Estamos aqui com sentimentos controversos sobre a evolução da relação do Otto com a escola.
Ele me disse que não gosta de sair de casa, mas chegando na escola gosta de estar lá, e geralmente sai mesmo muito contente.
Mas o contentamento dele é muito resultado de nós e a professora estarmos incentivando muito, e dizendo que estamos felizes que ele vem colaborando, que aceita fazer as atividades propostas (a questão nem é errado / certo, mas participar mesmo, começar e terminar o que foi proposto).
Dá um aperto no coração pensar que ele está se empenhando e fazendo tudo todo dia simplesmente pra nos agradar 🙁
(Sei que se diverte no processo, e tem o prazer de concluir coisas, acertar, e o processo em si, não é tão simples, claro)
Mas aí fiquei pensando que todos nós, no fundo, e provavelmente de forma inconsciente, somos assim: quanto do que fazemos não é pra agradar o outro? Quantas coisas nos movem sem percebermos, pra agradar alguém que amamos, ou de quem buscamos admiração? (Oi, pessoal das redes sociais!)
Ele não é diferente, quer nos agradar, quer agradar a professora. Ele chegou a dizer pro Fer que “só faço as coisas na escola pra você ficar feliz, Papai.” 💔
Meu coração fica doído. Mas — não é assim que é, pra todos, e nem percebemos?
Como tem sido desde que essa criança começou a crescer, ele expõe a ossada e as vísceras do mundo, da humanidade, pra nós. Esfrega na nossa cara tudo que faz de nós humanos. (Como imagino que fazem todos os filhos com seus pais, em diferentes graus e de diferentes formas)
Pra quem queria ser mãe pela experiência antropológica, não está nada mal. Há que cuidar, de fato, com o que se deseja.
Quereres
March 28, 2017 · Leave a Comment
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