Otto, prestes a completar 6 anos, não dorme sozinho. Depois de passar quase 2 anos tentando fazer ele dormir sozinho e na própria cama, desistimos e trouxemos ele pra nossa cama. Foi quando ele finalmente dormiu a noite toda.
Quando mudamos pra cá, há 1 ano e meio, propusemos que ele dormisse na própria cama, que é um colchão de casal no chão. Ele amou e topou, mas ainda quis que fossemos deitar com ele na hora de dormir. No meio da noite é bem frequente ele levantar e vir me chamar pra ir dormir com ele (sempre vou).
De vez em quando Fer e eu nos questionamos se essa história dele nunca dormir 100% sozinho é bom, tá correto, sabem como é — todo mundo critica, diz que ele precisa dormir sozinho, que já é grande, que não tem cabimento, e tals.
Hoje lá foi o Fer, e o Otto enrolou ele por 40min. Estava visivelmente cansado mas se recusou a dormir porque “quero a mamãe”. Fui lá, ele ficou TÃO feliz <3 me abraçou, beijou, disse “eu te amo” umas mil vezes. Ele tá enrolando, que eu sei, mas o amor também é legítimo. Saí antes dele acordar, e cheguei 18:30h. Ele vai pra cama às 20:30h.
Ainda assim, tentei argumentar:
Eu: “Otto, vou ficar aqui com você, mas sabia que você já é um menino grande? A maioria dos papais e mamães não dormem com seus filhos! Alguma hora você precisa dormir sozinho.”
O: “mas por quê, mamãe? Eu não quero dormir sozinho. Por que outros papais e mamães não dormem com as crianças?”
E eu não tinha uma boa resposta. A única resposta honesta seria: porque eles não querem.
Mas eu quero.
Respondi algo como “não sei mas sei que é assim”, porque ele me desconcertou.
Deitamos, ele me abraçou pelo pescoço bem juntinho e dormiu em poucos minutos. Fiquei ali uns minutos que pareceram uma vida, pensando que em muito menos tempo que eu imagino esse menino vai pro mundo, e não só não o verei todos os dias como nem nos falaremos todos os dias. Estes anos dos abraços sem fim, beijos e pedidos de aconchego vão acabar, e outras coisas virão.
Não sei sobre os outros pais e mães, mas essa mãe aqui vai lá dormir com o menino até quando ele pedir, e espero que dure muito. 💔
Entries from July 2016
Dias eternos, anos que voam
July 29, 2016 · Leave a Comment
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Virá, que eu vi
July 26, 2016 · Leave a Comment
A gente tem um problema do meu lado da família, que é grave: tudo lembra alguma música. Qualquer frase, pergunta, colocação, evoca alguma música relacionada (direta ou indiretamente) com o tema ou a frase, palavra. E quando a gente lembra de uma música a gente pre-ci-sa cantá-la, certo?
É meio que a maldição do musical involuntário — a tia fala “olha que lua linda hoje…” e algum de nós puxa ~ LUA DE SÃO JORGEEEE / LUA DELIRANTEEEE ~
(Essas situações são muito menos constrangedoras nos filmes)
Otto hoje disse que ia me chamar pra dormir com ele de madrugada (sempre chama, sempre vou <3), perguntou “você vem?” e eu, amaldiçoada, respondi com um “venho, a mamãe sempre vem…” e, ops: ~ VIRÁ QUE EU VI ~ e já emendei a canção toda.
O menino riu RIU RIU de ficar com soluço e me fez repetir mil vezes. Amanhã eu mostro esse vídeo e se tudo der certo ele amará um pouco mais o quarteto.
(Deve ser assim que a gente passa a maldição adiante, suponho?)
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Pega eu
July 26, 2016 · Leave a Comment
Reli um postantigo daqui a respeito de como eu pessoa humana me sinto sobre os diversos chapéus que vestimos nessa vida (mãe, profissional, mulher e tals) e rolou uma pequena discussão porque uma leitora declarou estar “cansada das minhas certezas” e que agora que eu estava expressando dúvidas ela estava achando legal e mandou um “bem-vinda ao clube”. No caso o “clube das mães”.
Achei o comentário imbecil em várias dimensões. Vou elaborar, senta aí.
A primeira é a postura de superioridade que às vezes se adota quando se é mãe. Desde quando ser mãe torna alguém melhor que outra pessoa não mãe? De repente você se torna uma versão melhor de você mesma, ok, mas convenhamos que se você for uma idiota isso não vai necessariamente deixar de ser verdade.
Segunda: Ela me “aprovou” pra entrar no clube, pessoal. Porque esta pessoa se sente no direito de me “dar aval”, afinal ela foi mãe-antes-de-mim (veterana? Estamos na escola?) e é MÃE DE DOIS (vocês ouviram anjos cantando? Já repararam que o número de filhos parece condecoração de exército? “Você tem um filho só? Ahhh não sabe de nada…”). Não, gata, você não é melhor nem “sabe mais” sobre maternidade porque tem mais filhos.
(Por que essa competição sobre quem é mãe “melhor”? 6 anos na função e ainda não entendi)
Terceiro, o clube. Olha, tem pouca coisa nessa vida que eu odeie mais que clubes, panelas, “coletivos” (socorro) e tudo que gira ao redor disso. Não participo nem de clube de livro. Odeio regras. Eu mudo de ideia, eu me contradigo e eu repenso tudo que já disse, por diversão. Fiz parte de uma associação e comprovei que é só na diferença e no respeito genuíno que as coisas florescem.
