Otto é uma criança tão peculiar com a linguagem… me encanta.
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Hoje ele deitou nas minhas costas, na banheira, e falou “mamãe, os seus pêlos estão arranhando!”. Expliquei que não eram pêlos, era a pele que estava seca, ÁSPERA, e esfregando com bucha ficaria macio. Ele amou a ideia, pegou a bucha e lavou minhas costas!
Enxaguou (existe essa palavra?!) e testou com as mãos — “olha, sumiu a ASPEREZ!”
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Eu lia agorinha pra ele a história do Homem da Lua, li o nome do autor, William Joyce. Ele, que vem acompanhando as palavras escritas e comparando com o que falamos, comentou: “mas eu falaria JOY-KE, e não JOYCE.”
Expliquei que o C quando antes de I e E tem som de SS. E quando antes de A, O e U, som de K.
“Eu escreveria VOCÊ com S e não com C. Por que é assim?”
Aí você me pegou, moleque. Toca estudar pra explicar amanhã.
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“Mas mamãe, por que o moço que escreveu essa história conta ela desse jeito, e não de outro? Eu faria o começo igual, mas o meio e o fim diferentes.”
E discorre sobre sua versão — obviamente melhor <3 — da mesma história.
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Não sei se é porque o menino fala pouco, mas nunca me canso de ouvir as coisinhas que passam pela cabeça dele.
Acho que ser mãe é encontrar poesia e cor nas coisas mais mínimas da vida de uma criança.
❤️
Bê-a-bá
January 11, 2017 · Leave a Comment
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