fabricando

a complicada questão de gênero

August 17, 2017 · Leave a Comment

[16-ago-2013]

Hoje uma senhora viu o tênis do Otto (preto com cadarços de tudo que é cor) e meias roxas e perguntou: “é menina?”

 

Nenhuma ofensa, mas gente — as pessoas realmente não OLHAM pras crianças, pras pessoas, o importante é rotular de acordo com as “regras”.

 

Enxergar o mundo pra além do nosso filtro é um exercício importante. Esse tipo de experiência me lembra disso, que bom.

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O drama da escola (que ainda não acabou em 2017…)

August 17, 2017 · Leave a Comment

[16-ago-2015]

Prestes a completar 5 anos, o Otto finalmente começou a gostar da escola a ponto de ficar desapontado no sábado quando descobriu que não ia! <3

 

Ainda é uma criança introvertida e diferente das demais (e não tenho nada contra; espero poder ajudá-lo a saber que ser diferente não é errado), mas já se integrou com as crianças, está mais solto em geral, se importa menos com barulho e bagunça, sabe se colocar e impor no meio das demais crianças e está ficando uma praguinha! Parece até que já tem seu primeiro amigo escolhido por ele mesmo (ele tem vários amigos filhos de pessoas queridas, mas que ele acolheu através de nós e não exatamente escolheu).

 

Foram 3 anos difíceis pra nós, desde que ele começou a ir à escola. Talvez mais pra mim — sou extrovertida, era daquelas crianças arroz de festa, relacionamentos sociais pra mim são muito fáceis. Foi muito difícil observar meu filho sendo tão fechado, resistente ao contato social. Só consigo pensar “ele vai sofrer!”, e ninguém quer nem pensar em ver o filho sofrer.

 

Procuramos ajuda, mudamos algumas pequenas coisas e subitamente ele começou a mudar. O que me deixa mais pasma é que a mudança foi sutil mas essencial: começamos a mostrar pra ele (através de feedback constante) que somos pessoas como ele, que têm vontades, desejos, frustrações; convidamos o menino a olhar pro outro, através de nós, e perceber a ação / reação, causa e conseqüência.

 

Minha interpretação é que nossa forma de lidar com ele até então foi de respeito, mas no fundo com condescendência — ele é criança, deixa ele, quando crescer ele aprende – entende. Esperávamos dele uma postura de adulto e ao mesmo tempo tratando como “café com leite”. Ele se expressa como adulto, mas com maturidade emocional de bebê, já que a gente não dava o retorno real, amenizava as conseqüências das pequenas atitudes. As “grandes coisas” a gente ensinou com regras claras, mas todas as pequenas coisas, do dia a dia, ficaram pra lá.

 

Quando começamos a ficar atentos e mostrar, nas pequenas coisas, como nos sentíamos, ele aprendeu rapidinho. Começamos a mostrar que esperávamos dele um comportamento de empatia conosco, que não íamos mais aceitar menos só porque ele é criança. Obrigado, por favor, com licença, ajudar em pequenas tarefas, esperar para ser ouvido, lidar com a frustração, compartilhar coisas / momentos / tarefas, terminar o que começou. São coisas simples, mas que fundamentam as regras de convívio sutilmente e nos fazem perceber que O OUTRO existe, e é importante. Que não somos isolados, que dependemos dos outros. Que é uma troca.

 

Por excesso de respeito e amor, por esquecer que antes de ser criança ele é uma pessoa neste mundo, independente de nós, potencializamos a introversão do menino.

 

Mas ele mudou, e rápido. Humanos são adaptáveis, extraordinários, não é à toa que dominamos esse mundo.

 

Também mudei. Ele, sem querer, me ensinou a observar mais, respeitar a capacidade do outro, apreciar o fato de que posso aprender com qualquer um, em especial com ele.

 

**

 

Resolvi ser mãe pela experiência antropológica, lembram? Deseje, e receba 😀

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Desde 2010

August 17, 2017 · Leave a Comment

Dia 16 de Agosto era o dia “D”, há 6 anos. O famoso DPP (data prevista do parto, se não me engano), que não serve pra quase nada, já que a data do parto é a que o bebê está pronto, e pode ser antes ou depois.

 

Mas ficou marcada pra mim. As semanas que vieram a seguir foram lentas e quentes, ansiosas.

 

Há 7 anos lavava roupas minúsculas é colocava no varal, sem saber o que significava aquela mudança que mais se parece com um mergulho num universo paralelo — tá tudo lá, mas é tudo tão diferente.

 

Agosto, você é um mês de reminiscências pra mim.

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YOU MANIACS!

August 17, 2017 · Leave a Comment

19:52h, depois de 1h de reclamação pra fazer uma tarefa de CÓPIA:

 

“EU ODEIO SER CRIANÇA!!!!!”

 

Experimenta pagar boleto, Otto, e a gente conversa.

 

**

 

“EU NUNCA VOU FAZER A TAREFA!”

 

(Gritando)

 

Fernando: “já falamos pra não gritar. Amanhã você fica sem desenho.”

 

Otto:

 

**

 

O: (chorando) “se vocês me amam tanto assim, não deviam fazer isso comigo!”

 

(Gastando o zap na 1a rodada, moleque?)

 

Eu: (ajoelhada e olhando bem no olho) “é exatamente porque a gente te ama muito que estamos te ensinando que precisa cumprir os combinados.”

 

Me abraçou em silêncio, bem forte.

 

Favor tocar uma música, Maestro Zezinho.

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