Todo dia uma liçãozinha discreta.
Otto no banheiro, me chama: “Mamãe, só restou esse pedacinho aqui, ó!” — e me mostra um pedaço pequeno de papel.
(É, eu sei, o vocabulário, as construções. Ele é uma alma velha, dizem)
Abro a gaveta onde costumo colocar papel pra repor, não acho, fico puta e vou pro outro banheiro pegar mais, reclamando.
“Mas mamãe, olha naquela gaveta ali…”
Eu interrompo — “Otto, eu sei onde fica o papel! Escuta sua mãe, vai!”
Pego papel, reponho, resolvo, ele entra no banho.
Mas fiquei meio assim; que jeito de falar com a criança, né? Antes de sair (e deixar ele criar o castelo da Elsa) eu fui olhar a gaveta que ele indicou.
Uma nota, maestro Zezinho.
Tava lá.
“Otto, escuta: você tinha razão. O papel estava exatamente onde você disse e eu não te ouvi. Me desculpa, viu?”
— “Tudo bem, mamãe!”
Foi aí que eu achei que era OK deixar ele tomar banho sozinho (leia post anterior).
Foi vingança, será?!