e peso perdido na volta. mas olha — que chato quando a criança não come! tive uma amostra do quanto é estressante estar com um bebê que não quer comer nada. não invejo mães que têm filhos que não comem bastante.

comendo fora o tempo todo

essa é uma questão que depende muito da criança, obviamente. o otto é uma criança que come muito e de tudo. ele não está habituado com sanduíches, lanches e snacks (bolacha, etc.), o que é um problema em viagens desse tipo. ele come normalmente arroz, feijão, carne, legumes e verdura, sopa ou macarrão. e muitas frutas, todos os dias. por mais que essa alimentação seja ótima e saudável, não é muito simples servir esse tipo de comida todos os dias em todas as refeições durante uma viagem.

os restaurantes que ele comeu melhor foram chineses e japoneses (arroz, carne, legumes — check!) e italianos (macarrão e carne — check!). comidas que associam com crianças, tipo almôndegas e purê de batata, por exemplo, ele não gosta. para nossa sorte, ele AMA batata frita, que se acha em todo lugar. na emergência, apelamos para batata frita. até NUGGET tentamos dar pra ele no mcdonald’s, vejam bem… ele recusou os nuggets, mas comeu a batata e a cenoura CRUA.

para completar a mudança total de alimentação (rotina e oferta) ele ainda ficou gripado, e o apetite desapareceu, ele não queria comer NADA. ah, sim, e como cereja em cima do bolo, o pouco que comia ele só aceitava comer sozinho. ele está na fase de querer fazer tudo sozinho, e eu acho super legal e incentivo, mas convenhamos que no meio de uma viagem, com roupas limitadas, frio, e querendo passear, gastar 2h para almoçar e sujar a roupa toda não era exatamente uma boa opção. tentei balancear, deixei ele comer sozinho enquanto não estava muito demorado e nem muito bagunçado.

as frutas foram um problema à parte — ele come uma variedade muito grande todos os dias, mas na viagem não é simples dar todo tipo de fruta. procurei as mais fáceis, e fiquei com elas: banana, uva e blueberries. ele comeu relativamente bem todas essas, que são fáceis de comprar e levar. pelo menos isso!

ele começou a comer com frequência algumas coisas que não comia normalmente, foi interessante: pepino, tomate e ovo cozido/quente. todos no café da manhã, como um legítimo viking!

e o comportamento em lugares públicos? brigamos muito em vários restaurantes e locais fechados, pois ele estava nos enfrentando bastante. batia os talheres, chutava a mesa, jogava a comida no chão, recusava a comida e fazia manha (nhééééé…), dava gritinhos re protesto, etc. suponho que o comportamento diferente do normal (ele não é tão chato normalmente) seja uma mistura de saco cheio, mudança de rotina, gripe, e a idade (terrible twos approaching fast…). não foi fácil pra nós, pois DETESTAMOS criança fazendo manha e tendo chilique em locais públicos. demos bronca, como sempre fazemos, e tentamos aproveitar a oportunidade para educá-lo, mas várias vezes também acabamos cedendo para evitar constrangimento maior. esse balanceamento é difícil, e nos causou bastante stress.

se fôssemos o tipo de pais que não se importa de incomodar os outros ou que não se importa em não educar na hora que é necessário, provavelmente não nos incomodaríamos. mas pra nós essas 2 questões são muito importantes, e não é fácil ceder para evitar uma crise no meio da viagem.

de certa forma, a viagem foi educativa também pra nós, como pais. entendemos que por mais que queiramos controlar tudo e fazer tudo “certo”, às vezes é preciso aceitar situações não ideais, e recomeçar numa próxima oportunidade.

trocando as fraldas

é um incômodo, já vou avisando. pelo menos pra nós, porque o otto não para quieto pra trocar, protesta sempre. as fraldas de xixi dá pra segurar bastante a troca, mas de cocô a gente trocava imediatamente (não dá pra ficar PERTO do menino nesse estado, hahahhahaa). pela escandinávia toda tem “baby rooms” (unissex, não é dentro do banheiro feminino como por aqui) para trocar fraldas, tudo muito espaçoso e boa infra.

no entanto, o bebê pode fazer cocô nas horas mais inconvenientes, como dentro do avião (trocar bebê no avião, do tamanho do otto e sob protestos… not funny) ou 3 minutos antes de entrar no passeio de ferry, como aconteceu conosco. o ferry não tinha baby room, somente banheiros minúsculos que mal cabiam 1 pessoa. eu e fer tivemos que trocar a fralda do menino em pé num banheiro minúsculo… e ninguém mais pode entrar no banheiro, graças à fralda atômica 😀

aliás, recomendo fortemente levar saquinhos de guardar fraldas sujas de forma que seja possível fechar completamente o saco, caso precise levar as fraldas consigo. as fraldas de cocô do otto são PODEROSAS, não dá pra viver com elas no mesmo ambiente sem isolar, hahahahaha!

