fabricando

Fernando: “vamos lá, hora de dormir, Otto!”

O: “nãaaaaooooooooo!” <modo Chalrton Heston>

(…)

O: “mas… por que os seres humanos existem?”

Mais um capítulo de “como adiar a hora de dormir com perguntas filosóficas”.

😂

Eu: “Otto, coloca seu prato na pia por favor pro papai lavar”

O: “Ai, quando eu vou poder parar de fazer o que vocês mandam, hein?”

Eu: “quando você morar sozinho, na sua própria casa.”

O: “tó o prato, papai.”

😂😂😂

Tou relendo IT, e cada capítulo é o horror aumentando. Decidi parar de ler porque tava com medo e era tarde.

Dormi com o Otto essa noite e no meião da noite, escuridão total, escuto:

O: (voz de quem tá acordado, mas vi que tava de olho fechado) “mamãe — banana pode matar uma pessoa?”

Bem sério.

Eu: “não, meu amor, banana não mata, fica tranquilo.”

O: (…)

Demorei pra dormir depois. 😬

[set-2015]

Hahahhahahhahaha Otto:

“Eu vou dormir que nem morcego — de dia e de ponta-cabeça!”

SÓ FALTA ESSA!

Otto agora além de recusar quase todo tipo de carne, tá recusando outras coisas que antes gostava.

Eu: “Otto, isso é bacon! Você adora bacon!”

O: “não gosto mais. Odeio!”

(…)

Eu: “quer maçã?”

O: “quero, mas cortada e sem semente. Não gosto dela inteira!”

Eu: “ô louco, sempre gostou! O que acontece?”

O: “mamãe, o gosto da gente muda, meu gosto mudou!”

HAHHAHAHAHHAHAHA! 😂😂😂

Dá nem pra discutir. Cortar fruta eu corto, mas ele se quiser que separe o bacon.

[set-2015]

Somos bem contra alfabetização precoce de forma geral, e mais especificamente pro Otto, já que ele é todo mental e pouco físico. Tenho certeza que aprender a ler só depois dos 6 vai ser ótimo pra ele.

Mas ele ama letras e números, desde muito pequenininho. Aos 2 sabia todas as letras e os números, sempre foi fascinado. Pergunta tudo que está escrito, reconhece palavras que vê mais pela rua e em casa (o nome dele, papai, mamãe, PARE hahahaha) e tá formulando sua interpretação das palavras.

Esse processo, em especial quando não induzido, é muito interessante. Há poucas semanas venho observando coisas assim:

— “mamãe, vou escrever PAPAI”: AAI

— “vou escrever ‘eu me chamo Otto'”: EUMOTTO

— “mamãe, quero escrever SEDE” (“como você acha que escreve?”): CÊ-Ê-GÊ-Ê (CEGE, que é perfeito com a nossa pronúncia aqui da região né?)

Hoje eu vi ele separando sílabas da palavra ES-CO-LA num livro de histórias que lemos antes de dormir e achei muito louco — a separação de sílabas existe porque inventamos para escrever ou naturalmente separamos sílabas quando transliteramos o que falamos?

Taí uma fase bem louca e bonita: ver a criança aprender a transformar o idioma em símbolos.

<3

[set-2015]

Assistir Harry Potter e a Câmara Secreta com o Otto é uma experiência hilária. Ele comenta o filme TODO, hahahhahha!

“O Harry é MUITO esperto!”

“Onde é a câmara secreta?” (x100)

“O monstro é um basilisco! Se eu fosse lá eu também virava pedra né? Mas o monstro não é de verdade, só existe no filme. Ou no livro. Ou na história. Né?!”

(Multiplique isso por 10, a cada cena do filme <o>)

[set-2016]

Hoje à tarde eu estava pronta pra tirar um cochilo, Otto vem me chamar pra brincar:

Eu: “mamãe tá com cansada, com sono; vou tirar um cochilo e brinco depois, tá?”

Otto: “você quer um pouco de água?”

Eu: (own!!! ❤️) “quero sim!”

Ele vem com o copo de água, todo orgulhoso, e eu tenho que me segurar pra não esmagar.

Otto, sorridente: “gostou?”

Amei, meu amor. Amei.

Ele sempre me ajudou, é um menino muito prestativo e que gosta de participar, mas desse jeito cuidadoso e independente foi a primeira vez. ❤️

[set-2015]

Hahahahahaha!

Otto: “papai, precisa desligar o ar-condicionado ou eu vou ficar com um REFRESCO”

<3

[set-2016]

Otto é uma criança filosófica antes de dormir e quando acorda, e hoje foi dia de questionar seres humanos x animais.

O: “Mamãe, nós NÃO somos animais”.

Eu: “Somos. Um tipo de animal, como todos os demais animais”

O: “mas não PODEMOS ser animais!”

(De onde esse menino tirou essa visão tão cristã de que humanos não são da mesma categoria que os animais, sendo que temos mais em comum que diferenças? Fui nessa linha)

Eu: “por que não? Olha como como somos parecidos: a gente come, bebe, faz cocô e xixi, temos filhotes… Só que humanos falam!”

(Não quis entrar no mérito de outros animais se comunicarem…)

O: “NÃO SOMOS IGUAIS NÃO!”

(Cacilda, ele se irritou com a ideia… Vou ter que voltar ao assunto com estratégia na próxima)

Não é louco que ele naturalmente se sinta diferente, superior, especial  relação aos demais seres vivos? Não é à toa que destruímos o mundo. Somos uma espécie arrogante de nascença.