Com muita negociação no meio, conseguimos assistir Divertida Mente com Otto até o fim.
Ele tem dificuldade com situações tensas, quer desistir, fica achando que vai dar tudo errado… é um processo convencê-lo de que as coisas dão certo, no final. Tentou parar de assistir 3 vezes, até que cedeu (sob ameaças de não ver mais filme nenhum).
Foi interessante observar as coisas que chamaram a atenção dele: ficou chateadíssimo com a ideia das memórias se perderem (“mas eu quero lembrar de TUDO!”); não se conformou com a alegria e tristeza se separarem (“não pode deixar a tristeza pra trás!”); ficou muito preocupado com as ilhas desmoronando; não gostou nada do amigo imaginário ser esquecido.
Fomos tentando explicar as coisas conforme o filme progredia, e vendo de novo amei ainda mais a história. Que ideia mais linda do mundo pra explicar a importância da tristeza e como as memórias são mesmo uma mescla de sentimentos, um às vezes levando aos outros.
Choreeeeei tudo de novo, quando a tristeza tomou conta. Não porque é triste mas porque é belíssimo permitir-se sentir tudo que existe pra sentir, e eu sou a Alegria, aloka que não pára pra respirar e nem dá espaço para que a tristeza (raiva, medo…) existam.
(E o preço que isso tem? Tão alto!)
Foi, de novo, um aprendizado.
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Pra mim, né:
Eu: “Otto, e aí, gostou do filme?”
O: “Odiei. Horrível.”
Ai, ai.
(Mas depois admitiu que gostou da Alegria)