[12-maio-2015]
“É claro que você conhece os guardiões da infância!”
Já li esse livro pro Otto umas 20, 30 vezes (é lindo, não enjoei ainda), mas hoje o Fernando fez um gesto de “espera, ouve”, e eu silenciei antes de começar a frase que abre o livro.
E o Otto começou a contar a história, perfeitamente. Uma, duas, três páginas inteiras. Ele pula uma ou outra palavra, mas mantém o sentido das frases, conta a história todinha.
(“Esquadrinhou os céus com seu telescópio…”)
Eu virei as páginas e escutei, incrédula. Com lágrimas nos olhos e um sorriso no rosto, não porque ele tenha memorizado a história tão lindamente, mas porque ele conta a história usando a minha entonação, inflexões, pausas expressivas, e até os gestos que eu uso em partes mais dramáticas.
Idêntico. Um espelho. E a imagem que eu vi de mim mesma foi tão linda que até agora, escrevendo, eu me emociono.
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Leiam para os seus filhos, sobrinhos, amigos pequenos. Leiam com o coração, encontrem o drama, a comédia e o terror dentro de vocês, impressionem uma criança.
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(Tentarei filmar. Mas parece que ele sabe que quando filma é preciso representar, e não é a mesma coisa)