Eu meio que mandei ela enfiar o clube e a opinião a meu respeito no próprio cu. Fui um pouco menos grossa, sei lá porque, mas foi isso.
(Sabe o que é divertido? Essa moça do comentário criou um clubinho mesmo :D)
Quarto: por que incomoda tanto as pessoas a gente ser segura, auto confiante? Aliás, seja feliz e expresse sua felicidade abertamente e você conhecerá o ódio das pessoas contra você. As pessoas odeiam gente segura e gente feliz. Se você estiver insegura, triste e/ou reclamando vai ter um monte de gente pra mandar mensagem “edificante”. Nenhuma delas vai te emprestar dinheiro, lavar sua louça ou te levar pra passear, tá? Elas vão fazer cara de dó e te dar conselhos inúteis, basicamente. Parece que ser miserável deixa as pessoas que observam bastante satisfeitas.
Duvida? Repara quais posts seus dão mais IBOPE. Repara quão poucas são as pessoas que se alegram com sua alegria e botam a mão na massa quando o bicho pega.
Sou segura, confiante, me amo e me valorizo, pega eu. Mas pega MESMO, hein? 😉
(E me inclua fora dos clubes. Só gosto do clube do livro não ortodoxo, melhor clube <3)
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Na prática a teoria é outra
July 19, 2016 · Leave a Comment
Da série #cuspipracima: Sempre disse que meu filho ia guardar os próprios brinquedos porque QUE ABSURDO mãe que guarda os brinquedos do filho!
Até que chega a hora de guardar os brinquedos antes da hora de dormir, que eu devia ter combinado de guardar antes mas não combinei por motivos de mãe loka, e eu guardo tudo correndo antes que ele saia do banho, feito aquela época que éramos crianças e arrumávamos a bagunça antes de mãe chegar (eu socava tudo em qualquer gaveta / armário / caixa e rezava pra ela não conferir).
Pedir pra criança guardar os brinquedos na hora que você quer que ela se prepare pra dormir é CILADA, BINO. Precisa ser mãe com poderes telepáticos nível Prof Xavier, porque tudo que a criança não quer é seguir a rotina e dormir. Guardar a porra dos brinquedos se transforma numa guerra, num drama e numa potencial fonte de culpa que não preciso para viver — “mas mamãe, deixa eu brincar SÓ MAIS UM MINUTO”.
Ceda ao “UM MINUTO” e você entenderá a teoria da relatividade de Einstein.
Modosque enquanto ele enrola pra sair do banho eu guardo os brinquedos do meu filho, e nego tudo que disse antes de ser mãe. Ser mãe, inclusive, é muito mais fácil quando a gente não tem filhos 🙂
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Primeiras férias sozinho!
July 19, 2016 · Leave a Comment
Ele voltou das mini-férias sozinho (4 dias com a avó e a tia)
<3
Me abraçou, beijou, e disse que sentiu minha falta. “Mas só de mentirinha, mamãe!”
Já eu, percebi que senti mais do que imaginava quando recebi o melhor abraço que existe em todo planeta.
**
O vô Gê me manda por e-mail, a respeito de um catavento que deu de presente pro Otto:
Vô Gê: Quem vai gostar do catavento é o vovô Ivan.
Otto: Como você sabe que ele existe?
😀
É uma pergunta relevante, convenhamos, tratando-se do meu pai!
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Autoconfiança
July 17, 2016 · Leave a Comment
Das coisas que eu realmente tenho orgulho da criação do Otto é a segurança que ele tem de saber (e expressar) o que quer e não quer, e o porquê.
Lá na casa da avó, ela preparou quiabo (sabendo que ele adora). Na hora de comer ele recusou, avisou “não quero quiabo”. Ela tentou persuadir — “mas precisa pelo menos experimentar!” e ele mui perfeitamente respondeu “mas eu já experimentei e gosto, eu só NÃO QUERO”.
Não é maravilhoso? Eu com 44 ainda não aprendi a falar assim tão direta e tranquilamente.
<3
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Missão
July 5, 2016 · Leave a Comment
Eu: “Otto, me explica essa história?”
O: “não é uma história, é uma MISSÃO!”
(Hahhahahhaha, ok)
O: “ali em cima está a Maria” (reparem no rabo de cavalo e no vestido) “e depois sou eu, segurando uma carta com instruções…”
Eu: “e o que está escrito na carta?”
O: “nada, mamãe, é um DESENHO” (leia com um tom de “mãe, você é retardada?”)
(Hahhahahahha)
O: “as instruções dizem que tem um helicóptero num telhado e que vai haver uma explosão!”
(Vocês sabem que eu não edito as falas né? “Vai haver uma explosão”)
Reparem nas setas, direcionando a missão, e a explosão.
Segundo ele, cumprir a missão é outra história.
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Fim
July 2, 2016 · Leave a Comment
Claro que eu podia ensinar o Otto a escrever FIM, que é tão fácil, mas não faço questão alguma que ele aprenda a escrever antes de me pedir (ou aprender na escola). Ele “escreve” um monte, lá do jeito dele, e tá muito bom assim.
Todas as histórias dele têm FIM, e eu acho o máximo <3 quisera a gente também colocar fins tão clara e categoricamente no que acabou.
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