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Entries from March 2017

Coaching para crianças

March 31, 2017 · Leave a Comment

As perguntas nunca são simples.
O: “mamãe, o que é o tempo?”
(Ferrou. Quando não sabe responder, devolva a pergunta)
Eu: “o que você acha que é?”
O: “é o que já passou.”
Eu: “o que passou a gente chama de passado. O momento agora chamamos de presente, e o que ainda não aconteceu, é o futuro. O tempo é tudo isso — passado, presente e futuro.”
O: “hoje nós vimos a linha do tempo. Os meus amigos adoraram a minha linha do tempo até os 6 anos!”
(Own <3)
Eu: “e que parte eles mais gostaram?”
O: “os 3 anos. A foto com o vovô Gê.”
Eu: “que legal hein?”
(…)
O: “Ô mamãe, a gente podia tirar uma foto do futuro!”
Eu: (vixe) “e como você faria isso?” (Já esperando alguma resposta nível Calvin)
O: “hmmmm. Eu posso fazer um desenho do que eu quero que aconteça no futuro!”
(A mãe, ainda imersa no ambiente corporativo, antes de pensar, responde:)
Eu: “isso eu chamaria de PLANO — a gente desenha o que quer e depois faz acontecer” 🙂
No próximo capítulo de “Coaching para crianças”: como ensinar seu filho a desenhar metas atingíveis com indicadores de performance 😀
**

E neste instante:
O: “amanhã eu vou fazer fotos do futuro. E segui-las!”
HAHHAHAHAHHAHHA 😱

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Be-a-Bá

March 29, 2017 · Leave a Comment

De todas as coisas divertidas da maternidade, o processo de aprender a escrever é o que mais me encanta intelectualmente até o momento. Felizmente desde que fui criança o método mudou, e hoje se trabalha com a interpretação das hipóteses de escrita da criança.
A premissa já é linda: a criança traz consigo conhecimento. Diferente de quando eu frequentei a escola, pois éramos recipientes vazios, a serem preenchidos pelos professores com conhecimento padrão.
Assumindo que as crianças têm inteligência e conhecimento prévio, a ideia é confrontá-las com uma hipótese diferente e levá-las (cada uma saindo de um ponto de partida) a um destino comum (a norma culta).
A beleza disso também está no processo, que permite à criança curiosa questionar a língua. Otto faz as perguntas mais lindas, que me enchem de prazer em pesquisar e responder: “por que o X nessa palavra se pronuncia KS?”
“E por que se escreve S se o som é de Z?”
“Por que colocar o H se ele não tem som?”
E aí vai. E é tão legal, e tão bonito que a vontade é só conversar sobre isso por horas e horas, e ser professora de alfabetização <3

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Xiu!

March 29, 2017 · Leave a Comment

Maria me contando sobre diálogo deles de ontem:
M: “Otto, venha almoçar meu amor!”
O: “mas eu quero brincar, por que eu preciso almoçar agora?”
M: “porque tem hora pra ir pra escola, senão não dá tempo!”
O: “ah, Maria, você precisa falar desse assunto?!”
HHAHAHAHAHHAHAHA ❤️

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Quereres

March 28, 2017 · Leave a Comment

Estamos aqui com sentimentos controversos sobre a evolução da relação do Otto com a escola.
Ele me disse que não gosta de sair de casa, mas chegando na escola gosta de estar lá, e geralmente sai mesmo muito contente.
Mas o contentamento dele é muito resultado de nós e a professora estarmos incentivando muito, e dizendo que estamos felizes que ele vem colaborando, que aceita fazer as atividades propostas (a questão nem é errado / certo, mas participar mesmo, começar e terminar o que foi proposto).
Dá um aperto no coração pensar que ele está se empenhando e fazendo tudo todo dia simplesmente pra nos agradar 🙁
(Sei que se diverte no processo, e tem o prazer de concluir coisas, acertar, e o processo em si, não é tão simples, claro)
Mas aí fiquei pensando que todos nós, no fundo, e provavelmente de forma inconsciente, somos assim: quanto do que fazemos não é pra agradar o outro? Quantas coisas nos movem sem percebermos, pra agradar alguém que amamos, ou de quem buscamos admiração? (Oi, pessoal das redes sociais!)
Ele não é diferente, quer nos agradar, quer agradar a professora. Ele chegou a dizer pro Fer que “só faço as coisas na escola pra você ficar feliz, Papai.” 💔
Meu coração fica doído. Mas — não é assim que é, pra todos, e nem percebemos?
Como tem sido desde que essa criança começou a crescer, ele expõe a ossada e as vísceras do mundo, da humanidade, pra nós. Esfrega na nossa cara tudo que faz de nós humanos. (Como imagino que fazem todos os filhos com seus pais, em diferentes graus e de diferentes formas)
Pra quem queria ser mãe pela experiência antropológica, não está nada mal. Há que cuidar, de fato, com o que se deseja.

