fabricando

Meodeos a hora de dormir… Procuro não dar muita corda senão ele dorme às 23h, de tanto assunto. Puxou a tia Kelly, sabe?! 😀
“Mamãe, quando a páscoa chegar eu quero ovos de chocolate com jujubas em formato de wall-e e de avião!”
(…)
“Mamãe, os aviões tem que ser cinza e os wall-e, laranjas!”
(…)
“Mas o coelhão tem que ser bem forte pra carregar todos os ovos né? Ele tem ajuda?”
(…)
“Mamãe, quantos dias faltam pro Natal?”
(…)
“Quando a gente dorme, é como se tivesse morrido né?”
(Por que você acha isso? — fui obrigada a perguntar hahahhaa)
“Ué, a gente tá de olho fechado, igual quando morre”
(Não explorei o assunto, só me faltava essa)
“Mamãe, Marília é muito longe né? Fica em outra galáxia!”
(Hahhahahaha Fernando, acho que cabe começar ensinamentos de geografia intensivos)
“Por que quando a gente acorda a gente para de sonhar?”
**
Não para, meu amor. Sua mãe é prova viva disso <3
**
Boa noite, que ele finalmente dormiu e agora é minha vez.

Inclusive hoje o Otto acordou e me contou que teve um sonho, e descreveu com detalhes. Foi a 1a vez!
O: “Mamãe, essa noite eu sonhei! A casa tava pegando fogo!”
Eu: “que medo! Era um pesadelo?”
O: “não, mamãe, eu era o Super-Homem e apaguei o fogo…”
Eu: “… Assoprando?!”
O: “não, eu joguei terra pra abafar, e apaguei tudo. Eu não fiquei com medo, eu era um super-herói!”
(Já contei que ele quer ser super-herói quando crescer? Acho que ser médico ou cientista se qualificam, não? :D)

Hoje o Fernando tava em SP num projeto, eu levei o Otto pra escola. Trabalhei aqui, estava em reunião a manhã toda, e quando saí da última exatamente na hora de levá-lo, ele tinha ligado a TV e não tava de tênis.
Dei uma bronca, mandei por tênis, maior stress, tive que catar o moleque e colocar o sapato (um; o outro ele mesmo chorando me avisou “EU COLOCO SOZINHO”).
Parou de chorar quando entrou no carro, e eu tentei conversar. Ele avisa “mamãe, pode parar de falar? Não quero conversar”. Parei.
Desceu emburrado, perguntei se podíamos falar. “Podemos”. Expliquei que aquilo só tinha acontecido porque ele não quis fazer o que precisava fazer, que ele tinha que prestar atenção aos horários. Pedi desculpa por ter brigado com ele. Me abraçou, deu beijo, entrou, mas foi emburrado.
Fiquei péssima. Odeio brigar com ele, que no geral é uma criança excelente.
18h, fui buscar. Ele me vê e corre todo feliz, me abraça e beija. “Você que veio hoje!”.
Entra no carro, pergunto se foi divertido, se tava tudo bem. “Sim, me diverti, foi legal”. Quis saber mais, ele avisou que “não queria contar mais nada”, deixei.
Passam uns minutos, e: “sabe, mamãe, quando eu cheguei na escola eu tava triste. Mas o tempo foi passando e eu fui ficando mais feliz, aos poucos, até que no final eu estava muito feliz!”
<3
Juro que ele me contou assim, e eu fiquei tão orgulhosa dele em todos os momentos desse dia em que brigamos e ele soube lidar com algumas coisas bem melhor que eu. Soube o momento de parar de falar, ficou quieto quando precisou, e também desfez a tristeza “aos poucos”, como me explicou. E ficou feliz depois, sem remoer nada.
Não posso dizer que minha tarde foi tão boa quanto a dele. Eu, tão tranquila pra brigar com qualquer pessoa deste planeta sem sentir um pingo de remorso, fiquei com o coração do tamanho de um alfinete ao vê-lo entrando na escola triste comigo.
Mãe, pai: desculpem todas as vezes que eu briguei com vocês e continuei brigada. Como é triste ver nosso filho triste COM A GENTE! 💔

A cabeça desse menino, que coisa incrível <3
Estávamos lendo Numberlys (se não conhecem, procurem tanto o livro quando a app, que é maravilhoso), e a história é sobre 5 amigos. Ele apontou um par e disse “ele é o melhor amigo dela”, fez o mesmo com o segundo par, e sobrou um. O que sobrou ele disse “o melhor amigo dele é ele mesmo!”.
Achei fofo, e comentei “que legal, é o melhor amigo que a gente pode ter, não?”. Ele pensa e me diz: “vou ser meu melhor amigo, e NUNCA VOU FICAR SOZINHO.”
6 anos, pessoal.
**
O Fernando comprou pra ele um gibi da Turma da Mônica customizado, que você “monta” o personagem parecido com a criança e a história a inclui, com nome e tudo. Super legal!
Li a história pra ele, que ficou encantado em estar dentro do gibi, e tals. No final, perguntei: “e aí, gostou de fazer parte da Turma da Mônica?”
“Gostei. Mas eu preferia desenhar meu livro, comigo e todas as pessoas da minha família, as pessoas que eu conheço de verdade.”
Bah. Faremos, menino, porque suas ideias são sempre melhores que qualquer maluquice inventada pelos seus pais.
**
Pensa num amor.
❤️

