[26-jul-2015, mas não mudou nada ainda…]
Não sei se são os 5 anos do menino se aproximando (uma idade tão… Numérica :D) mas tenho tentado aproveitar coisas que sei que vão acabar um dia, talvez pra sempre.
Minha Mami Vera esteve aqui semana passada por 4 dias, e eu estava trabalhando o dia todo. Conversamos e fizemos coisas juntas, mas a maior parte do tempo eu fiz coisas minhas, da casa ou com o Otto.
E aí prestei atenção ao quanto hoje, nesta fase, eu estou intensamente interagindo com o Otto. Não no nível verbal, da troca de ideias (como faço com minha mãe hoje, e é tão legal), mas o contato físico, a integração ainda tão intensa que é difícil separar o que ele faz (ou deve fazer) e eu faço.
Hoje eu tomava banho junto e dei o sabonete pra ele (queremos ensinar a tomar banho, independência, e tal), ele devolveu “você me dá banho mamãe? Por favor?” e veio sem querer a ideia de que em não muito tempo eu nunca mais darei banho nele; nunca mais dormirei junto com ele; nunca mais vestirei roupas ou sapatos, e tantas coisas que parecem (e são) tão boas, porque significa que ele cresceu e (ufa) não precisa mais de mim.
Quando foi a última vez que minha mãe me deu banho, abraçou meu corpo, sentiu meu calor, o cheiro de filho que só a gente reconhece? Eu não lembro. Mas lembro do cheiro do colo dela, como se fosse ontem.
Acho que já comentei que das coisas mais maravilhosas de ter filho é o contato físico. Tocar aquela criatura, abraçar, sentir o cheiro, é uma experiência indescritível. É um banho de amor que invade a gente, um amor profundo sem palavras. Observar aquele serzinho viver, respirar, é um milagre.
(Imaginei que ia amenizar com o tempo, mas não)
E ao mesmo tempo em que considero (e é; sei que é) importante dar a ele os instrumentos pra navegar no mundo por conta própria, como abrir mão desses momentos preciosos de cuidado?
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Dei banho. E pedi que ele conferisse tudo e fizesse de novo, que “a mamãe pode ter esquecido alguma coisa”.
Criatividade, me ajuda, que eu quero mas não quero que meu filho cresça.