Otto antes de dormir, sempre lisérgico (puxou a mãe):
O: “papai, e se uma aranha me picasse, você sabe o que aconteceria? Eu não ia precisar usar óculos, ficaria forte, soltaria teias..”
Fernando: “isso no mundo do Homem-Aranha, Otto. Aqui no nosso ia doer muito, tem que ter cuidado com as aranhas, ok?”
O: “mas papai, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades!”
E nesta hora o diálogo acabou, porque o pai-de-cesárea teve ataque de riso 😀
Então, Mami Vera, temos mais uma história de desastre digestivo na família graças ao milagre da Páscoa:
Ontem Otto ganhou um ovo de 250g na escola, chegou em casa e antes que tivéssemos tempo de explicar alguma coisa ele comeu.o.ovo.todo. E jantou.
Saímos pra festa de amigos, ele ficou com a Maria até meia-noite e meia. Ela avisou que ele estava muito agitado, dormindo mal, achei que era a mudança na rotina.
À 1 da manhã ele acorda chorando e vomita puro chocolate na cama toda, incluindo travesseiros, e ele próprio. E chora, porque vomitar é mesmo um horror (ele ainda não sacou que depois a gente fica melhor, nesses casos).
Troca roupa de cama, travesseiros, toma banho, escova o dente.
Contei pra ele que também o tio Kito tinha passado por uma situação complicada por causa de excesso de chocolate, só que um tico mais trágica: estávamos presos num fusca, num calor do inferno, voltando da praia.
Ah, a Páscoa, que feriado lindo, símbolo do renascimento 😀
(Hoje de manhã viemos pro jardim pra lavar todas as roupas de mangueira. Não queira saber o quão chato é limpar chocolate não digerido misturado com outras comidas)
**
Fica aí minha contribuição pra vocês maneirarem no consumo de chocolate, ou comida de forma geral.
(Preparando café da manhã, a casa em silêncio, e canto meio sem perceber)
Eu: ” ~ arrasa com meu projeto de vida / querida, estrela do meu caminho… ~”
O: “mamãe, por que o mundo não toca música?”
(Hahahhahahhaha ❤️ O problema seria a seleção que “o mundo” faria pra música ambiente, né?)
Antes de ir dormir, história do dia: hoje cedo entro no quarto do Otto e o Fernando está tentando convencer ele a ir pra escola usando o Batman como intérprete.
[voz de Batman] “Otto, você precisa ir pra escola!”
(Meio de lado, ele me conta em tom de confissão — “eu tento fazer a voz do Batman e acabo fazendo o Lula!”)
😀
Deu certo!
(Brincando na banheira, com um copo…)
– “ponha água no copo, e ela se torna o copo.”
(Pega o Octopus, brinquedo de dedo do Pocoyo)
– “ponha a água no Octopus, e ela se torna o Octopus!”
Ele viu aqui, mas o original é esse aqui.
As conversas sobre o tempo estão ficando mais elaboradas, e hoje o Otto teve um insight maravilhoso, com uma pequena ajudinha do papai Fernando 😀
O: “se a gente mudar o passado, a gente pode mudar o futuro também, né?”
F: “o passado a gente só muda nas histórias de ficção, mas você sabia que você tem o poder de mudar o futuro?”
O: (olhões arregalados) “eu? Mas eu não sou um super-herói!”
F: “mas você pode — se você por exemplo subir agora e colocar sua roupa, daqui a 10 minutos você sabe exatamente onde vai estar: aqui embaixo, brincando. Você pode controlar o que vai acontecer no futuro!”
(Sai correndo todo feliz, e vai trocar de roupa. Volta mais feliz ainda:)
O: “olha! Eu controlei o meu futuro!”
Não é incrível pensar na profundidade desse pequeno ato de controle que é planejar, antecipar?
E não é ainda mais incrível e louco pensar que esse controle é pura ilusão? Que qualquer desvio ou distração ou avoamento leva a gente pra outro futuro, completamente diferente?
Ah, o tempo, e a ficção do controle.
“Por dias e dias, sua mente atormentada não o deixou dormir. Sem dormir, ele não sonhava e, sem sonhar, não podia fazer nada.” (*)
Otto: “peraí, pessoal!” (Faz sinal com as 2 mãos, bem italianinho) “Mas eu não estou dormindo! Se eu não estou dormindo eu não estou sonhando! E se não estou sonhando, não posso fazer nada!”
(Hahahahahahahha!)
Fernando e eu: “Mas já já você vai dormir, e vai poder sonhar. Se você puder escolher, o que quer sonhar?”
Otto: “com o Wall-E e a Eva, porque eu AMO o Wall-e e a Eva!”
(Pode amassar até destruir? <3)
(*) Sandman, Williams Joyce
levamos (significa — o Fernando levou, eu só agendei :D) o Otto no dentista pela 1a vez esse ano, com 3a7m. morríamos de medo, porque ele é daquele jeito, né (“NÃO ME PEGA!”). na 1a visita ele obviamente soltou um “NÃO ME PEGA” pra pobre dentista, mas logo ficou amigo dela e amou a cadeira cheia de funções. incrivelmente ele já deixou olhar os dentes todos na 1a vez, e pra nossa tranquilidade está tudo ótimo, só precisava mesmo limpar, já que aparentemente nem a escovação nem a pasta-placebo da Weleda estão dando conta.
ele voltou então pra limpeza, e depois de inspecionar TODO o equipamento, ficou encucado com a água que sai do caninho: “mas de ONDE vem essa água?” perguntou pra dentista, encantada com a lógica do menino analítico.
também aproveitamos pra perguntar sobre o uso da chupeta (ele ainda usa pra dormir, somente), e pelo menos nele não teve efeito absolutamente nenhum: nenhuma alteração, tudo perfeito.
agora é planejar pra tirar de vez, ainda esse ano. ele não é exatamente dependente da chupeta (dorme sem, às vezes esquece de pedir), mas tem um relacionamento ali… e do jeito que ele sempre foi chato pra dormir, morremos de medo de mudar qualquer coisinha na rotina.
a ver. vamos lá pra mais uma mudança 😀
(mas pelo menos os dentes estão perfeitos. segundo a dentista, o fato de não comer doces quase nunca, se alimentar bem e escovar pelo menos 2x/dia é o segredo. e olha que ele tem dentinhos desde 5 meses e meio!)
\o/