fabricando

#aloka comprou uma barra de manteiga hidratante COM PURPURINA da Lush. Por que não, certo? 🙂
Aí Otto viu e achou o máximo, quis passar. Passei nos braços do menino, que achou incrível por 1min e quis tirar.
Entramos no banho, ensaboei, meio que saiu. Só que na banheira…
Conclusão: tem purpurina em todos os lugares do corpo do menino, ainda bem que amanhã é sexta de Carnaval, ALALAÔ pra todos 😀

Ontem, no carro:
O: “ai, chingó, chingó, chino, aiaiai, chingó!” (Cantou a melodia direitinho!) “ô mamãe, por que canta assim, TINGÓ, AIAIAI?”
Eu: “porque é espanhol, essas moças são Argentinas e a banda delas se chama Perotá Chingó. Vamos ouvir!”
Coloco pra tocar, canto super empolgada, amo e tals. Acaba.
Eu: “e aí, gostou?”
O: “odiei.”
Eu ri MUITO mas quis socar ele 😀

Alma não tem cor

Eu: “sobe lá pra colar sua estrela no calendário!”
O: “ah, mas tá escuro lá em cima. não quero ir sozinho!”
Eu: “acende a luz, meu! Você não me disse que não tem medo de escuro?!”
O: “é que eu NÃO SUPEREI PARA SEMPRE o medo do escuro, sabe, mamãe? Preciso que você vá comigo.”
Fui, né.
😀

Hoje a escola nos ligou, pediu que eu entrasse pra falar com a professora na hora de buscar o Otto.
(O que o Calvin aprontou hoje, zeus? Têm sido 3 semanas de dificuldade e ranger de dentes)
Entrei, ela me esperava com ele, que tinha uma estrela na camiseta.
“Conta pra mamãe o que houve hoje, Otto!”
Ele me contou que fez todas as atividades e ganhou uma “estrela de prêmio!”, e ela reforçou que não só fez mas fez perfeito e acabou antes de todo mundo — “não é uma competição, né, Otto? Mas você realmente foi muito rápido!”
Ele estava muito feliz, muito orgulhoso e muito sensível. Se via que tinha chorado.
“O Otto me perguntou por que não pode estudar em casa, por que precisa vir à escola. Expliquei que aqui tem muito pra ele aprender. E fomos então conhecer a sala do 2o ano, mostrei os livros deles. O Otto adorou, e ficou muito interessado porque viu que aquelas coisas ele não sabia ainda!”
(A carinha dele quando ela contou a história… tão feliz!)
“Mas ele chorou — conta pra mamãe o porquê!”
O: “eu não queria ir embora hoje, queria ficar aqui!” — quase chorando.
Convenci a ir embora porque amanhã é aniversário do papai e precisávamos de um bolo. Fomos, fizemos compras, cartão, jantamos, mas ele passou o fim do dia todo muito sensível.
Não sei se entendo muito bem o que aconteceu. Mas me comoveu ver que a professora procurou entender um pouco melhor o Otto, talvez tenha começado a perceber o que o está incomodando na escola. Espero que consiga mantê-lo motivado a seguir. Vamos ver os próximos capítulos…
❤️
**
O: (meio chorando, no carro) “mamãe, eu estou com saudade da escola, não queria ir embora!”
Eu: “amanhã tem mais, amor. Vou te contar uma história — você sabia que ‘saudade’ é uma palavra muito especial na nossa língua? Ela significa sentir falta de algo que gostamos muito. É uma falta de algo bom, um desejo de ser feliz de novo.”
O: “mas NÃO É bom, mamãe! Eu não tou gostando de sentir saudade!”
Eu: “pensa que quando chegar amanhã, e você for pra escola, você vai ser feliz, e a saudade vai sumir.”
O: “ela NUNCA vai sumir….”
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E se a saudade for deste dia, desta sensação específica de perceber que se é capaz, que existe um mundo para explorar, e que existe alguém pra apoiar você com amor?
Ah, menino, como é trágico e bonito crescer.

3 semanas de ensino fundamental, as negociações com terrorista-mirim continuam, sem muito sucesso mas sem piora.
Seguimos buscando alternativas.
Mas a criança está lendo, gente. Nunca incentivamos e na escola não alfabetizaram até ano passado (que era o que queríamos mesmo; até esperaria mais um pouco, depois dos 7), mas agora ele tá lendo tudo, cada dia mais rápido, tão bonitinho <3
Já se conformou que QU = K, ainda não se conformou que C = S quando junto de E e I.
E nem falemos do H, que já tou antecipando uma DR a respeito 😀

O: “mamãe, você sabe qual é a última coisa que você faz quando alguém tem piolho?”
Eu: “ih, não! Qual é?”
O: “não sei, pergunta no seu celular pro Google”
HAHHAHAHAHHAHAHA
(Perguntei e não achei nenhuma resposta boa)

“Ô mamãe, sabia que eu nunca tinha feito pum no shopping antes?”
Apertei o passo, claro.

(15-Fev-2016)

Os diálogos do café da manhã são sempre profundos:
O: “Mamãe, eu quero crescer logo!”
Eu: “por quê, amor?”
O: “porque gente grande não chora!”
(Ohhhhhh menino pequeno que eu amo)
Eu: “meu amor, gente grande chora sim. Você já viu a mamãe chorar, só que não lembra… Gente grande chora e fica triste também, igual criança.”
O: “não fica não! Eu quero ser gente grande!”
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Tou aqui pensando que, com base nas reclamações dele sobre a escola, esse incômodo dele com chorar é menos com ele e mais com os outros. Ele reclama que os amigos choram e “não seguem as regras”.
Ah, meu amor, como vou te contar que gente grande chora, não respeita regras e ainda paga boleto?! :/

Otto tá lendo, tão bonitinho <3 hoje ele escolheu o 1o livro na estante olhando só a lombada. “O Bicho Alfabeto”, salve Leminski.
E escrevendo tudo, daquele jeito lindo de escrever como se ouve, e inventando soluções malucas pra pronúncias difíceis. “Licoideficador”
E me pediu pra explicar vários poemas. Não tou preparada pra isso, preciso de apoio pra interpretar “o cachorro late /um sonho sem dono”.

Como ensinar frações de forma involuntária:
Eu: “Otto, eu tenho um pedaço de Mumu (*) aqui, quer dividir comigo?”
O: “oba, quero!”
Corto 1/3 e dou pra ele (ele não viu quanto era, tava no banco de trás do carro). Como uma parte do que estava comigo, sobra um pedaço pequeno.
O: “sobrou, mamãe?”
Eu: “sim, quer metade?”
O: “quero.”
Comemos.
O: “mamãe, nós já comemos o chocolate inteiro?”
Eu: “acabou, mas não era inteiro. Eu comi um pedaço dele ontem, esse que dividimos foi o que sobrou.”
O: “hm. E você dividiu metade pra mim e metade pra você?”
Eu: “foi.”
O: “mas então eu acho que você devia ter dado mais pra mim e menos pra você!”
HAHHAHAHAHHAHA!
Eu: “hahahha, é? Por quê?”
O: “você comeu mais que eu!”
A gulodice é a mãe da matemática.
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(*) Mumu é um maravilhoso chocolate branco com cereais. Amo. Viciei o Otto também. Pelamor comprem, que é difícil de achar, e quem sabe se mais gente comer ele vende mais por aí.