Otto hoje tava o louco da pergunta (e do contra), enquanto eu lia história. Quis saber se a gente escolhia nascer menino ou menina. E enfaticamente me disse que queria sempre nascer menino 😀 Perguntei por quê, ele me disse que “ser menina dá muito trabalho” (você não tem ideia, meu filho). Não elaborei, deixei pra explorar em outra ocasião.
Segui com a história, era o Homem da Lua, que aparece com seu pai e sua mãe no convés do Veleiro Lunar. Eu digo “olha, acho que o pai dele é o Capitão no navio!” e ele imediatamente me diz “eu acho que a mamãe é que é a capitão… Como se diz?”
(VRÁ no meu sexismo)
“Capitã, meu amor. Tem toda razão, a mamãe pode mesmo ser capitã.”
E eu achando que ensino, HA.
(Durmam com essa)

Hoje à tarde eu estava pronta pra tirar um cochilo, Otto vem me chamar pra brincar:
Eu: “mamãe tá com cansada, com sono; vou tirar um cochilo e brinco depois, tá?”
Otto: “você quer um pouco de água?”
Eu: (own!!! ❤️) “quero sim!”
Ele vem com o copo de água, todo orgulhoso, e eu tenho que me segurar pra não esmagar.
Otto, sorridente: “gostou?”
Amei, meu amor. Amei.
Ele sempre me ajudou, é um menino muito prestativo e que gosta de participar, mas desse jeito cuidadoso e independente foi a primeira vez. ❤️

Nós 3 no planeta quadrado, de capacetes das nossas cores favoritas, pegando potes de moedas de chocolate branco.

I like the way you think, kiddo.

(No céu vemos a Terra, os pontinhos são as crianças que moram lá <3)

O: “os gênios dão 3 desejos pra gente!”Eu: “e o que você pediria, se achasse um gênio?”

O: “Hmmm… Um bando de ajudantes (!!); um guarda-chuva do homem de ferro e… Duas botas de chuva cor de rosa!”

(Hahhahahahahhaha!)

Eu: “por favor, peça DOIS bandos de ajudantes, que eu quero também, ok?”

O relato hoje é do pai, que acompanhou o piquenique de despedida da turma anterior do Otto.

**

Em casa o Otto disse que não queria ir para o picnic, chegou a ameaçar chorar.

No carro, no caminho, eu lembrando “Otto, a gente está indo porque os amigos querem dar tchau, falar parabéns, então conversa com os amigos. Alguns vão querer dar beijo, abraço, você não empurra, dá de volta o beijo ou o abraço, tá?”

“Tudo bem, mas eu não vou dar beijo nem abraço na escola, só gosto de dar abraço em casa”

Fiquei esperando no portão. Depois de uns 40 – 45 minutos que ele estava lá dentro ouço gritaria e correria. Estão todos, Otto na frente, vindo correndo para o portão. Otto ULTRA feliz, cartões e uma velinha com o nome dele nas mãos, coroa com o nome dele na cabeça. “Olha o que eu ganhei!”

“Que lindo! Você falou obrigado?”

Ele vira para a turma, que está toda em volta dele, levanta os braços e grita “Obrigado, pessoal!”

Todos em coro juntos “De nada!”

Eu “Vamos falar tchau?”

De novo, virado para eles, braços levantados e pulando “Tchaaaaaau!”

Eles respondem, ele vira e sobe correndo para a rampa.

A Andrea me fala “Teve uma hora que ele começou a falar só em inglês… ‘Yes!’ ‘Thank you’. Ah, e ele beijou e abraçou um por um”
No carro, eu falo “Otto, e ai, gostou?”

“Adorei!”

“E a Miss Andrea me falou que você beijou os amigos! Como foi?”

“Tudo que eles fizeram eu fiz também… beijo… abraço…”

“…”

“Te amo, pai!”

“Eu também, gatinho”

“…”

“…”

“Mas eu estou com saudade mesmo é da Maria”

Eu seco o olho, escorre outra lagriminha, faz meia hora.

Tou atrasada com as histórias né?
Essa não é tão boa no geral, mas é a mais linda pra mim: <3
Conversando com a vó Maria Lucia e a tia Paula ele avisa em tom meio “desculpaí, pessoal” que “olha, eu adoro vocês. Mas eu gosto mais da minha mamãe…”
❤️💛💚💙💜