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Entries from October 2017

febril porém amigável

October 6, 2017 · Leave a Comment

[15-set-2013]

Otto acorda às 2 da manhã, febril, senta na cama e se segue este diálogo:

 

— Quero ir pra casa da tia Léa, mamãe. Posso ir?

— Agora não dá, mas eu pergunto pra ela quando podemos ir, tá?

— Ela vai gostar se eu for na casa dela?

— Vai sim, tenho certeza.

— E a tia Léa gosta de mim, mamãe?

— Ah, ela gosta MUITO. Semana que vem a gente vai encontrar com ela na tia Clecienne e você pergunta pra ela, tá?

 

Quase esmaguei ele de tanta fofura, Léa <3

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arte como educação

October 6, 2017 · Leave a Comment

Pra quem não entende (ou não quer entender né? Pior tipo de burro) a importância da arte na educação das crianças e que o papel do educador não é de censor ou mero curador, mas de espelho.

 

Só nesta viagem, que começou há 5 dias, Otto foi exposto a:

 

– várias versões de Jesus torturado e sangrando

– são Sebastião crivado de flechas

– órgãos genitais variados em poses malucas (Brennand)

– mulheres e homens nus em diversos quadros

– cenas de guerra e morte variadas

– monstros variados, de diversas culturas

– peitos de todos os tipos e formatos

– uma infinidade de armas

– representação de morte e doença

– favelas, palafitas, barracos, sujeira e lixo pra todo lado

– pedintes de todas as idades e tipos

– animais abandonados e mortos na estrada

 

Ele faz perguntas sobre várias dessas coisas, tem pensamentos próprios a respeito, inquietações, dúvidas.

 

Meu papel como educadora é ajudá-lo a ver, enxergar, questionar, pensar. Ajudá-lo a passar pela experiência de sentir várias coisas que é inevitável sentir (medo, nojo, raiva, confusão, tédio, etc.), e construir sua própria experiência.

 

As pessoas expõem seus filhos a novelas com toda ordem de teor sexual e comportamentos humanos horríveis, programas de TV completamente inapropriados, filmes com alto grau de violência, piadas impróprias, conversas de adulto que crianças não têm maturidade pra entender, e não se preocupam em falar de forma construtiva sobre isso.

 

A arte é incômoda, mas ela demanda atenção e interação, o que é construtivo. A arte nos faz ficar atentos e ativos, diferente de tudo que as crianças e adolescentes consomem por osmose, sem filtro, sem apoio de interpretação.

 

Todos esses pais indignados com a exposição (ou qualquer tipo de arte) dialogam com seus filhos sobre os estímulos aos quais eles são sujeitos diariamente? Minha aposta é que a enorme maioria está nos extremos: ou não fala nada e deixa rolar (criando ignorantezinhos) ou filtra tudo, criando outros tipos de ignorante, mais intolerantes.

 

Me recuso a ficar nos extremos pra tornar minha vida mais cômoda. Educar nossos filhos também passa por lidar com a NOSSA frustração de não conseguir explicar tudo, de não saber como reponder perguntas difíceis, de nos confrontarmos com nossos limites e nossa ignorância.

 

Aprendo muito quando tento ensinar e sou grata por cada oportunidade que aparece de fazê-lo.

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sotaque

October 6, 2017 · Leave a Comment

Otto se deparou pela 1a vez com um sotaque MUITO diferente do dele, e deu tilt.

 

A moça falava com ele, e se via no rosto a confusão, o incômodo. Respondeu o nome, e a idade, mas disse: “eu não entendo a sua língua!”

 

Hahhahahahhaa!

 

Todo mundo rindo, porque ele não só entendeu como respondeu. Explicamos que estamos num lugar diferente e que isso é o que chamamos de sotaque. Que ela tem o sotaque deste estado (Alagoas) e ele tem o sotaque do interior do estado de SP. Pedi pra ele falar pra ela “verde”, e ele puxa bem os RR, diferente de mim por exemplo, que tenho o R mais fraco dos paulistanos.

 

Ele ainda não entendeu direito que sotaque diferente não significa outro idioma necessariamente, mas 2 coisas me chamaram a atenção nesse evento:

 

A moça disse que achava lindo o sotaque dele, e achei graça. Eu associo o sotaque do interior de SP com coisas ruins, mas suponho que pra outros lugares do Brasil o interior de SP significa outras coisas. Curioso 🙂

 

Meio que é outra língua, não? Mesmo que seja tudo português, é outro português, às vezes. Tem horas que é incompreensível sim.

 

Observar crianças aprendendo as coisas pela primeira vez é maravilhoso. Aprendo e descubro junto <3

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despercebido

October 6, 2017 · Leave a Comment

[10-set-2013]

“Eu quero aquela história do que passa DESPERCEBIDO, mamãe!” — Otto, 3 anos.

WHAT?!

**

Otto sendo chamado pra jantar hoje — sai correndo pra cozinha gritando “AI QUE DELÍCIA!”

hahahhahahaha <3

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pescador

October 6, 2017 · Leave a Comment

Otto viu um moço pescando na praia e quis ir lá conversar, puxou papo, fez muitas perguntas sobre pescaria e falou o nome dele, que queria pescar também, e por que pescar à noite? uma infinidade de questões.

 

Na hora de ir embora, deu tchau, e soltou “olha, foi muito legal conhecer vocês!”

 

O moço riu, e falou “nossa, como ele é comunicativo, né?!”

 

Eu ri, meio de nervoso meio de feliz, porque ele é comunicativo sim, mas MUITO SELETIVO né.

 

Agora ele quer pescar, segura essa, meodeos.

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