fabricando

Entries from November 2017

pink

November 13, 2017 · Leave a Comment

Hahahhahahhaha a modéstia não é o forte dele…

 

Nayla: “e de onde você tirou essa ideia?”

 

Otto: “foi uma ideia brilhante do meu cérebro!”

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autoimagem

November 13, 2017 · Leave a Comment

Começando a segunda-feira filosoficamente:

Saio do banho pelada, agorinha, pra me vestir, e o Otto está na minha cama vendo TV. Vou lá dá um beijo e abraço, ele me abraça, beija e faz carinho no meu peito.

Vou lá vestir a roupa, ele pergunta:

O: “Mamãe, é gostoso ter peito grande?”

Eu: (vixe) “Olha, Otto… é muito pesado. Eu preferia ter peito menor, viu?”

O: “mas mamãe — você está feliz; se você está feliz é porque é gostoso.”

Não serei eu a discordar de tamanha sabedoria.

Boa semana 😘

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LET IT GO

November 9, 2017 · Leave a Comment

Todo dia uma liçãozinha discreta.

 

Otto no banheiro, me chama: “Mamãe, só restou esse pedacinho aqui, ó!” — e me mostra um pedaço pequeno de papel.

 

(É, eu sei, o vocabulário, as construções. Ele é uma alma velha, dizem)

 

Abro a gaveta onde costumo colocar papel pra repor, não acho, fico puta e vou pro outro banheiro pegar mais, reclamando.

 

“Mas mamãe, olha naquela gaveta ali…”

 

Eu interrompo — “Otto, eu sei onde fica o papel! Escuta sua mãe, vai!”

 

Pego papel, reponho, resolvo, ele entra no banho.

 

Mas fiquei meio assim; que jeito de falar com a criança, né? Antes de sair (e deixar ele criar o castelo da Elsa) eu fui olhar a gaveta que ele indicou.

 

Uma nota, maestro Zezinho.

 

Tava lá.

 

“Otto, escuta: você tinha razão. O papel estava exatamente onde você disse e eu não te ouvi. Me desculpa, viu?”

 

— “Tudo bem, mamãe!”

 

Foi aí que eu achei que era OK deixar ele tomar banho sozinho (leia post anterior).

 

Foi vingança, será?!

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Elsa

November 9, 2017 · Leave a Comment

Aí você acha que 7 anos já dá pra criança grande tomar banho sozinha com POUCAS instruções e sem desastres, e deixa no banho depois de ver que o cabelo foi lavado minimamente.

 

Aí você volta 10min depois e a criança pegou todo shampoo + a esponja de banho e o box parece o castelo da Elsa.

 

E o shampoo (aquele que deve ser feito de saliva de unicórnio, de tão caro) acabou.

 

LET IT GOOO!!!!!

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terapia

November 9, 2017 · Leave a Comment

Olha, muita terapia pra eu lidar com meu filho que odeia escola. Não só porque é uma frustração sem fim pra mim (EU AMAVA ESCOLA. Amava.) mas principalmente porque acontecem  debates que me balançam — nunca é birra pura e simples. É DR com toques de filosofia profunda.

 

(Meu filho poderia ser filósofo das antigas, daqueles que amavam lógica e eram meio de humanas)

 

“Mamãe, por que você trabalha o dia todo e a semana toda?”

 

“Mamãe, por que a gente tem que estudar e trabalhar 5 dias e fazer coisas que a gente mais gosta só 2 dias?”

 

“Mamãe, por que eu preciso aprender na escola?”

 

E aí vamos.

 

Eu falo que gosto de trabalhar, e gosto mesmo. Gosto muito. Mas seria legal sim trabalhar menos. Seria ótimo. E acho que seria inclusive mais produtiva.

 

A semana “útil” não precisava ser de 5 dias. O tempo de trabalho podia ser mais curto e mais proveitoso.

 

A escola podia ser diferente, mais divertida, mais aberta pra diferentes estilos de aprendizado. Crianças são curiosas e aprendem fácil. Como conseguimos estragar esse interesse logo nos primeiros anos?!

 

Enfim. Muita terapia, pessoal.

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bê-á-bá

November 8, 2017 · Leave a Comment

[nov-2016]

Otto e suas perguntas lindas:

“Mamãe, por que as palavras são escritas daqui [esquerda] pra lá [direita]?”

Disse que não sabia, mas que no nosso idioma é assim, mas outros como o japonês e árabe eram ao contrário.

Aqui um pouco sobre o assunto, pra quem tiver curiosidade <3

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benjamin button

November 3, 2017 · Leave a Comment

[nov-2016]

Estávamos em silêncio comendo, e ele começa:

O: “Papai, o que é o seu trabalho?”