as sonecas

o otto ainda dorme de dia, normalmente 1 vez, às vezes 2 (manhã e tarde). a rotina dele é de dormir no quarto, com musiquinha e tals. imaginem esse menino cansado, na rua, sem rotina, sem quarto, sem nada que ele está acostumado.

o que aconteceu é que ficamos atentos ao comportamento dele (cansaço, sinais de sono, etc.) e tentamos promover um ambiente melhor pra ele dormir. andar no carrinho, bem agasalhado, sem muitas intervenções, ajudou. ele dormiu algumas vezes no carrinho, sem problema (e aí descemos o carrinho e ele ficou por lá por até 2h). outras vezes pegamos no colo para dormir (avião, ônibus, trem, barco, etc.), e ficamos lá de castigo com ele no colo.

no geral as sonecas não deram trabalho, bastou prestar atenção ao cansaço dele e dar um jeito de deixá-lo confortável para dormir seu soninho do dia.

os passeios

primeiro: o carrinho é uma necessidade. ponto. se soubéssemos que não ia ser possível alugar, teríamos levado. faz muita diferença, principalmente nessa idade em que ainda é possível usar carrinhos e eles estão pesados pra gente carregar, seja para passeios ou para dormir. na escandinávia toda é fácil andar de carrinho em todos os lugares (ônibus, trem, rua, museus, etc.), dá pra usar sem problema nenhum.

passear pela rua e parques, pelo menos com o otto, é ótimo. ele gosta de ver gente e paisagens, seja no carrinho ou andando. é importante arranjar uma forma de poder “soltar” a criança de vez em quando, deixar andar e explorar. não dá pra manter no colo ou no carrinho por muito tempo, eles ficam entediados (e é chato mesmo né?). procuramos encontrar oportunidades de deixá-lo andar, explorar e brincar solto. ele adorava cada oportunidade de correr e explorar, ver pessoas e interagir. fez muitos “amigos” pela viagem, uma graça. fazia charme pra todo mundo, e as pessoas em geral foram muito simpáticas com ele e conosco carregando um bebê. aliás, viajar com bebê tem isso de diferente: as pessoas sorriem o tempo todo, perguntam e fazem graça (o que é incomum na europa, sem bebê :D).

o mais chato de fazer com bebê é comprar. entrar em lojas e supermercados é uma tortura, ele quer andar e fazer bagunça nas lojas e, óbvio, não dá. então temos que ficar lidando com a criança surtada querendo explorar corredores estreitos, com monte de gente e produtos que ele não pode pegar. MUITO CHATO. ou seja: com bebês que não ficam quietinhos no carrinho, melhor evitar compras.

museus, parques, rua, trem, barco funcionaram muito bem com ele. ele se distrai com paisagens e bichos, quadros, pessoas, é bem fácil de lidar. nos acompanhou muito bem! só não pode ficar parado muito tempo, que ele reclama. keep moving.

ah, e o abençoado iPad: nos passeios de barco/trem/ônibus ele salvou nossas vidas. entre galinha pintadinha, toca boca e joguinhos de memória ele se divertiu e distraiu em situações que seriam difíceis sem o brinquedo. obrigada, apple!

a maldita mamadeira

o otto mama só na mamadeira desde os 9 meses, quando recusou o peito em definitivo. por um lado é uma libertação pra mim (a teta), por outro é um incômodo, pois a mamadeira precisa ser preparada (diferente do peito, que está sempre ali). precisa comprar o leite e esquentar, 3 vezes por dia, uma delas no meio da noite.

comprar o leite é OK (mas é um desperdício, pois de cada 1L conseguimos aproveitar no máximo 500ml a cada dia já que ele mama 250ml por vez, o resto temos que deixar no hotel), mas esquentar não foi tão OK. ele não toma leite em pó nem a pau (parou faz uns 3 meses, não aceita de jeito nenhum) e só toma leite quente/morno. descobrimos que diferente do brasil, os hotéis não têm microondas nas cozinhas. quando era possível esquentar, tinha que ser no fogão. imagine que a cada dia ele mama 3 vezes: 1 vez de manhã (ainda no hotel), 1 vez à tarde (na rua!) e 1 vez à por volta de meia-noite (no hotel). por incrível que pareça, na rua era mais fácil dar mamadeira do que no hotel (comprávamos o leite já quente em cafés, normalmente era simples, mas nem todos os dias conseguimos).

se seu bebê mama no peito ou aceita leite em pó é moleza. água quente tem em todo canto, e amamentar é tranquilo em todo lugar. comprar leite e esquentar, por outro lado… foi um saco. alguns dias simplesmente desistimos de dar a mamadeira do meio do dia, para evitar a peregrinação do leite.

ou seja — nesta viagem a rotina de alimentação dele ficou toda estragada, e ele comeu MUITO menos do que o normal. tenho certeza que perdeu peso, mas como ele normalmente come super bem, já está recuperando as calorias perdidas 🙂

ah, a lavagem da mamadeira: nós não esterilizamos nada desde que ele fez 3 meses. e quando uso água quente nem detergente eu uso. pra nós foi tranquilo lavar a mamadeira nos hotéis, pois sempre tem água quentíssima na torneira. água quente + sabão resolveram muito bem, sem stress.

