Sei que tá cheio de gentes que amam crianças pequenas de cabelos compridos, por inúmeros motivos que não cabe a mim julgar (embora silenciosamente eu julgue e tenha cá minhas teorias), mas eu-enquanto-mãe-e-cuidadora sou contra, e defenderei sempre o cabelo não-longo para crianças.
Porque quem lava e cuida sou eu/pai; criança não lava nem penteia nem cuida de cabelo (quem não sabe limpar a bunda não sabe cuidar de cabelo, vamos combinar?); criança não devia estar preocupada em cuidar de cabelo, que sendo comprido dá muito trabalho, devia estar fazendo coisas de criança; cabelo pode ter um componente enorme de vaidade, que eu prefiro neutralizar e não incentivar (ou seja: se puder NÃO comentar sobre aparência da criança, eu prefiro).
Acho que cabelo de criança tem que ser prático, funcional, e não objeto de vaidade. Mas enfim, essa é a minha forma de enxergar esse assunto, e ATÉ O MOMENTO sempre cortei o cabelo do Otto curto, até porque ele é super calorento, é ótimo.
Mas apareceu o Thor, e as coisas se complicaram, porque o Otto cismou que quer ter o cabelo igual ao do herói. Compriiiiiiiido.
“OK, ” eu disse. “Mas então você vai aprender a cuidar do seu cabelo sem reclamar — ter cabelo comprido é trabalhoso, e você precisa aprender a cuidar.”
Otto: OK! Eu cuido.
E cuida mesmo. Do jeito dele (lava que nem o nariz, penteia pior), mas faz.
Tá comprido, e essa semana percebi que tava incomodando ele (caindo no olho, coçando), tentei jogar um H:
Eu: “ô Otto, vamos cortar o cabelo?”
Otto: “não! Eu quero o cabelo igual ao do Thor, comprido!”
Eu: “Mas tá caindo no olho, incomodando…”
Otto: “o Thor não se incomoda!”
(Ou seja: ele jamais vai admitir que incomoda)
Tou lascada, ele vai virar a Maria Bethânia e vou pagar meus pecados.