Fernando: “nossa que pergunta legal, Otto! Eu entrevisto pessoas sobre alguns assuntos e faço um resumo pra outras pessoas sobre o que elas pensam.”

O: “eu não quero trabalhar. Trabalhar é chato!”

(Tão novo, tão acordado)

Eu: “por que você acha chato? Você já trabalhou?”

O: “eu fiz um trabalho na escola e não gostei, achei chato”

(Só porque você está atento, meu querido. I feel your pain)

Eu: “que parte foi chata? Conta mais?”

O: “sabe, eu só brinco com os amigos pra você ficar feliz Papai, porque eu não gosto de brincar com eles”

(Podiam ter arrancado meu coração batendo nessa hora e tava OK, ia doer menos)

Eu: “ô meu amor, a gente é feliz com você de qualquer forma. Você não precisa tentar fazer a gente feliz tá?

Mas me diz qual é o problema com os amigos — por que você não gostou de brincar e fazer o trabalho?”

O: “eu não gosto do LF. Ele não ouve a prof, não faz as coisas que precisa fazer e faz bagunça”

(Meu filho, bem vindo ao mundo. Lamento que você tenha vindo pra organizar e não pra bagunçar. Sua vida será difícil)

Eu: “ele é uma criança, meu amor. Ele tá aprendendo — ele vai aprender a seguir as regras e fazer as coisas junto. É questão de tempo, tem que ter paciência”

(Ou não, né. Tá aí um monte de mané que só faz merda, mas o menino já tá desanimado o suficiente e não precisa de mais realidade na vida)

**

Não lembro como a conversa terminou. Sei que morri um pouco com a seriedade e clareza dele sobre o que incomoda. Eu me senti assim várias vezes em relação às pessoas de forma geral (em especial na escola, já na pós graduação), mas eu tinha 30 fucking anos. O menino tem SEIS.

Me dá uma tristeza enorme ele observar o mundo desde ângulo, e não se encaixar.

Uma professora Waldorf, quando ele estava com 2 anos, nos falou “esse menino é muito pequeno pra ser tão ‘acordado’,” como eles falam. Acordado = entendendo o mundo como ele é, sem a lente da infância. Ele não sente / se comporta como uma criança pequena que é.

Espero de coração que ele encontre sua criança interna com os anos 💔

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lista de Natal

November 3, 2017 · Leave a Comment

[nov-2015]

Esse dia chegou e me pegou despreparada (mas não mudaria a resposta). Otto começou a negociar presentes de Natal, falei que ele podia fazer uma lista e a gente ia ver como ficava.

Otto: “mamãe, eu vou pedir os mecanimais pro Papai Noel! Será que ele traz?”

Eu: “acho que sim, amor, quer fazer uma cartinha e a mamãe manda?”

Otto: “quero. Mas, mamãe: o Papai Noel existe DE VERDADE?”

(!!!! PQP, e agora?!)

Eu: “não, Otto, ele é um personagem.”

Otto: (… pensou uns segundos) “tá bom; eu vou fazer a lista do que eu quero e a gente manda!”

**

Nunca mentimos pra ele sobre a existência de seres imaginários, não ia começar agora. Super incentivo a imaginação e brincamos com saci, curupira, superman, coelho da Páscoa e, bem, Papai Noel. Ele parece lidar bem com a existência fictícia de todos eles, se diverte e entra no jogo.

Mas me impressionou a especificidade da pergunta: ele existe de verdade? É diferente de “existe papai noel”. Acho que de alguma forma ele já sabia que ele existe, mas não como uma pessoa, é uma ideia, uma fantasia.

Esse menino é bem louco.

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uma coisinha

November 3, 2017 · Leave a Comment

[nov-2013]

Eu: “Otto, quer comer uma coisinha antes de ir pra casa?”

Otto: “Ahhhh… Eu gosto de comer uma coisinha, sim!”

 

Hahhahahhahaha <3

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virando estrela (com ajudantes)

November 1, 2017 · Leave a Comment

[nov-2016]

Numa conversa comigo hoje sobre o tempo (minutos, horas, dias), Otto mencionou que ia demorar “1000 anos” pra fazer alguma coisa, e…

 

Eu: “Ih, a gente não vive tanto tempo! Só os jequitibás e outras árvores vivem tanto”

 

O: “mas então o que acontece com a gente?”

 

(Ops)

 

Eu: “a gente morre, vira outra coisa. Tipo constelação, lembra dos pais do Homem da Lua?”

 

O: “ah, eu vou ficar pra sempre! Eu e meus ajudantes!”

 

(Hahhahahaha, fodam-se os pais e todos os demais)

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