vestindo o bebê

para a temperatura de 0-12C que pegamos (com eventual chuva, neve e sempre muito vento), vestia ele com 1 body de manga comprida + moleton de capuz + casaco impermeável (em locais fechados, deixava só o body) e dependendo da temperatura 1 ou 2 calças + meia + bota. quase não usei o tênis que levei pra ele.

o mais chato foi tirar/colocar roupa a cada vez que entra/sai dos lugares. a diferença da temperatura do lado de dentro e de fora é MUITO grande, e vestir/tirar casaco de um bebê pequeno com frequência é MUITO chato. pra não falar de colocar luvas… mas depois de 2 ou 3 dias já tinha acostumado, e ele também (até ajudava a colocar e tirar as roupas :))

os vírus estrangeiros

eu nunca fico doente. aliás, não me lembro a última vez que fiquei gripada, faz muitos anos. o otto resfriou 2x, mas bem de leve, nunca teve uma gripe de verdade. pois que no 4o dia de viagem ele resfriou. e o resfriado evoluiu para uma gripe daquelas poderosas, com tosse, febre e tudo o mais. e eu, 2 dias depois dele, adoeci também.

e foi daquelas gripes do mal mesmo, de vírus que a gente não conhecia, sabe? dor no corpo, febre, tosse, catarro, espirro, falta de apetite. além então de toda a mudança de rotina e dos empecilhos de viajar com o bebê, ele ficou doente e eu também.

fiquei mal a ponto de marcar uma consulta no meio da viagem, para olhar nossa garganta e ouvidos, que a coisa tava feia. fizemos até exame de sangue (tudo muito profissional e eficiente — e pago!), conclusão: infecção viral em ambos, eu estava pior que o otto, mas pelo menos podia tomar xarope (e tomei, ufa), mas ele não. com ele, somente paciência e um abençoado remédio de nariz especial para bebês que salvou nossas noites.

usei o tylenol bebê 1 noite, que ele estava com bastante febre, o soro de nariz com frequência, e o meu xarope amigo comprado lá. e fomos melhorando, aos poucos, e aproveitando a viagem como deu nestes dias piores.

conclusão

é difícil viajar com bebês, mas é possível; e não vou enganar ninguém: é mais divertido viajar SEM bebês, é claro. mas como pra nós deixá-lo em casa e viajar sozinhos não é uma possibilidade (nada contra quem faz isso, é que NÓS não queremos), procuramos tirar o máximo do que é possível numa viagem com o bebê. suponho que viajar junto com ele vá se tornando mais legal conforme ele cresça e se torne de fato companheiro de viagem. nessa idade ele é um viajante involuntário, às vezes protestando contra o fato inclusive 🙂

e acho que forçamos a barra com ele várias vezes, que ele passou por situações que não são ideais (atraso de refeição, atraso de hora de dormir, desconforto pra tirar sonecas, etc.). mas ao mesmo tempo também acho que sair da zona de conforto é importante, mesmo para bebês. quero poder expor o otto a situações diferentes (e às vezes desconfortáveis, faz parte) para que ele aprenda também a se adaptar.

para minha surpresa, ele se adaptou muito bem a situações que eu achava que seriam muito difíceis. o fuso, por exemplo, de 5h+ ele tirou de letra, nem sentiu. dormiu muito melhor na rua do que eu imaginava. a alimentação, por outro lado, que não me preocupava, foi terrível. ele dormiu bem nos hotéis, adorou tomar banho comigo, e se divertiu na rua e conhecendo pessoas novas.

foi uma viagem completamente diferente do que costumávamos fazer, e nos sentimos frustrados e cansados em vários momentos. mas ao mesmo tempo é incrível poder viajar (com todas as restrições, foi uma experiência maravilhosa e única), tirar fotos e criar histórias e memórias que fazem parte da nossa vida e da vida dele. vou fazer um álbum (impresso) pra ele, com a história da viagem, com fotos dele para contar como foi. como ele não vai lembrar, vou criar um diário para que de alguma forma ele reviva a experiência. comprei também lembranças no decorrer da viagem, para que daqui a 10 anos ele possa olhar e saber que ele esteve lá, na terra dos vikings. e quem sabe decida ir por conta própria no futuro revisitar os lugares que conheceu e só lembra pelos meus olhos.

e, mais importante que tudo isso, é SABER que é possível viajar com ele. que nossa vida de viajantes, que prezamos tanto, não acabou. que tudo é questão de se adaptar e aceitar que às vezes as coisas dão errado — o bebê faz cocô no barco, um vírus nos ataca, não tem melancia pra vender no mercado.

já não tenho mais medo de nada, de nenhuma viagem, depois dessa experiência. mentira — eu continuo não querendo ir pra índia nem pra china nem de 1a classe 😉

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