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:-X

March 28, 2017 · Leave a Comment

(Menino tentando fazer a tarefa enquanto a mãe toca ukulelê)
O: “mamãe, você pode fazer silêncio? Assim eu não consigo fazer a tarefa”
Eu: 😬 “foi mal, desculpa! Parei”
O: “às vezes a gente não consegue fazer silêncio né?”
Espantosamente ele foi muito mais compreensivo comigo do que qualquer adulto aqui em casa é com ele.
VRÁ em mim.

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No place like home

March 27, 2017 · Leave a Comment

Eu: “Otto, e aí, o que você mais gostou na escola hoje?”
O: “o prô Rafa. Ele ensina a gente a dançar!”
(Own! ❤️)
Eu: “que legal hein? Viu como tem coisas legais na escola também?”
O: “é, mas a coisa que eu mais gosto é a minha casa.”
Eu: “eu também, meu amor. Eu também.”

**

O: “sabia que prô Rafa não tem cabelo mas tem barba?!”

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A+B

March 26, 2017 · Leave a Comment

Otto, distraído enquanto fazia uma traquinagem, arranhou as costas na lombada de um livro na estante. Ficou um arranhão feio, que ele quis ver no espelho.
Aceitou que eu colocasse uma pomada, desse um beijo, mas não sossegou porque não entendeu o que houve. “Mas como foi que eu me machuquei?”
Expliquei, e aí sim ficou tudo bem.
Juro que nunca vi alguém tão pequeno já tão analítico.

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Tiau

March 22, 2017 · Leave a Comment

Como não sabíamos o que fazer pra convencer o menino que realizar as tarefas na escola era algo MUITO importante, apelamos pras consequências: se não fizer as tarefas, não assiste desenho. Se fizer pouco assiste pouco, se fizer tudo assiste 2h/dia.
Lamento dizer que funcionou (odeio esse método, mas enfim, deu certo. Não sei até quando).
Temos trocado bilhetes com a professora, ela explica tudo que aconteceu no dia e a gente conversa em casa.
Aí hoje enquanto fazia a tarefa de casa ele me avisa – “quero mandar um bilhete pra prô também.”
Taí. Quase morri de fofura e de peninha. ❤️💔

**

“Pro Bárbara

Eu acho que estou muito bom e vou poder assistir [desenho] de novo. 

Um beijo, tchau, Otto”

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Entrada 

March 22, 2017 · Leave a Comment

[22-mar-2015]

Fiz lasanha hoje, prato bom pra alimentar bastante gente (éramos 6 adultos e o Otto). De última hora improvisei 2 saladas (já tinha beterraba assada na geladeira) — salada de repolho e tomate cereja e abobrinha crua ralada.
Ainda bem:
Eu: (servi um pedaço de lasanha pro Otto) “tó, amor, lasanha que você e o papai adoram!”
Otto: “só tem isso?”
Eu: (!!!!) “como assim, gato? Come essa e coloco mais…”
Otto: “não tem salada, mamãe?”
Eu: (!!!!!!!) “puxa, esqueci de servir, é mesmo, pera que vou pegar”
**
Servi — comeu a salada toda, a lasanha toda e sobremesa, na ordem, claro 😀

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Wishing upon a star

March 21, 2017 · Leave a Comment

[21-mar-2016]

Eu: “Otto, olha que linda a lua está hoje, e aquela estrela — é Júpiter!”
O: “eu quero ver Marte! Onde está?”
Eu: “ih, acho que Marte só com telescópio!”
O: “então vamos construir um?”
(Vamos chamar os universitários agora, um momento)
**
O: “mamãe, posso fazer um desejo pra lua? [o mundo, meu lindo, peça o mundo!] eu quero crescer e fazer um foguete, pra ir pro espaço e levar você junto comigo!”
😌
O: “e você, mamãe, faz um desejo praquela estrela ali!”
Eu: [que esse momento dure pra sempre, que eu possa guardar numa garrafa e abrir cada vez que me sentir triste, meu amor] “quero ir pra praia nas próximas férias!”
O: “ótimo desejo, mamãe!!” *abraço de bracinhos no pescoço*
**
Poema de sete faces
Quando nasci, um anjo torto 

desses que vivem na sombra 

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens 

que correm atrás de mulheres. 

A tarde talvez fosse azul, 

não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas: 

pernas brancas pretas amarelas. 

Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. 

Porém meus olhos 

não perguntam nada.
O homem atrás do bigode 

é sério, simples e forte. 

Quase não conversa. 

Tem poucos, raros amigos 

o homem atrás dos óculos e do -bigode,
Meu Deus, por que me abandonaste 

se sabias que eu não era Deus 

se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo, 

se eu me chamasse Raimundo 

seria uma rima, não seria uma solução. 

Mundo mundo vasto mundo, 

mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer 

mas essa lua 

mas esse conhaque 

botam a gente comovido como o diabo.

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